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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 01-04-2015 - 10:16 -   Notícia original Link para notícia
Iveco investe R$ 650 milhões até 2016

Iveco investe R$ 650 milhões até 2016



A Iveco, sexta marca do mercado nacional de veículos comerciais, está investindo R$ 650 milhões dentro de um programa lançado no país em abril do ano passado e que vai se estender até o fim de 2016. A maior parte desse montante - cerca de 40% do total - será destinada à nacionalização dos caminhões produzidos no parque industrial de Sete Lagoas, em Minas Gerais.


As condições desse mercado hoje são péssimas, mas a empresa quer minimizar sua exposição às oscilações do câmbio e ganhar flexibilidade na administração dos fluxos de produção ao atrair o maior número possível de fornecedores para o entorno da fábrica.


Na média, os veículos da Iveco já têm índices de peças nacionais superiores a 60%, o que lhes garante acesso às melhores condições do Finame, a linha de financiamento a bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que oferece as taxas mais baratas do mercado. Depender dos importados para, em alguns modelos, preencher 40% dos insumos utilizados na produção torna-se, no entanto, uma situação perversa em momentos de valorização do dólar, como o atual. A meta, então, é elevar o percentual de componentes nacionais dos caminhões da marca para algo na faixa de 70% a 80%.


"Estamos falando em investimento para tornar a Iveco mais brasileira do que ela já é", diz Vilmar Fistarol, presidente na América Latina da CNH Industrial, o braço do grupo Fiat que absorveu a Iveco na reestruturação promovida pela multinacional italiana que separou o negócio de automóveis das operações de veículos comerciais, tratores agrícolas e máquinas de construção.


No momento, o grupo está em negociação com fabricantes de autopeças que poderão se instalar no distrito de fornecedores recém-criado ao lado da fábrica. Em outubro, a empresa realizou o primeiro encontro com 40 empresas interessadas em assumir parte de um volume de compras que soma R$ 1,7 bilhão a cada ano. Na primeira etapa do projeto, pretende-se colocar 20 fornecedores no parque de fornecedores. Sete deles já reservaram espaço no local.


A ideia é levar para lá fabricantes de peças cuja escala e complexidade de logística justifiquem a proximidade às linhas de montagem, bem como reunir num único ponto fornecedores que estão dispersos na região - boa parte deles com dificuldades de acesso à fábrica da Iveco, cuja estrada corta áreas urbana, reduzindo a velocidade do transporte.


Entre os ítens que estão nos planos de produção local da marca, Fistarol cita sistemas mecânicos das cabines dos caminhões, além de peças de chassis, transmissão e suspensão atualmente importadas da Europa ou da China. O executivo diz que o projeto está sendo conduzido junto com "uma centena" de fornecedores, incluindo, sem citar nomes, grandes multinacionais sistemistas.


Independentemente da situação do câmbio ou da competitividade - muitas vezes pior da indústria de suprimentos brasileira em relação à concorrência internacional -, o chefe da CNH na região diz que o grupo vem acelerando, desde o ano passado, a nacionalização de peças porque a proximidade de fornecedores dá à companhia agilidade para aumentar ou reduzir os fluxos de matérias-primas de acordo com a produção.


Fora do objetivo de aumentar o conteúdo local dos veículos, o restante dos investimentos da Iveco previstos para o país será dividido em atividades de pesquisa e desenvolvimento, modernização da fábrica, treinamento de pessoal e atualização de produtos.


O último ciclo de investimentos da companhia no país, que consumiu cerca de um terço dos € 1 bilhão investidos pela Iveco em todo o mundo, se voltou, sobretudo, à renovação e ampliação de portfólio, colocando a marca em todas as linhas desse mercado, desde os utilitários leves aos caminhões mais pesados.


O objetivo de alcançar entre 15% e 20% das vendas de caminhões no Brasil e estar, em curto espaço de tempo, entre os três maiores da indústria ficou, no entanto, para depois. Longe disso, a Iveco terminou 2014 com 6,5% do total de caminhões emplacados no país.


Montadoras param produção e Ford demite



A Ford decidiu demitir 137 operários da fábrica de motores em Taubaté (SP) que estavam há oito meses afastados da produção. O retorno estava previsto para hoje, mas, na falta de reação do mercado, a empresa não vai reintegrar o grupo. A decisão amplia um contingente de demitidos na indústria de veículos que, no fim de fevereiro, já somava 17,3 mil pessoas desde novembro de 2013, quando o setor deu início ao atual ciclo de ajustes na força de trabalho.


Em paralelo, as empresas seguem adotando soluções alternativas para administrar o excesso de mão de obra e adequar a atividade das fábrica a um mercado que acumula queda de mais de 17% neste ano. Hoje, a Fiat, líder do mercado de carros, para a produção em Betim (MG) e só volta à atividade na terça-feira, mesmo dia em que a Mercedes-Benz retoma a produção de caminhões no ABC paulista, parada desde segunda-feira.


Além das demissões em Taubaté, a Ford vai paralisar a fábrica de carros e caminhões em São Bernardo do Campo (SP) a partir do feriado de sexta-feira, com retorno apenas no dia 15 de abril - ou seja, 12 dias seguidos sem atividade fabril.


Para completar, a Volkswagen está afastando 570 operários da produção na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, com a suspensão de contratos de trabalho por até cinco meses, o já famigerado "layoff". Conforme informa o sindicato dos metalúrgicos da região, o "layoff" na Volks será aplicado em três turmas, sendo a primeira, formada por 190 funcionários, iniciada já nesta semana. A partir de segunda-feira, entram em "layoff" outros 110 trabalhadores e na semana seguinte a última turma, de 270 operários. A montadora, com isso, faz um rodízio de um grupo com número próximo de empregados - 572 - que no mês passado voltou de um "layoff" iniciado em outubro.


No caso da Ford, a indenização oferecida aos demitidos da fábrica de Taubaté é a mesma prevista no Programa de Demissões Voluntárias (PDV) aberto na unidade - e também na fábrica do ABC -, com pagamento de valor equivalente a 83% do salário por ano trabalhado, ou 140% no caso de trabalhadores com restrição médica.


Segundo o sindicato, o grupo de operários dispensados ficou fora do acordo fechado pela montadora em suas fábricas paulistas que prevê estabilidade de emprego até 2017. A entidade informa que a fábrica de motores de Taubaté vem operando há quase um ano em esquema de semana curta de trabalho, com um dia a menos de produção. A unidade diminuiu o ritmo após a aposentadoria da linha de propulsores da família Rocam.


De acordo com informações do sindicato, cerca de 500 trabalhadores já aderiram ao PDV da Ford em Taubaté, que está em vigor desde o primeiro trimestre do ano passado. Com as demissões anunciadas ontem, o número de vagas eliminadas chega, portanto, a 637 operários, ou 35% do efetivo da fábrica antes do início do ajuste.


Entre agosto e setembro, a Ford, em duas turmas, colocou 224 empregados de Taubaté em "layoff", ferramenta em que parte do salário (R$ 1,3 mil) é financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Para evitar demissões, a empresa, em dezembro, entrou em acordo com o sindicato para adiar o retorno deles por mais três meses. Contudo, todo o custo passou a ser assumido pela montadora, sem o apoio do FAT, já que o "layoff" tem duração máxima de cinco meses. Na época, o grupo de trabalhadores afastados já estava mais reduzido porque parte dos operários havia aderido ao PDV. Tais alternativas, no entanto, "foram insuficientes para manter os contratos de trabalho", como relatou a própria empresa na nota em que confirma as demissões.



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