Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 28-04-2015 - 09:53 -   Notícia original Link para notícia
Dólar comercial testa novo piso: R$ 2,90

Câmbio cede com cenário interno mais favorável e probabilidade menor de alta de juros nos EUA


Após cair a R$ 2,902, o dólar comercial fechou em R$ 2,922 ontem, numa queda de 1,11%. Foi a quinta redução seguida no valor da moeda americana. O câmbio turismo recuou para R$ 3,01. Segundo analistas, com menos incertezas no cenário econômico, graças à divulgação do balanço da Petrobras e à perspectiva de avanços no ajuste fiscal, os investidores testam novo patamar para o dólar comercial, mais próximo de R$ 2,90. As cotações, porém, devem continuar voláteis. -SÃO PAULO- Em sua quinta queda consecutiva, o dólar comercial testou ontem o piso de R$ 2,90. A moeda americana terminou o pregão cotada a R$ 2,922, recuo de 1,11% ante o real, após ter atingido a mínima de R$ 2,902 no início da tarde. Essa desvalorização do dólar é a combinação de uma menor aversão a risco no cenário interno e a expectativa de que os Estados Unidos adiem a alta dos juros. Nas casas de câmbio, era possível encontrar o dólar turismo a partir de R$ 3,01.


ANTONIO SCORZAUm pouco mais em conta. Casa de câmbio no Rio: o dólar turismo perde fôlego, mas ainda está acima de R$ 3


No mês, a moeda acumula recuo de 8,5%, uma mudança significativa de cenário em relação a março. Mas, segundo analistas, ainda é cedo para saber qual a nova tendência para a moeda. Isso porque a volatilidade, que já é elevada no fim do mês, cresceu com as decisões, amanhã, sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, além da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB).


Para Bruno Lavieri, economista da Tendências Consultoria, nos últimos dias a melhora do cenário doméstico contribuiu para a queda do dólar. Ele cita o discurso do governo federal sobre o ajuste fiscal, a menor tensão política e a divulgação do balanço da Petrobras.


- Mas essa situação um pouco mais positiva pode ser passageira também. O patamar atual do câmbio representa um piso, mas não dá para dizer que é sólido a médio prazo - disse Lavieri, que espera um dólar de R$ 3,06 no fim do ano.


Italo Abucater, gerente de câmbio da corretora Icap do Brasil, também acha que ainda é cedo para considerar R$ 2,90 o novo patamar do câmbio:


- É preciso esperar até semana que vem para traçar uma perspectiva, mas, de fato, a dinâmica do dólar mudou.


EXPORTAÇÃO MAIS COMPETITIVA


Até meados de março, quando o dólar passou de R$ 2,85 para R$ 3,30, era grande a aposta de que o Brasil poderia perder o grau de investimento, o que afastaria investidores. Também havia a expectativa de que os juros básicos subissem nos EUA este ano, reduzindo o fluxo de investimentos para os mercados emergentes.


Abucater lembra ainda que, além da tradicional briga entre comprados (que querem um dólar mais alto) e vendidos (que esperam uma cotação menor), habitual no fim do mês, nas últimas semanas foi grande o uso do de em que as ordens de venda da moeda são disparadas automaticamente após a cotação chegar a um determinado patamar, alimentando ainda mais o ciclo de queda.


A moeda americana também perdeu força no exterior. O índice do dólar da Bloomberg recuou 0,18% ontem ante uma cesta de dez moedas.


Na avaliação de Alfredo Barbutti, economista-chefe da corretora BCG Liquidez, o forte recuo do dólar em abril é uma resposta à forte alta de março. Ele disse que o fato de os juros no Brasil serem elevados (12,75% ao ano) acaba atraindo investidores para aplicar em renda fixa:


- O fluxo cambial já está positivo em quase US$ 10 bilhões no ano. Acho que isso ajuda a explicar a queda.


O dólar passou a cair de forma mais consistente após a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços americano em abril, de 59,2 para 57,8 pontos, reduzindo as chances de alta de juros nos EUA a curto prazo.


Para o secretário- executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, o câmbio "mais amigável" deve melhorar a competitividade das exportações brasileiras.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.