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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 23-04-2015 - 09:10 -   Notícia original Link para notícia
Março tem déficit de US$ 5,7 bilhões

Elevação do dólar contribui para resultado 13,6% menor na comparação com dados de 2014                                     


 Brasília - As contas externas brasileiras ficaram no vermelho em US$ 5,7 bilhões no mês passado. Por causa da alta do dólar, o resultado é 13,6% menor que o déficit de março do ano passado. Com a moeda americana mais cara, fica mais fácil exportar e menos vantajoso gastar com importados. A expectativa do Banco Central é que o momento atual do câmbio favoreça a contabilidade do País.

No entanto, os dados do trimestre ainda não refletem exatamente isso. Nos primeiros três meses do ano, as transações correntes - todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo - têm um déficit de US$ 25,4 bilhões. 8,4% menor que o rombo do mesmo período do ano passado. O resultado seria bom se não houvesse uma queda importante no investimento que chega ao País para aumentar a produtividade das fábricas.

No trimestre, os investimentos diretos foram de apenas US$ 13,1 bilhões. Isso representa uma queda de nada menos que 38% em relação aos três primeiros meses de 2014. Quando os investimentos superam o rombo das contas externas, deixa o BC confortável porque o déficit pode ser financiado.

Segundo o BC, o rombo acumulando nos últimos doze meses é de nada menos que US$ 101,6 bilhões, o que equivale a 4,54% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar do aumento do dólar, a conta de serviços registrou despesas líquidas de US$3,9 bilhões no mês passado, aumento de 6,4% na comparação com o resultado de março de 2014. No entanto, despesas muito sensíveis à variação cambial caíram. Exemplos disso são gastos com transportes e viagens internacionais.



Turismo - A estilingada recente da moeda americana desanimou o turista a viajar para fora. Os gastos do brasileiro no exterior caiu 18%, que somaram apenas US$ 1,5 bilhão. o pior resultado para o mês de março nos últimos cinco anos. Em compensação, os ganhos com turismo subiram 2,9% nas despesas de viajantes estrangeiros ao Brasil. Foram US$ 548 milhões.

Já as despesas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$1,2 bilhão, ante US$2,1 bilhões em março do ano passado: queda de 42,7%, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US1,1 bilhão, expansão de 11,1% no período comparativo.

Os investimentos diretos no País aumentaram US$4,3 bilhões, dos quais US$3,4 bilhões em participação no capital, incluídos US$504 milhões decorrentes do reinvestimento de lucros, e US$824 milhões em operações intercompanhias. Em doze meses, os ingressos líqüidos dos investimentos diretos no país somaram US$88,8 bilhões, equivalentes a 3,97% do PIB.

Esses foram os primeiros dados divulgados pelo BC com uma nova metodologia que segue a sexta edição do Manual de Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento (BPM6), do Fundo Monetário Internacional (FMI). As séries históricas antigas de balanço de pagamentos foram descontinuadas.

"Os padrões metodológicos internacionais oferecem recomendações para a compilação e apresentação das contas macroeconômicas. O objetivo é assegurar não apenas a consistência entre as várias estatísticas macroeconômicas, mas também permitir a comparabilidade entre os países", diz o BC em nota. (AG)



Caem despesas com viagens internacionais                             


Os gastos em voos internacionais até abril somaram US$ 3,595 bilhões ante US$ 4,125 bilhões no ano passado/Alisson J. SilvaBrasília - As despesas com viagens internacionais em abril até o dia 17 somam US$ 683 milhões, segundo os dados parciais divulgados ontem pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel. Ele destacou que essas despesas estão desacelerando em relação ao ano passado influenciadas pela alta do dólar frente ao real, que tornou mais caras essas viagens para os brasileiros.

Maciel destacou a queda de 13% nas despesas de viagens no primeiro trimestre, que somaram US$ 3,595 bilhões ante US$ 4,125 bilhões no ano passado. A previsão de déficit de viagens para o ano caiu de US$ 17,5 bilhões para US$ 16 bilhões. O chefe do Depec destacou que a conta de serviços está se arrefecendo, com previsão de fechar com déficit de US$ 46 bilhões ante saldo negativo de US$ 48,293 bilhões em 2014.

Maciel também ressaltou a redução "significativa" de remessas de lucros e dividendos em 2015 em relação a 2014. Esse movimento se deve à mudança no câmbio e menor ritmo de atividade econômica, que reduz o lucro das empresas no Pais.

O chefe do Depec informou também que a parcial de aplicação de estrangeiros em títulos de renda fixa em abril até 17 é de US$ 2,066 bilhões. Já para aplicações em ações no período é de 3,036 bilhões. A parcial para taxa de rolagem é de 93%.

Ainda de acordo com Maciel, a parcial para ingresso de Investimento Direto no País (IDP) é de US$ 2,6 bilhões até 17 de abril. Segundo ele, a previsão para o mês é de que essa conta some US$ 4,2 bilhões até o fim do mês. Ele argumentou que essa rubrica sofrerá influencia de lucros reinvestidos e, por isso, pode crescer. "As empresas que aqui se instalaram obtiveram lucros, esses lucros eram remetidos para o exterior, mas não tínhamos o que ele optou por manter. Isso entra, agora, nas nossas contas", disse. (AE)



Metodologia altera o resultado das estatísticas das contas externas                  


Brasília - Com as mudanças de metodologia introduzidas nas contas externas, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) de 2014 subiu de US$ 62,495 bilhões para US$ 96,85 bilhões. IDP é a sigla agora para o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED). Já o antigo Investimento Direto no País, que passou a ser chamado de Investimento Direto no Exterior (IDE), foi revisto de um saldo negativo de US$ 3,540 bilhões para um saldo positivo de US$ 25,736 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, a mudança de metodologia provocou uma profunda alteração nas estatísticas de IDP e IDE, principalmente, por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos intercompanhias. Ele deu como exemplo uma captação externa de US$ 10 bilhões feita por uma subsidiaria de uma empresa brasileira no exterior.

Antes essa captação transferida pela subsidiária para a matriz brasileira era considerada como empréstimo de amortização de capital. Agora, é computada como IDP dentro do conceito de "internacionalização" de recursos de "fora para dentro". "Não importa se a filial é brasileira ou não. O importante é de onde estão vindo os recursos", disse Maciel.

Maciel destacou ainda que o cenário de financiamento se mostrou mais favorável. Ele observou que o antigo IED (agora Investimento Direto no País) cobria 69% do rombo nas contas externas em 2014. Agora, com a nova metodologia, essa cobertura passou para 93%.

Ele ponderou ainda que a economia brasileira, ao longo dos últimos anos, aumentou a presença estrangeira. Explicou que o Brasil teve, ao longo dos últimos cinco anos, por meio desse investimento, maior integração de investimento estrangeiro na estrutura produtiva do país, elevando o estoque de investimento estrangeiro no País. "Reflexo disso é que a remessa de lucros e dividendos aumentou e uma novidade é que a parte que ficava no País não tinha informação, mas agora temos com a conta de lucros reinvestidos", disse.



Fluxo cambial em abril tem saldo positivo                         


Brasília - A entrada de dólares no Brasil neste ano até a última sexta-feira, superou a saída em US$ 9,174 bilhões, de acordo com informações do Banco Central. Em igual período de 2014, o fluxo cambial estava positivo em US$ 5,130 bilhões.

O saldo acumulado de 2015 até agora é resultado de entradas líquidas de US$ 7,093 bilhões da área financeira, que reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Neste segmento foram registradas chegadas de US$ 172,240 bilhões e envios de US$ 168,337 bilhões no período.

No comércio exterior, o saldo anual até 17 de abril ficou positivo em US$ 1,270 bilhão, com importações de US$ 50,817 bilhões e exportações de US$ 52,087 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 10,209 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 11,289 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 30,590 bilhões em outras operações.


Abril - Apenas no mês de abril, até o dia 17, o fluxo cambial também é positivo em US$ 4,410 bilhões. Esse volume já é melhor que o resultado inteiro de março, quando houve ingresso líqüido de US$ 2,003 bilhões. Também é o maior para qualquer mês deste ano.

As operações financeiras lideram os ingressos de recursos. Somaram US$ 3,421 bilhões, já descontados os envios. Chegaram ao País por esse canal no período US$ 26,063 bilhões, enquanto US$ 22,641 bilhões deixaram o território nacional.

Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 989 milhões nos primeiros 17 dias de abril, com importações de US$ 8,718 bilhões e exportações de US$ 9,707 bilhões. Nas exportações, estão contabilizados US$ 1,860 bilhão em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 2,834 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 5,013 bilhões em outras operações.

Entre os dias 13 e 17 de abril, as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 3,441 bilhões. Enquanto na semana anterior as entradas de recursos estrangeiros superaram as saídas em US$ 1,776 bilhão, na semana passada, elas foram US$ 3,441 bilhões maiores. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, não informou o motivo do volume expressivo na semana.

Conforme o BC, os ingressos líqüidos de operações financeiras somaram US$ 2,313 bilhões. Aportaram por aqui, via canal financeiro, US$ 12,330 bilhões, enquanto US$ 10,016 bilhões deixaram o território nacional no período. Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 1,127 bilhão, com importações de US$ 3,857 bilhões e exportações de US$ 4,984 bilhões. Nas exportações, estão contabilizados US$ 900,6 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,332 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 2,751 bilhão em outras operações. (AE)


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