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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 13-04-2015 - 10:05 -   Notícia original Link para notícia
Com dólar a R$ 3, estudar no exterior exige planejamento maior

Como opção para reduzir custos, analistas sugerem alterar o destino


Para compensar a alta da moeda americana, Ronaldo Martins (foto) optou por um destino fora dos EUA -SÃO PAULO- O zootecnista Ronaldo Martins começou a planejar um curso de aperfeiçoamento no exterior há um ano, quando a cotação do dólar não ultrapassava os R$ 2,25. O plano inicial era aproveitar as férias para fazer um curso de inglês nos Estados Unidos. Em outubro, quando a moeda americana começou a subir com mais força, já encostando nos R$ 2,60, ele percebeu que a viagem estava ficando fora do orçamento. O jeito foi refazer as contas e cortar algumas despesas, o que significou mudar o destino e o tipo de hospedagem.


MARCOS ALVESNovos horizontes. Ronaldo Martins trocou os EUA pelo Canadá: "A economia foi suficiente para pagar a passagem"


- A economia que eu fiz em mudar o destino dos Estados Unidos para o Canadá foi o suficiente para pagar a passagem, mantendo-me no orçamento inicial - conta Martins, que viaja em maio.


Refazer os planos iniciais tem sido a saída de alguns estudantes para manter o sonho de estudar no exterior e driblar o aumento da cotação do dólar, que só neste ano já subiu 15%.


Com o novo destino escolhido, em outubro Martins usou os recursos aplicados na caderneta de poupança para pagar curso, hospedagem e estadia. Além disso, continuou juntando dinheiro para comprar os dólares canadenses.


ANTECEDÊNCIA DE UM A 2 ANOS


Segundo Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, planejar com antecedência um curso no exterior é essencial para que os custos não fujam do controle:


- No início do planejamento, é bom checar ao menos três possibilidades de destino, já que as moedas se comportam de forma diferente. É também importante embutir todos os outros custos, como passagem, hospedagem e gastos com alimentação.


Ao ter ideia do custo total, é possível estipular o prazo necessário para juntar os recursos. Nesse período, a dica é escolher alternativas seguras e que tenham um bom rendimento, como títulos públicos, que acompanham a alta dos juros. A poupança, escolhida por Martins, é considerada pouco favorável neste momento.


Calil afirma que, no caso de cursos de longa duração, como um intercâmbio para estudantes do nível médio, o ideal é começar o planejamento dois anos antes. Para os mais curtos, um prazo de 12 meses é adequado. Mas ele ressalta que nem todo mundo consegue iniciar o projeto com essa antecedência.


Sobre os recursos a serem usados no exterior, Calil tem duas recomendações. Se o curso for de longa duração e a pessoa for gastar mais de US$ 20 mil, é melhor abrir uma conta no exterior e enviar o dinheiro do Brasil para o país escolhido.


- A cotação do dólar em uma remessa como essa é mais baixa que a do dólar turismo, e também se evita o custo do IOF de 6,38% dos cartões pré-pagos - explica, lembrando que essa conta pode ser utilizada para pagar o curso e a hospedagem, se o estudante não quiser recorrer a uma agência.


Se a quantia a ser gasta for inferior, Calil recomenda juntar dinheiro e concentrar a compra da moeda estrangeira em uma ou duas vezes, para negociar uma taxa de câmbio melhor e reduzir os gastos com os custos fixos dessas operações.


ALTERNATIVAS MAIS BARATAS


O diretor de vendas da Central de Intercâmbio (CI), Jan Wrede, conta que, com o dólar acima de R$ 3 - na sexta-feira, fechou a R$ 3,072 - cresceu a procura por destinos fora dos EUA e por alternativas mais baratas de hospedagem. Afinal de contas, o dólar vem ganhando força em todo o mundo, e não foi apenas o real que perdeu valor.


- Mostramos que há outras opções, como fazer inglês na Irlanda ou África do Sul, ou um


high school (ensino médio) no Canadá em vez de nos Estados Unidos - explica Wrede.


Mudar o destino já rende uma bela economia: um curso de quatro semanas de inglês com hospedagem em meia pensão em Vancouver, no Canadá, custa R$ 4.366,43, valor 45% menor que em Nova York. Outra maneira de cortar gastos é ficar em casa de família - algo mais barato que alugar um flat ou ficar em residências estudantis, em geral nas regiões mais centrais e caras.


A gerente de Curso da STB, Marcia Mattos, diz ainda que, para reduzir os gastos, as pessoas têm procurado cursos em cidades do interior da Inglaterra, cujo custo de vida é inferior ao de Londres, e fora das grandes cidades americanas.


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