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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 19-04-2015 - 12:12 -   Notícia original Link para notícia
Homem das finanças

Para se manter no mercado, profissional deve ter habilidade para trabalhar em equipe e comprometimento com os resultados


Carolina Cotta


Publicação: 19/04/2015 04:00



"Vai valer a pena trocar dois gestores com salário de R$ 7 mil por apenas um que ganhe R$ 18 mil, porque este será um profissional com mais competência e maturidade para essa fase" David Braga, diretor da Fesa em Minas e Centro-Oeste

Dado o cenário deste ano, Georgina Alves Vieira da Silva, mestre em psicologia social e diretora da AB Consultores, defende que é preciso considerar algumas premissas, válidas para qualquer profissão ou especialidade. Primeiramente, as empresas precisam de profissionais que saibam definir o custo e o valor de sua atividade, qualquer que seja ela. Em outros termos, todos os profissionais deverão ter forte direcionamento para finanças básicas e capacidade de mensurar o retorno do seu trabalho em termos dos objetivos estratégicos das empresas. Elas tendem a implementar sistemas de gestão dos recursos empresariais, criando grandes bases de informação do negócio que requerem capacidade de interpretação. A vulnerabilidade à segurança tende a fortalecer tal segmento.



A especialista também destaca o grave problema de infraestrutura, seja de transporte, de energia e, mais recentemente, a crise dos recursos hídricos, o que requer inteligência logística. Essa deve se ampliar não apenas no sentido de racionalizar a cadeia produtiva - dos insumos à entrega do produto ou serviço ao consumidor final -, mas no sentido de mudar embalagens ou criar centros de embalagem e distribuição regionais. Outro aspecto está relacionado à maior exigência de transparência e controle de contratos e licitações por parte da sociedade civil e do Ministério Público.



Finalmente, deve-se considerar que as empresas serão exigidas também a reduzir gastos energéticos, emissão de carbono e outros. E mais: todos os profissionais deverão ter a habilidade de trabalhar em equipe e a capacidade de estabelecer parcerias de longo prazo. É nesse cenário delimitado por Georgina que algumas profissões ganham destaque em relação a outras. Segundo David Braga, diretor da Fesa em Minas Gerais e Centro-Oeste, o executivo mais demandado nesse momento será o de finanças, principalmente o CFO, ou presidente de finanças, que vai lidar, cada vez mais, com todos os subsistemas que impactam no negócio. "E, muitas vezes, vai valer a pena trocar dois gestores com salário de R$ 7 mil por apenas um que ganhe R$ 18 mil. Porque este será um profissional com mais competência e maturidade para essa fase", explica.



Aos 48 anos, o administrador de empresas Paulo Sérgio Silva Azevedo é diretor administrativo, financeiro e de capital humano da Seculus da Amazônia, mas também responde pelo jurídico e TI da empresa. Para ele, é cada vez mais comum as empresas adotarem um modelo de diretoria única para o administrativo e o financeiro, com o capital humano e a TI ligados ou não a essa diretoria, dependendo do porte da empresa. "No nosso caso, como temos gestores em nível gerencial com boa experiência e capacidade de gestão, a unificação só melhora a sinergia e o alinhamento entre essas áreas. Conta, também, o fato de que, ao longo de minha carreira, atuei em todas essas áreas e, dessa forma, tenho alguma experiência sobre as rotinas e os desafios que cada uma delas enfrenta no dia a dia", defende.



Num cenário de maiores incertezas, como o atual, o principal desafio é manter um clima interno de segurança e comprometimento com os resultados. "É preciso fazer mais com menos, buscar alternativas para diferenciar a empresa frente aos seus concorrentes e melhorar as operações internas", defende Paulo. Tudo isso envolve treinar e motivar os colaboradores, assim como buscar melhorias internas de processos numa conjuntura em que as verbas são ainda mais curtas. Mas manter um ambiente que propicie alinhamento entre todas as áreas da empresa exige do gestor habilidades para motivar, inspirar e desafiar sua equipe, buscando tirar o melhor de cada um. "Em momentos de crise, essas habilidades se tornam ainda mais essenciais", acredita.

PREPARO Tendemos a pensar que a aquisição de conhecimentos está relacionada a cursos, treinamentos ou à base da formação de um profissional. Para Georgina, é essencial que as pessoas estejam atentas a construir uma boa base de conhecimentos acadêmicos. Entretanto, é na vivência do cotidiano que ocorrem, na maioria das vezes, as conexões sistêmicas e o real entendimento do funcionamento do negócio", defende. Ela sugere que os profissionais fiquem atentos e aproveitem as oportunidades de interações em todos os níveis para ampliar e exercitar as competências.



Vale discutir temas de processos transversais com outros profissionais, participar de grupos de análise e implementação estratégica, estar presente em grupos de competitividade setorial, ter um conselheiro ou mentor com essa capacidade de cruzar as fronteiras do conhecimento e processos e, principalmente, exercitar continuamente a capacidade de escuta e manter-se conectado às tendências e aos movimentos da sociedade. "Hoje, não basta ter a qualificação técnica específica. É preciso que os profissionais incorporem essas premissas listadas em sua performance, pois, se sobram profissionais graduados, faltam pessoas capazes de fazer a diferença entre os seus pares", alerta.


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