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Com carta extensa de coquetéis, cervejas especiais e sanduíches variados, estabelecimento atrai clientes no Edifício Maletta

Augusto Pio

Publicação:19/04/2015 04:00

Santiago Calonga, argentino que se mudou para a capital e apostou no negócio próprio

Após mudar-se para Belo Horizonte, o argentino Santiago Calonga resolveu montar um negócio próprio. Depois de uma pesquisa, decidiu optar pela área gastronômica. E foi assim que nasceu, há cinco anos, o Arcângelo Bar Café, localizado na sobreloja do Edifício Maletta, no Centro da capital. "Há alguns anos, minha ex-sócia e eu pensamos em abrir um ateliê de escultura e misturar isso com uma cafeteria, daí o nome Arcângelo Café. O bar contava com um terço do tamanho de hoje e tinha apenas três ou quatro mesas. A decoração era toda da sala da nossa casa e de alguns antiquários. O ambiente intimista e o lugar isolado - na época - nos pareciam uma boa ideia. Nessa época, poucas pessoas eram atraídas ao segundo andar do Maletta, mas logo que abrimos notamos que o lugar começou a se tornar conhecido e, para conseguir atender à demanda, fomos nos adaptando e mudando o foco do local. De ateliê e cafeteria, passou a ser um bar focado na happy hour", lembra Santiago.

O Arcângelo abre de terça-feira a sábado, a partir das 18h, e conta hoje com 11 funcionários. O bar apresenta uma carta de coquetéis extensa, cervejas especiais e sanduíches variados. "Nosso foco é mesmo a happy hour e isso se reflete no cardápio", esclarece o empresário. "Temos alguns coquetéis à base de tequila, como o rabo de galo (um shot de tequila, um de suco de laranja e um de suco de tomate com especiarias), que é um dos mais procurados. Dos nossos pratos, a grande estrela é o hamburguesa, de fabricação caseira e com 180g de carne. O hambúrguer do Arcângelo tem se tornado um dos campeões de vendas", orgulha-se Santiago.

"O Arcângelo é o meu primeiro investimento nessa área. Faz cinco anos que mudei de profissão para me dedicar integralmente ao bar. Minha profissão de fato é a escultura. Trabalhei 20 anos com esculturas em madeira e miniaturas", ressalta o argentino. "Além do fato de ser o bar pioneiro nessa retomada cultural e de negócios do Edifício Maletta, nossa casa tem um perfil muito autoral. A maior parte da decoração do bar é de obras de clientes e amigos. O ambiente é descontraído e acredito que seja toda uma experiência sentar na varanda ao som da cantora francesa Edith Piaf ou do grupo norte-americano de punk rock Ramones, por mais contraditório que pareça ser, e beber um delicioso coquetel."
Quanto ao mercado, Santiago diz que tem boas perspectivas. "Desde o final do ano passado, houve uma diminuição no tíquete médio, mas isso não quer dizer que os clientes parem de frequentar os bares. Porém, o padrão de consumo é outro. Continua sendo um negócio rentável, mas tem que ter muita dedicação e tempo, aliás muito tempo. Acredito que o planejamento seja importante para qualquer projeto, mas dormir pouco é fundamental."

O empresário continua investindo no Arcângelo e acaba de ampliar a capacidade da casa em 30%. "Nossos clientes, em sua maioria, são artistas, pessoas que trabalham nas redondezas e gente que gosta de sair do lugar-comum", ressalta. E, para aqueles que querem se aventurar nesse ramo, Santiago aconselha: "Coloque tudo no papel, avalie, pense e repense... Quando tiver feito tudo isso, faça tudo de novo. Escutar os conselhos de quem já está no mercado, o que pode ajudar bastante. Tem que gostar também. Para mim, trabalhar com o público é um incentivo."

Sobre as dificuldades do ramo, Santiago acredita que a carga de impostos e as pressões do governo são o maior empecilho para qualquer empreendedor. "Infelizmente, parece que a lei não favorece muito quem quer empreender aqui no Brasil", lamenta.

SERVIÇO
Arcângelo Bar Café
(31) 3273-1351