Segundo a CDLCDL, inflação, crédito caro e aumento do desemprego espantam os consumidores

Em queda. Conjuntura econômica é desfavorável e afasta consumidores do comércio de BH

ANGÉLICA DINIZ ESPECIAL PARA O TEMPO

O mês de fevereiro foi negativo para o comércio varejista de Belo Horizonte e as previsões para o resto do ano não são nada animadoras. Levantamento divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL-BH) aponta queda de 4,67%, na comparação com fevereiro de 2014, e 6,73 em relação a janeiro deste ano. As vendas entre os meses de fevereiro são as piores desde o ano de 2007.

A projeção de vendas para 2015 também é fraca. Segundo avaliou o presidente da CDLCDL, Bruno FalciBruno Falci, o crescimento deve ser inferior a 1%. Para o Dia das Mães, a previsão é de aumento de apenas 0,21% em uma das principais datas do comércio. "Fatores diversos têm contribuído para a queda nas vendas: juros elevados, inflação em alta, aumento do índice de desocupação e queda da renda", analisou.

No comparativo entre fevereiro de 2015 com o mesmo período do ano passado, apresentaram queda artigos diversos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (-8,12%); supermercados e produtos alimentícios (-7,6%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-6,09%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-5,5%), entre outros.

"Os consumidores estão sendo pressionados a diminuir o consumo para manterem as contas básicas de casa quitadas, resultado do aumento do custo de vida", completou Falci.

A empresária Ana Luiza faria, proprietária da butique Hi Lo, no bairro de Lourdes, já sentiu o impacto negativo. O faturamento da loja caiu cerca de 30% em relação ao mês passado. "Nossos clientes estão mais inseguros com a economia e preocupados com a inflação e, por isso, têm feito redução de gastos", confessou ela.