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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 27-03-2015 - 10:33 -   Notícia original Link para notícia
Diante de consumidor retraído, setor põe produtos em oferta

Os fabricantes de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos ampliaram o faturamento no ano passado em 11%, chegando a R$ 101,7 bilhões - uma expansão considerável diante de uma economia fraca. Mas este ritmo não está garantido em 2015, que começa com o consumidor mais retraído e as empresas colocando produtos em promoção.


"Há ofertas em todos os canais, em lojas físicas e em catálogos de venda direta. As empresas estão sentindo que o bolso do consumidor está apertado", diz o presidente da associação do setor (Abihpec), João Carlos Basílio.


Ele observa que "o momento é de grande volatilidade" no país, o que torna quase impossível traçar um cenário de vendas para o ano. As empresas, diz Basílio, estão faturando "da boca para o cofre, para fechar o mês."


"Esperamos que o impasse na política seja solucionado o mais rápido possível", diz o presidente da Abihpec, referindo-se às dificuldades que o governo federal vem enfrentando para aprovar medidas no Congresso.


Neste cenário de incertezas, uma coisa é certa: o movimento de sofisticação do consumo da classe média foi interrompido. As empresas, neste ano, vão defender suas fatias no mercado. Para isso, a estratégia pode passar por oferecer embalagens menores, para estampar um preço mais apetecível aos olhos do consumidor.


Novos investimentos para ampliar a capacidade de produção neste ano são uma incógnita. Em 2014, lembrou Basílio, foram inauguradas quatro fábricas de grande porte - da Boticário, na Bahia, da Natura, no Pará, da Unilever, em São Paulo, e da Procter & Gamble, no Rio de Janeiro. Os investimentos anuais do setor têm ficado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,9 bilhão.


No ano passado, segundo dados da Euromonitor divulgados pela Abihpec, as vendas da categoria de produtos de proteção solar mostraram um crescimento expressivo: 17,2% em relação a 2013, somando R$ 1,7 bilhão. As vendas de produtos infantis somaram R$ 1,9 bilhão, com aumento de quase 20%.


O segmento que mostrou a menor taxa de expansão nas vendas foi o de produtos para banho (sabonetes em barra e líquido, por exemplo) - 7,4%, apenas um ponto acima da inflação do setor medida pelo IPCA/IBGE que ficou em 6,3%. Basílio observa que esse tipo de produto tem alta taxa de penetração nos lares brasileiros, acima de 90%. Ainda assim, ele diz que um aumento real de 1% nas vendas indica que o medo de ficar sem água levou o brasileiro a tomar banhos mais rápidos.


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