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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 19-04-2015 - 12:06 -   Notícia original Link para notícia
Intraempreendedor, o líder que todo mundo precisa

Basta abrir um site, uma revista, um jornal ou mesmo ligar a televisão para sermos bombardeados por histórias de pessoas que largaram um emprego chato e tornaram-se donas de seu próprio negócio. Dentistas que deixaram o consultório para abrir uma pousada, publicitários que abandonaram a agência para tocar um foodtruck, executivos que trocaram as viagens frequentes por uma fábrica de bijuterias na garagem, engenheiros que, sei lá, viraram guias de turismo. Os relatos sempre são de pessoas muito felizes e realizadas, algumas até milionárias.



A questão é que as matérias são escritas de tal forma que a única conclusão possível é que trabalhar em uma empresa que não é sua saiu de moda há muito tempo e o indivíduo precisa ser mesmo muito acomodado para manter uma carteira de trabalho assinada. Omitem o fato de que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% das empresas fecham as portas antes de completar três anos de vida. Também se esquecem que nem todo mundo tem perfil para largar tudo e recomeçar do zero, e, nem por isso, são profissionais menos importantes ou menos valorizados.



Empreender significa experimentar, realizar, tomar iniciativa, colocar em prática. E para quem é empreendedor, fazer acontecer na sua empresa ou na de outrem dá no mesmo. Há pessoas que, por motivos diversos, preferem ter a segurança do salário, das férias remuneradas, do décimo terceiro e da licença médica quando precisar. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que elas sejam acomodadas ou menos empreendedoras que aquelas que tentam carreira solo.



Convencer o chefe ou o departamento de que a ideia é boa, factível e que pode ser lucrativa é tão difícil quanto convencer um investidor. Estruturar uma equipe com gente competente, engajada, com talentos complementares e sintonizadas com a visão da empresa é igualmente desafiador se você é o dono ou se é apenas o coordenador. Administrar o tempo e os recursos, cumprir prazos e não deixar faltar dinheiro é complicado em qualquer contexto. Um empreendedor carrega a proatividade no sangue, seja como dono, seja como colaborador.



O segredo, nos dois casos, é a consciência da liderança.O líder é um sujeito que consegue enxergar o futuro e ver um cenário que deseja que se torne real. Como o líder quer muito que essa visão se materialize, pensa num jeito de fazê-la se realizar. Estuda caminhos e descobre um jeito. Quanto mais ambicioso é o cenário, mais o líder entende que não consegue construí-lo sozinho - precisa da ajuda de outras pessoas, outros profissionais, outras competências. Precisa de mais gente que também tenha a mesma visão e que queira ir junto com ele no caminho para chegar lá.



Então, o que o líder faz? Apresenta esse cenário de maneira que consiga inspirar outras pessoas a segui-lo. Ele consegue comunicar a ideia de maneira que os seguidores consigam ver e entender o papel e a importância de cada um na construção do caminho. E tanto faz se ele precisa convencer o chefe, os companheiros de departamento, o gerente do banco ou futuros colaboradores que começarão ganhando pouco.



E tem mais: dependendo da complexidade do cenário, o líder entende que o caminho é longo, penoso e que não consegue dar conta sozinho. Aí, não tem outro jeito: ele tem que preparar alguns seguidores para assumir a liderança em determinados trechos. Os envolvidos sabem que o foco é a visão, o cenário futuro, que não inclui o umbigo de ninguém. Quem é o líder em qual parte do caminho é apenas um detalhe técnico.



Resumindo, o líder é alguém com uma visão e sabe como fazer para torná-la real. Quando faz isso em sua própria empresa, é um empreendedor. Quando faz isso numa organização da qual não é sócio, é um intraempreendedor. As empresas sabem que líderes são valiosos e importantes para realizar sua visão; sem eles, não há como ter sucesso.
Então, se você não está disposto a arriscar tudo para abrir um negócio baseado na incerteza e prefere um pouco de segurança para ousar, o caminho é esse mesmo. Encontre uma empresa que compartilhe da sua visão, que esteja alinhada com seus valores e faça acontecer.
O mercado, a sua família, a empresa, os clientes, os colegas de trabalho e os investidores agradecem.


*Lígia Fascioni é referência internacional em inovação, gestão e liderança. Reside atualmente na Alemanha, onde é sócia de uma start up de tecnologia. Ela estará em Belo Horizonte durante o 19º Congresso Mineiro sobre Gestão de Pessoas, que ocorrerá em 6 e 7 de maio, no Minascentro.

Contato: aline@sinaldefumaca.com.br


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