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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 02-04-2015 - 10:11 -   Notícia original Link para notícia
Produção industrial tem maior queda desde julho de 2009

Em fevereiro, recuo de 0,9% ante janeiro


Rio - Os resultados da indústria em fevereiro mostram que o setor está longe de uma recuperação. A produção recuou 0,9% em relação a janeiro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento do mês anterior ainda foi revisado de 2% para apenas 0,3%, o que aumenta as chances de que o Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) no primeiro trimestre do ano tenha ficado negativo, alertam analistas.

"São muitos fatores jogando contra (a recuperação) nos próximos meses", afirmou o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Alves de Melo. Na comparação com fevereiro do ano passado, o tombo na produção foi de 9,1%, o pior resultado desde julho de 2009, período da crise financeira internacional. Dos 26 ramos investigados, 24 registraram retração. Houve redução na fabricação de 70,2% dos 805 itens pesquisados.

"O que impressiona é o comportamento de bens de capital e bens duráveis, que são dois setores que dependem muito do crédito e das expectativas. O crédito está ruim, e as expectativas de consumidores e empresários também estão muito negativas", apontou Julio Gomes de Almeida, professor do Departamento de Economia da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

A categoria de bens de capital, que indica a realização de investimentos, recuou 25,7% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Já a de bens de consumo duráveis, que mostra o comprometimento das famílias com dívidas no médio e longo prazos, teve queda de 25,8%. "" um desastre", definiu Gomes de Almeida. "O declínio na produção industrial deve ser ainda maior neste ano do que foi em 2014 (-3,2%)", previu.


Automotivo - A indústria de veículos automotores liderou os impactos negativos entre as atividades pesquisadas em fevereiro, com um recuo de 30,4%. O segmento reduziu a fabricação de 97% dos produtos investigados. "O setor automotivo tem registro de paradas para manutenção, férias coletivas, lay-off, reduções de jornada de trabalho atingindo não só a produção de automóveis mas também a de caminhões e, conseqüentemente, a parte de autopeças. Não por acaso a atividade lidera em termos de impacto negativo (sobre o total da indústria) em todas as comparações", disse André Macedo, gerente na Coordenação de Indústria do IBGE.

O mau desempenho até teve influência do calendário. A celebração do Carnaval em fevereiro deste ano fez com que o mês tivesse dois dias úteis a menos do que fevereiro de 2014. "Mas não foi só isso. A seqüência de resultados negativos já vem desde março do ano passado", ressaltou Macedo. Como conseqüência de meses de perdas, a indústria nacional já opera 10% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013

"O cenário de baixa confiança, de demanda bastante fraca e o conseqüente processo de elevação de estoques devem continuar limitando a capacidade de reação da atividade industrial", avaliou Rafael Bacciotti, analista da Tendências Consultoria Integrada. (AE)


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