Prefeito de BH afirmou que financiamentos externos podem ser saída para grandes cidades

No comando da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) pelos próximos dois anos, o chefe do Executivo de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) definiu que sua missão à frente da entidade tem como meta uma interlocução com o governo federal e com o Congresso Nacional para socorrer os municípios em um cenário de crise.

Para que haja uma interlocução maior do governo federal com as prefeituras, o prefeito disse ter chegado a um consenso sobre a possibilidade de reuniões periódicas entre representantes dos municípios e um interlocutor da União. A tarefa, do lado das prefeituras, caberá a Lacerda. No campo federal, a missão está nas mãos do vice-presidente Michel Temer.

Uma primeira reunião de trabalho para ampliar a relação entre os entes federados, municípios e União, entre o prefeito de Belo Horizonte e o vice-presidente, está prevista para acontecer já no próximo mês.

"Vamos buscar mudanças legais, que tornem a vida dos prefeitos menos difícil. Esse será o foco da primeira reunião, em maio, coordenada pelo vice-presidente. E a presidente Dilma nos disse que estará antenada nesse assunto", contou Lacerda em entrevista a O TEMPO.

Lacerda assume o lugar do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, no comando da FNP. A entidade, criada em 1989 sob a coordenação da então prefeita de São Paulo, Luiz Eurundina, é suprapartidária e reúne centenas de prefeituras.

Lacerda definiu como sua prioridade trabalhar por mudanças na legislação e negou que sua missão se restrinja a apenas pleitear recursos federais para prefeituras.

Nesta semana, o prefeito da capital mineira participou de uma reunião de três horas com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

A busca para aliviar os efeitos da turbulência financeira nas cidades brasileiras, avalia Lacerda, passa pela boa expectativa de aprovação de projeto que prevê a mudança no indexador das dívidas de Estados e municípios, que deve ser votado no Senado Federal na próxima semana.

Além disso, destaca o prefeito de Belo Horizonte, há a discussão sobre a possibilidade de aquisição de empréstimos com entidades de financiamento externas, para grandes cidades, e internas, para as pequenas prefeituras. "O mais importante é destravar o desenvolvimento econômico. Enquanto isso não acontece, temos que conviver com a crise. Com humildade e criatividade, precisamos contornar as dificuldades", defendeu.