Após 14 semanas, analistas do relatório do BC reduzem a previsão para o IPCA deste ano de 8,20% para 8,13%

Brasília - Depois de 14 semanas consecutivas de projeções de inflação em alta, o Relatório de Mercado Focus mostra uma pequena reversão de expectativas entre os profissionais do sistema financeiro que semanalmente projetam tendências dos indicadores econômicos. Na edição do boletim divulgada ontem pelo Banco Central, os participantes do levantamento reduziram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 8,20% para 8,13%.

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida igual à da semana anterior, em 1,01%, enquanto a de 2016 passou por revisão mais pessimista, de 1,10% para 1%. A mediana das expectativas da taxa Selic manteve-se em 13,25% para 2015 e em 11,50% para o próximo ano. Já as estimativas para a taxa de câmbio foram mantidas em R$ 3,25 por dólar no final de 2015 e R$ 3,30 no final de 2016.

Em relação às expectativas da inflação, ainda não há muito a comemorar, no final das contas. Há um mês, essa expectativa estava em 7,93%. O próprio Banco Central, responsável pela divulgação do Focus, espera uma inflação de 7,9% este ano. Pelo resultado da média geral não é possível identificar alguma tendência diferente do que vem acontecendo nas últimas semanas. Afinal, no "Top 5" de médio prazo, o grupo dos economistas que mais acertam as previsões a cada semana, o movimento foi contrário ao do restante.

O pessimismo mantém o tom entre os "Top 5" com a mediana para o IPCA deste ano seguindo acima da banda superior de 6,5% da meta e passando de 8,44% para 8,73% esta semana. Quatro semanas atrás, estava em 8,33%.

Para o fim de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60%. Quatro semanas atrás estava neste mesmo nível. Já no "Top 5", a projeção para a inflação ao final do ano que vem foi corrigida para próximo do limite máximo de tolerância, ao passar de 5,64% para 6,40% - um mês antes estava em 5,61%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado no mês passado, a taxa ficará em 4,9% pelo cenário de mercado - que considera juros e dólar constantes - ou em 5,1%, levando-se em consideração as estimativas da Focus imediatamente anterior ao documento.

As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem elevadas, mas voltaram a mostrar recuo. Nesta edição de ontem, essa projeção passou de 6,11% para 5,99% - um mês antes estava em 6,58%. No curto prazo, os preços mostram um pouco mais de controle quando comparado aos resultados dos três primeiros meses do ano.

Abril - Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1,22% em fevereiro, e de 1,32% em março, a projeção para a taxa de inflação em abril, desacelerou para um percentual abaixo de 1%. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 0,64% para 0,65% - um mês antes, estava em 0,60%. Em maio, esse indicador de custo de vida pode esfriar ainda mais, quando o índice deve ter alta de 0,48% - acima dos 0,46% previstos na semana anterior e dos 0,45% estimados quatro edições da Focus atrás. (AE)