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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 25-04-2015 - 12:48 -   Notícia original Link para notícia
Com vendas fracas, vestuário já demitiu 20 mil em Minas

A indústria do vestuário mineira já demitiu cerca de 20 mil profissionais neste ano. A informação é do presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindivest-MG), Michel Aburachid. Segundo ele, o número representa aproximadamente 12% do contingente do setor do Estado, já que empresas como confecções e facções espalhadas por Minas Gerais eram responsáveis pela geração de 170 mil postos de trabalho até o ano passado.

A redução no nível de emprego é resultado da crise econômica vivida pelo País. O segmento, especificamente, tem sido prejudicado pelo menor ritmo do comércio, que também tem amargado perdas desde o início de 2015.

"Os aumentos da inflação, dos impostos, da energia e dos combustíveis têm impactado e diminuído muito a renda dos brasileiros, que por sua vez estão modificando seus hábitos de consumo. A prioridade tem ficado com os itens alimentícios e de moradia", explica.

Com isso, segundo Aburachid, o nível de comercialização das indústrias no primeiro bimestre caiu 30% sobre igual época do ano passado. Em março, conforme ele, os números foram um pouco melhores, o que pode ajudar o resultado dos primeiros três meses. "Ainda não fechamos o consolidado, mas ao que tudo indica, teremos um resultado 25% menor que o observado nos primeiros três meses de 2014", diz.

O sindicato participou da 16ª edição do Minas Trend, no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), e de acordo com o presidente, a comercialização durante os três dias de feira foi 30% superior ao evento do exercício anterior. "Os resultados colhidos em março e durante o evento indicam que o pior momento já passou e que agora as coisas podem melhorar. O aumento das vendas mostram uma possível reação do setor", afirma.



Aposta - Outra aposta do setor para o atual exercício diz respeito à alta do dólar frente ao real, que já começa a beneficiar as exportações. As empresas estão usando a desvalorização do câmbio como estratégia para retomar a competitividade de seus produtos e diminuir os efeitos da crise sobre seus negócios.

"Estamos na fase de prospecção de novos compradores", conta o presidente do sindicato. Atualmente, os embarques do setor em Minas para o exterior não chegam a 10% do total da produção, índice que já foi bastante superior no início dos anos 2000.

Também como conseqüência do momento econômico do País, Aburachid ressalta que as margens de lucro das indústrias de vestuários de Minas estão cada vez menores. Ele destaca que desde o início do ano passado, as indústrias não reajustam seus produtos, mesmo com os recentes aumentos dos custos. Em alguns segmentos a margem já chega a estar zerada.

"Em épocas boas, a margem do nosso produto girava em torno de 10% a 15%. Agora, alguns setores estão conseguindo trabalhar com 5%. Mas nos mais tradicionais, que têm concorrência direta com os chineses, não há mais nenhum ganho", revela.


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