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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 10-04-2015 - 09:21 -   Notícia original Link para notícia
Cartões de crédito cobram maiores juros em 16 anos

Taxas médias para pessoa física alcançaram 6,71% ao mês, diz a Anfac    




Inflação e impostos elevam os riscos dos empréstimos/Arquivo DC


São Paulo - Os juros que incidem sobre o rotativo do cartão de crédito - quando o consumidor deixa de pagar a fatura integral - alcançaram o maior patamar desde abril de 1999, superando os 290% ao ano, de acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Segundo a associação, a taxa cobrada do consumidor na modalidade passou de 11,67% ao mês (ou 276,04% ao ano) em fevereiro para 12,02% mensais (ou 290,43% ao ano) em março, afetada pelos aumentos recentes do juro básico (Selic) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

Em março, os juros médios para pessoa física atingiram 6,71% ao mês (ou 118% ao ano), maior nível desde agosto de 2011. Em fevereiro, a taxa era de 6,60% ao mês (ou 115,32% ao ano).

Os juros no cheque especial atingiram o maior patamar desde junho de 2003. A taxa média cobrada em março foi de 9,64% ao mês (ou 201,74% ao ano), ante 9,44% ao mês (ou 195,20% ao ano) em fevereiro.

A Anefac afirma que o aumento da inflação, de impostos e de juros afeta a renda das famílias e elevam o risco de inadimplência. "As expectativas para 2015 são igualmente negativas, o que leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da associação.

A expectativa é de mais aumentos do juro médio, com a possibilidade de novas elevações da Selic nas próximas reuniões do Copom. As seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac registraram aumentos em seus juros em março.



Empresas - Os juros médios cobrados de pessoas jurídicas registraram alta em março, passando de 3,73% em fevereiro (ou 55,19% ao ano) para 3,89% em março (ou 58,08% ao ano). As três linhas de crédito analisadas viram seus juros subirem.

No capital de giro, os juros subiram de 2,15% ao mês em fevereiro para 2,30% em março. Já a taxa de desconto de duplicatas avançou de 2,69% ao mês em fevereiro para 2,74% mensais em março. A conta garantida passou de 6,34% ao mês em fevereiro para 6,64% ao mês em março.


Dívidas - A inadimplência do consumidor recuou 0,2% em março na comparação com fevereiro, considerando os dados com ajuste sazonal, de acordo com números da Boa Vista SCPC. Ante março do ano passado, a queda foi de 1,9%. No primeiro trimestre de 2015, o indicador apresentou elevação de 1,3% em relação a igual período de 2014. Já na comparação do acumulado em 12 meses até fevereiro (comparado a igual intervalo no ano anterior) houve elevação de 2,0%.

Quando considerado apenas o setor de varejo, a inadimplência registrou elevação de 3,4% em março ante fevereiro. O valor médio das dívidas incluídas no mês passado foi de R$ 1.123,00, após ajustes estatísticos. Na análise regional, o resultado mensal na série com ajuste sazonal apresentou maior alta no Nordeste (7,1%), seguido do Norte (2,0%) e Sul (0,8%). No Centro-Oeste (-3,9%) e Sudeste (-2,0%) houve queda.

"A longo prazo, evidenciada pelos valores acumulados em 12 meses, continuou apresentando elevação, fato que deverá ser acompanhado mais cautelosamente nos próximos meses", diz a Boa Vista em relatório. A expectativa da companhia é de que a inadimplência este ano suba 3%. Para a taxa de inadimplência oficial do Banco Central, a projeção (já com base na nova série) é de 5,8%. (AE/FP)


Relatório identifica perfil dos endividados                                                      


São Paulo - Os consumidores Lque mais pediram crédito nos banAcos entre janeiro e fevereiro deste Lano pertencem ao grupo de jovens Ladultos da periferia, um dos princiApais protagonistas da ascensão da Lnova classe média no País. São pesAsoas que se inseriram no mercado Lde consumo parcelando compras Lpor meio de cartão de crédito, crediAário e outras formas de parcelaALmento que sofrem o impacto da alta de juros.

Os dados fazem parte de levantaAmento da Serasa Experian, que conAsiderou 11 grupos da sociedade, Lagrupados no estudo Mosaic Brasil a partir de 400 variáveis que consiAderam desde estilo de vida até comAportamento de consumo e finanALceiro.

Dos consumidores que buscaram crédito entre os dias 6 de janeiro e 6 de fevereiro de 2015, 17,6% estão no grupo jovens de periferia, formado em sua maior parte por adultos de 21 a 35 anos, na maior parte solteiAros e com baixa escolaridade.

"Esse grupo entrou mais recenteAmente no mercado de crédito, ainda não teve oportunidade de se educar financeiramente e têm mais dificulAdade para sair de situações de endiAvidamento", diz Juliana Azuma, Lsuperintendente da Serasa ExpeALrian.

Dados de dezembro de 2014 mosAtraram que, de cem consumidores Lque estão no grupo jovens adultos Lde periferia, somente 37 conseguiALram se livrar de dívidas e recuperar o acesso ao crédito. Em segundo Llugar nos que mais demandaram Lcréditos, estão os que pertencem ao grupo adultos urbanos estabeleciALdos (17%) - consumidores entre 30 PAGINA: da10p18.apm FINAL DA COLUNA: 2e 60 anos, com renda estável e Lemprego com carteira assinada.

Eles usam o crédito para compleAmentar o poder de compra de bens e serviços e, dessa forma, conquisALtar produtos que desejam. Com a Lalta da inflação e juros, podem ter Lcomplicações financeiras e a busca Lde mais crédito pode ser uma forma de resolver o endividamento.

Outro grupo importante que Ldemandou crédito no início deste Lano é o chamado de massa trabalhaAdora urbana (14,6% do total soliciALtado de crédito). O grupo já havia Locupado o segundo lugar no ranALking de segmentos com alto grau de endividamento. São em sua maior Lparte moradores de favelas, com Lbaixa escolaridade e que trabalham com carteira assinada, mas em funAções de menor qualificação e saláALrios mais baixos. (FP)


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