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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 20-04-2015 - 11:11 -   Notícia original Link para notícia
Levy vê confiança no arrocho fiscal

Em debate no encerramento do encontro do FMI, ministro diz que país toma decisões difíceis para retomar crescimento



Muitas vezes, as pessoas pobres pagam um preço alto por um alto déficit - pela inflação ou pela política fiscal n Joaquim Levy, ministro da Fazenda


Washington - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou ontem, em um debate no Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre política fiscal, que o Brasil está tomando decisões difíceis e fazendo um arrocho das contas públicas de modo a garantir uma base para o crescimento. "O Brasil está tomando decisões difíceis porque as pessoas confiam. Tivemos que colocar o ajuste fiscal em prática de modo que você tenha uma base sólida para alcançar o crescimento. As pessoas entenderam isso, o Congresso entendeu. Há legitimidade, há transparência", afirmou o ministro.



O ministro destacou ainda o peso da inflação e do descontrole das contas públicas sobre a população. "Muitas vezes, as pessoas pobres pagam um preço alto por um alto déficit - pela inflação ou pela política fiscal", disse o ministro respondendo uma pergunta da plateia sobre os efeitos da política fiscal para os mais pobres. "Ter uma responsabilidade fiscal é muito bom, uma proteção para as pessoas pobres", acrescentou.



Levy lembrou que, no pós-crise financeira de 2008, o Brasil tomou medidas anticíclicas que, em seguida, se esgotaram. "O país mudou para políticas menos acomodatícias", disse durante o debate. O ministro ressaltou a necessidade de os fundos de pensão investirem mais em ativos reais e não apenas em dívida. E muitos desses ativos reais podem estar no exterior, disse o ministro, ressaltando também o papel do mercado de capitais de mobilizar recursos para financiar a infraestrutura.

Dívida No debate, o ministro da Fazenda lembrou que a dívida bruta caiu no Brasil nos últimos dez anos, para abaixo de 60%, enquanto subiu na Europa para acima de 80%. "A dívida é útil. O segredo é que seja bem administrada e sustentável", disse. Levy falou no debate de encerramento da reunião de primavera do FMI, em um painel que também contou com a participação da diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde.



"É uma coisa ruim ter dívida? Depende da natureza dessa dívida", afirmou Lagarde, destacando que há significativos efeitos colaterais em se ter um déficit elevado. O Brasil construiu um arcabouço fiscal que impediu um aumento da dívida do governo, disse Levy, citando a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Em alguns lugares (da economia mundial), esse arcabouço não foi forte o suficiente ou o choque foi muito grande", destacou.



Segundo Levy, o déficit fiscal precisa ser do tamanho certo para que transmita confiança. Ainda de acordo com ele, uma dívida bem administrada e sustentável pode ajudar a estabilizar o sistema financeiro. "Se você explicar para a sociedade o que é a dívida, porque não deve ir além de certos limites, você pode ter sucesso", disse ele, ao frisar que uma coisa positiva sobre o Brasil nos últimos anos foi o fato de o país não ter bolha imobiliária.



Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o Brasil está dando continuidade ao fortalecimento do arcabouço de políticas econômicas na preparação para o momento em que os Estados Unidos elevarem os juros. Essa foi uma das mensagens que Tombini deu a investidores e economistas durante os encontros da reunião de primavera do FMI, que terminou ontem, de acordo com informações da assessoria de imprensa do BC.

InflaçãoUm dos pontos para o fortalecimento do arcabouço de política econômica é a ancoragem das expectativas de inflação, ressalta o BC. Tombini deixou claro nos encontros que a intenção é que a inflação possa convergir para a meta oficial de 4,5% em dezembro de 2016. Tombini ficou três dias em Washington e se reuniu nesse período com um conjunto de 150 pessoas, entre investidores estrangeiros e brasileiros e reuniões bilaterais. O último encontro foi ontem, com o diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner.


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