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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 01-04-2015 - 09:23 -   Notícia original Link para notícia
Fundos lideram investimentos

Fundos lideram investimentos



São Paulo- Com a alta acumulada de quase 21% do dólar nos três primeiros meses do ano, o melhor primeiro trimestre para o dólar desde o mesmo período de 1999, os fundos cambiais lideraram o ranking do mercado financeiro. O levantamento que computa o desempenho no período e desconta Imposto de Renda, aponta que os fundos cambiais tiveram valorização de 17% no trimestre (após desconto de IR, que é de 17,5% na categoria). Em 12 meses, a alta foi de 31,28% (sem IR). O produto, que costuma ter custos elevados de taxa de administração, é uma alternativa para diversificação de investimentos e de proteção para pessoas com despesas em dólar.

No sentido contrário, a poupança - tanto para depósitos até 3 de maio de 2012 quanto após essa data - teve o pior desempenho no trimestre, com valorização de 1,75%. Em 12 meses, o ganho da poupança também ficou na lanterna dos investimentos, com avanço de 7,12%. A caderneta é isenta de IR.

A inflação medida pelo IPCA (índice oficial) é de 2,48% no ano até fevereiro e de 7,70% em 12 meses, também até fevereiro. Para março, a projeção é de 1,40%, de acordo com o mais recente boletim Focus, do Banco Central.

Além do desempenho no trimestre, que ajuda a identificar as principais influências sobre os investimentos nesse período, o retorno em 12 meses é considerado por refletir o comportamento dos investimentos em um prazo maior, corrigindo eventuais oscilações de curto prazo. Manter uma aplicação por pelo menos um ano também reduz a alíquota de IR a pagar.

Para tomar uma decisão de investimento, não deve ser levada apenas em conta a rentabilidade passada, pois, como bem alertam os informativos de fundos e outras aplicações, ela não é garantia de rentabilidade no futuro.


Dólar - Em 12 meses, a moeda americana registra valorização de quase 42%. Para Carlos Pedroso, economista sênior do Banco de Tokyo-Mitsubishi, as dúvidas sobre o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos pesaram, assim como a crise política que o país vivenciou, após um embate entre Congresso e governo em torno da aprovação das medidas de ajuste fiscal.

"As idas e vindas da questão política acabaram afetando o mercado, principalmente com a devolução da medida provisória da desoneração da folha de pagamentos. Mas o mercado ficou à espera de uma indicação do Fed (banco central americano), que acabou não acontecendo", ressalta.

Um aumento dos juros deixa os títulos americanos - considerados de baixo risco e cuja taxa de remuneração acompanha a oscilação do juro básico - mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco - como emergentes, incluindo o Brasil. Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil, o preço da moeda americana sobe.

A questão fiscal volta ao foco dos investidores nas próximas semanas, diz Pedroso. Em abril devem ser votadas no Congresso duas medidas provisórias envolvendo os ajustes. "Se houver dificuldades nessas aprovações, o câmbio vai estressar e subir. Mas se a solução for positiva, o dólar pode cair", destaca.

Apesar da alta dos fundos cambiais no mês e em 12 meses, a aplicação é indicada para quem tem alguma despesa em moeda estrangeira ou uma viagem agendada, por exemplo, e quer se proteger da oscilação cambial. (FP)


Ações recuperam ganhos com exterior


São Paulo - A Bolsa fechou com alta de 2,3% no trimestre, enquanto em 12 meses o avanço é de 1,46%. O Ibovespa seguiu o fluxo dos mercados internacionais, devido ao ressurgimento de preocupações de que a Grécia não consiga alcançar um acordo para desbloquear parte do dinheiro necessário para pagar parte de suas dívidas.

Pesou também no trimestre possibilidade de o Brasil ser rebaixado por agências de classificação de risco, afirma Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Em março, a Standard & Poor´s (S&P) anunciou que manteria a nota de crédito do país. Isso significa que o Brasil continua sendo considerado bom pagador.

"O mercado não andou. Houve dois momentos mais claros: o primeiro, mais assustador, de percepção do investidor que a economia estava ruim e que a coisa poderia ficar pior ainda", diz Figueredo. "E o segundo momento em que o governo reconheceu os momentos ruins da economia e tentou colocar os ajustes em práticas."

Os ajustes continuarão no foco dos investidores, que também aguardam as decisões de outras duas agências de classificação de risco - Moody´s e Fitch - sobre a nota de crédito do Brasil, ressalta o analista.


Ouro - A commodity teve alta de 21,10% no trimestre e de 30,64% em 12 meses. A alta do ouro no período se deve principalmente à valorização do dólar no Brasil, afirma Edson Magalhães, diretor da corretora Reserva Mais. "Houve uma estabilidade nos preços do ouro no mercado internacional, mas aqui a valorização do dólar impulsionou o ouro", ressalta.

Para investir em ouro, é possível comprar contratos negociados na BM&FBovespa, que são padronizados em 250 gramas. O grama está cotado em R$ 122,80. Quem quiser comprar uma barra terá de desembolsar R$ 30.700. Há corretoras, porém, que oferecem contratos com quantidades menores do metal. O metal é considerado uma opção segura de investimento e, por isso, é mais procurado em momentos de instabilidade no mercado financeiro, como o atual.

No mercado de renda fixa, o aumento do juro básico (Selic) favoreceu os fundos de renda fixa no trimestre, que tiveram valorização de 2,47% nos três primeiros meses do ano (após o desconto de IR), e os fundos DI, com ganho de 2,23% (após IR) no período. Em 12 meses, as altas foram de 9,93% e 9,41%, respectivamente. Esses produtos aplicam em títulos cuja remuneração acompanha a tendência do juro básico, ou que estão atrelados à própria Selic. (FP)


Dólar recua com negociações de Levy no Congresso


São Paulo - O aparente aumento do diálogo entre o Congresso Nacional e o governo, representado, na verdade, pelo ministro Joaquim Levy, ajudou na desvalorização do dólar comercial ontem. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,190 na compra e a R$ 3,192 na venda, recuo de 1,23% ante o real. No mês, no entanto, a divisa subiu 11,76%. Já o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, fechou com leve queda de 0,18%, aos 51.150 pontos. Em março, o índice recuou 0,84%.

Em pregão de forte volatilidade, a moeda americana operou entre a mínima de R$ 3,167 e a máxima de R$ 3,269. O cenário político, com a possibilidade de um acordo que permita a aprovação das medidas fiscais, influenciou nas negociações dessa terça-feira. "O discurso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, animou os mercados. O mercado acredita no discurso dele, de que após a aprovação das medidas os resultados fiscais vão melhorar", disse Alan Oliveira, analista da Futura Invest.

O ministro participou de audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e, entre outras coisas, avisou que não há como o BNDES continuar a praticar juros baixos. O objetivo do ministro é mostrar que as medidas de ajuste fiscal são necessárias e que é preciso evitar medidas de renúncia de impostos.

Além disso, é esperado avanço na negociação do projeto que garante um novo indexador para a dívida de estados e municípios. Esse cenário favorável fez com que os dados fiscais divulgados pela manhã, de um déficit de R$ 2,3 bilhões em fevereiro no setor público consolidado (União, estados, municípios e estatais), pressionassem menos os negócios.

"Houve uma volatilidade maior por ser final de mês e os dados fiscais surpreenderam. No entanto, os agentes do mercado reagiram positivamente ao fato do PMDB usar como moeda de troca, para aprovação do ajuste fiscal, o projeto de independência do BC, que é algo que agrada ao mercado", disse André Leite, gestor da Tag Investimentos, lembrando que o comportamento do dólar durante o dia esteve na contramão do mercado externo.

Na avaliação de Marcelo Castelllo Branco, apesar do recuo do dólar, a questão fiscal e política continuará influenciando os negócios no mercado cambial. Para que a pressão sobre a cotação se atenue, é necessário que avanços concretos sejam feitos.

"Os dados do governo central vieram pior do que o esperado. O Levy faz o seu discurso de sempre, mas também reconhece que há riscos para a execução fiscal. O mercado quer ver resultados concretos", disse. Além da questão política e fiscal, o fechamento da Ptax (dólar calculado pelo Banco Central que serve de parâmetro para a liquidação de contratos) acrescentou volatilidade nos negócios, o que é normal no último dia útil de cada mês.


Ações - Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações mais negociadas e com maior peso no Ibovespa operaram em terreno negativo. A queda só não foi maior devido ao desempenho das ações do setor bancário. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras fecharam em leve alta de 0,10%, cotadas a R$ 9,73, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) tiveram leve queda de 0,10%, negociadas a R$ 9,58. Já as da Vale tiveram forte queda. As preferenciais recuaram 3,73% e as ordinárias registraram desvalorização de 3,65%.

Já os bancos, que possuem o maior peso no Ibovespa, fecharam em terreno positivo. Itaú Unibanco teve alta de 0,91% e Bradesco subiu 1,60%. Já as ações do Banco do Brasil tiveram leve valorização de 0,39%. A Sabesp, que anunciou reajuste de 14% nessa terça-feira, dispara 5,85%, e a Gol, com prejuízo de R$ 1,1 bilhão no ano passado, fechou em queda de 4,75%. (AG)


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