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Valor Online ( Finanças ) - SP - Brasil - 31-03-2015 - 09:32 -   Notícia original Link para notícia
Disputa por maquininha fica acirrada

Por Felipe Datt | Para o Valor, de São Paulo


Lançada há dez anos com o objetivo de capturar as transações do cartão próprio do Banrisul, o Banricompras, a rede de adquirência do banco gaúcho passou por uma grande transformação nos últimos três anos. Desde 2012, foi habilitada a capturar transações das bandeiras Mastercard e Visa, culminando, há um ano, com seu reposicionamento no mercado. Em 2014, a agora multibandeira Vero registrou 118 milhões de operações com cartões, alta de 33,3% na comparação com o ano anterior, e volume financeiro que avançou 41,7%, para R$ 14,9 bilhões.


O desempenho garantiu à Vero um share de 1,60% no mercado nacional de adquirência - que atua no credenciamento dos lojistas e permite a captura de transações feitas com cartões de crédito e débito. Até dezembro, as maquininhas esverdeadas da credenciadora estavam presentes em 161 mil estabelecimentos. "A meta é alcançar 5% do mercado nacional, em transações, em cinco anos. Para isso, será preciso concretizar o projeto de expansão nacional e crescer fora da região Sul", diz o presidente da Banrisul Cartões, Bolivar Tarrago Moura Neto.


A movimentação da Vero é mais um indício de uma batalha que será disputada de maneira cada vez mais intensa nos próximos anos: a disputa pelo mercado de "maquininhas". "Hoje temos oito empresas credenciadoras filiadas e o aumento da concorrência é ótimo tanto para os comerciantes quanto para os portadores (de cartão). Para as adquirentes, a concorrência fará com que apostem em mais criatividade, inovação e elevem os investimentos", diz o diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira.


O mercado de adquirência era, até 2010, praticamente um duopólio das marcas Cielo (controlada por Bradesco e Banco do Brasil) e Rede (ex-Redecard, do Itaú). A partir de 2013, o Banco Central passou a estimular uma maior competição. Desde então, o mercado de adquirência ganha dinamismo com a busca por uma fatia de mercado por players nacionais e estrangeiros, como Elavo e First Data, o reposicionamento de alguns grupos, como o próprio Banrisul, e um apetite crescente das gigantes.


Em novembro de 2014, BB e Cielo anunciaram a criação de uma joint-venture, avaliada em R$ 11,6 bilhões, para gerir os negócios com cartões das duas instituições.


Em comum, essas empresas miram um segmento que, embora não tenha o mesmo ímpeto de outrora em suas taxas de crescimento, ainda avança dois dígitos anualmente. Dados da Abecs mostram que os valores transacionados em 2014 com crédito e débito somaram R$ 978,8 bilhões, alta de 14,8% sobre 2013. Foram 10,3 bilhões de transações realizadas com o plástico. Para 2015, a expectativa é alcançar R$ 1,1 trilhão, um avanço de 12,5%.


As adquirentes enxergam o potencial desse mercado, notadamente o grande número de brasileiros não bancarizados e os estabelecimentos que não aceitam esses meios de pagamento. Os cartões respondem por 29,5% do consumo das famílias, um percentual que em 2008 não ultrapassava 18%. O cartão de crédito já é responsável por 53,1% do volume de crédito liberado para financiar bens e serviços.


Uma das primeiras adquirentes a disputar um mercado até então concentrado nas mãos de dois players, em 2010, foi a GetNet, em joint-venture com o Santander. Em julho do ano passado, o banco assumiu o controle da empresa. Em 2014, foram 635,1 milhões de transações (alta de 27% sobre 2013) e um volume financeiro de R$ 60,92 bilhões (acréscimo de 43%). "Com a aquisição, o Santander passa a contar com mais flexibilidade para investir e definir a estratégia comercial no segmento de pagamentos eletrônicos", diz o presidente da empresa de adquirência, Pedro Coutinho.


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