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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 09-04-2015 - 10:14 -   Notícia original Link para notícia
De olho nas oportunidades

Pesquisa mostra que o número de brasileiros que decidem ser empreendedores no país passou de 23% para 34,5% da população em 10 anos. Formalização justifica crescimento


Paulo Henrique Lobato


Publicação: 09/04/2015 04:00


Há cerca de três anos, Geovane Carlos Pereira enxergou a oportunidade de pegar suas economias e aproveitar os contatos que já tinha no mercado de alimentos para pássaros e fundou uma loja no ramo, a Gabi Ração, em Caratinga, no Vale do Aço, a 300 quilômetros de Belo Horizonte. "É preciso se esforçar muito para ter sucesso no que faz", orienta o rapaz, que faz parte de uma estatística que não parou de crescer nos últimos anos. A nova edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), constatou que a taxa total de empreendedorismo no país saltou de 23%, em 2004, para 34,5%, em 2014. Em relação a 2013 (32,3%), a alta foi de 2,2 pontos percentuais.

Levando-se em conta os últimos dados sobre população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que a pesquisa GEM aborda o universo de homens e mulheres entre 18 e 64 anos, significa dizer que o total de empreendedores no país é de aproximadamente 45 milhões de pessoas. A taxa é dividida em dois grupos: os iniciais, com negócios de até três anos e meio, e os estabelecidos, empresas mais longevas. O indicador dos iniciais se manteve praticamente estável de 2013 para 2014, de 17,3% para 17,2%. O outro subiu 2,1 pontos percentuais no mesmo período, atingindo 17,5%.

Embora a economia do Brasil esteja em desaceleração, com o governo já admitindo retração no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, avalia que o resultado demonstra que, além de mais pessoas permanecerem no mundo empresarial, outros empreendedores têm enxergado a oportunidade de serem donos dos próprios negócios. "Esse valor recorde pode ser atribuído, também, ao incremento do número de formalizações que temos presenciado nos últimos anos e às melhorias no ambiente legal, como a criação e ampliação do Supersimples", destaca Barretto.

Apenas a título de esclarecimento, o Supersimples é um sistema integrado de pagamento de tributos que beneficia as micro e pequenas empresas. Um dos objetivos é a redução da carga tributária. Outro é pôr fim à burocracia na implantação das empresas.

O estudo concluiu que "84,1% dos empreendimentos iniciais não têm empregados atualmente. No caso dos empreendimentos estabelecidos, esse percentual foi de 79,5%". Essa constatação sugere que a maioria desse universo seja de microempreendedores individuais (MEIs), categoria criada em 2009 com objetivo de migrar o dono do próprio negócio que atua na informalidade para a formalidade. Uma das exigências é a de que o MEI tenha faturamento anual máximo de R$ 60 mil.

Por outro lado, a previsão desses microempreendedores é fomentar o emprego formal no futuro. Tanto que, segundo a pesquisa, "44% dos empreendedores iniciais afirmaram que nos próximos cinco anos têm a expectativa de gerar pelo menos um emprego. Merece destaque a indicação de 16,7% desses empreendedores que pretendem gerar cinco ou mais vagas nos próximos anos".

BRICS Assim como já identificado em edições anteriores, a taxa de empreendedores no país é a maior entre as nações que compõem o chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). "Quando comparado com os países que compõem o Brics, o Brasil é a nação com a maior taxa de empreendedorismo, ficando quase oito pontos percentuais à frente da China, com uma taxa de 26,7%", ressalta Luiz Barretto. Na Índia, 10,2%. Na África do Sul, 9,6%. Na Rússia, 8,6%.


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