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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 30-04-2015 - 08:49 -   Notícia original Link para notícia
Dia das Mães - Segunda melhor data do varejo não entusiasma os lojistas

Instabilidade econômica afeta comprasMichelle Valverde                       


A instabilidade econômica e o aumento do desemprego poderá contribuir para que o Dias das Mães seja o pior para o comércio varejista nos últimos nove anos. De acordo com o levantamento feito pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), a intenção de compras dos consumidores está menor devido ao maior endividamento e ao receio em contrair dívidas. Por isso, a maioria dos lojistas, 41% dos entrevistados, acredita que as vendas serão menores que em anos anteriores.

O cenário negativo foi percebido pelos resultados de duas pesquisas realizadas pela Fecomércio: Expectativas do comércio varejista e Opinião do consumidor para o Dia das Mães.

De acordo com o economista da Fecomércio-MG Guilherme Almeida, o Dia das Mães é a segunda data mais importante para o comércio varejista, atrás do Natal. Porém, neste ano, os lojistas estão pessimistas quanto ao desempenho. Em relação aos consumidores, os mesmos pretendem investir menos nos presentes.

"O tíquete médio de compras deve ficar menor que em 2014, girando em torno de R$ 150 por presente. O receio do consumidor se deve ao fraco desempenho da economia, que não permite que o mesmo extrapole nas compras. Fatores como o aumento do desemprego, a inflação em alta e o aumento dos juros fazem com que as pessoas tenham maior cautela na hora de comprar o presente".

Segundo a pesquisa com os consumidores, apenas 54,8% pretendem presentear alguém nesse dia, menor percentual desde 2007, quando foi registrada a maior intenção de compras para a data comemorativa, 87%.



Lojistas - Já a pesquisa que ouviu os lojistas mostrou que 41% dos entrevistados acreditam em retração nas vendas e apenas 28% dos empresários apostam que a demanda será melhor do que no ano passado. Dos empresários que esperam um desempenho melhor, a expectativa é de um crescimento de 10% nos negócios. "O mês de maio geralmente promove maior capitalização para os comerciantes, mas ao que tudo indica, este será um ano atípico, com vendas menores", avaliou.

Ainda segundo Almeida, neste ano também haverá mudança no perfil dos presentes. Nos anos anteriores, a maior parte das vendas era de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, porém a tendência é que a maioria dos consumidores, 38,9%, opte por roupas, que tem menor valor agregado. Os consumidores também priorizarão o pagamento à vista.

"O endividamento maior e o receio de contrair novas dívidas são os principais fatores que têm deixado os consumidores cautelosos. Na pesquisa percebemos que 40,5% das pessoas pretendem pagar as compras para o Dia das Mães no dinheiro e 26,3% no cartão de débito. Somente 22% pretendem parcelar no cartão".

A pesquisa também mostrou que 32,2% dos consumidores têm como principal estímulo na hora de decidir a compra as promoções e 29,3% buscam preço baixo. Já o que mais desestimula é o preço alto (50,2%), seguido de 27% que apontam o atendimento precário como desestímulo à compra.



Inadimplência em alta já preocupa a -BH


A inadimplência em Minas Gerais está em escalada crescente. Em março, o número de devedores junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) no Estado subiu 4,71% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já o número de dívidas aumentou em 5,27% no período, segundo pesquisa divulgada ontem pela de Belo Horizonte (-BH).

"Uma alta de 4,71% na inadimplência é expressiva. O que explica isso é a incompetência na gestão da economia nacional", afirma o presidente da -BH, . A inflação e os juros em alta, a diminuição da renda e a restrição de crédito são alguns fatores que afetam diretamente no indicador de inadimplência. Com menos recursos disponíveis, os consumidores passam a não arcar mais com todos os compromissos financeiros. Ou seja, entram na lista dos inadimplentes.


Dano - Até mesmo o período em que os consumidores estão ficando endividados tem aumentado. Não é à toa que houve alta de 7,99% frente a março de 2014 entre os mineiros que mantiveram a pendência de pagamento entre três e cinco anos. Entre aqueles que ficaram endividados entre 361 dias e três anos a alta foi de 3,03%. As dívidas mais rápidas, de 90 dias, também tiveram alta (10,56%).

Para Falci, um aumento das dívidas que se estendem por períodos mais longos é um dano ainda mais acentuado para o comércio. De um lado, essa realidade aumenta o risco de se levar o tão temido "calote", uma vez que o nome sai da base de dados do SPC depois de cinco anos.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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