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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 19-03-2015 - 08:50 -   Notícia original Link para notícia
Política monetária será mantida

BC prioriza resultados no curto prazo, com o IPCA no centro da meta de 4,5% em 2016   



                   


Diante de executivos de bancos, Tombini disse que segue vigilante no objetivo de derrubar a inflação/Marcelo Camargo / ABr


São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ontem que a autoridade monetária seguirá "vigilante" até que a inflação recue. Diante de dezenas de executivos, que participavam de um evento promovido pelo banco Goldman Sachs, em São Paulo, ele assegurou que o objetivo é que a inflação mensal permaneça elevada apenas no início deste ano.

"A condução da política monetária está e continuará vigilante para assegurar que os efeitos dos ajustes de preços em curso sobre a inflação fiquem circunscritos ao curto prazo e para que o IPCA, o índice oficial de inflação, convirja para o centro da meta de 4,5% em 2016", afirmou.

Segundo Tombini, alguns fatores levam a autoridade monetária a acreditar que o objetivo de controlar a inflação até o ano que vem será cumprido, como a alta recente dos preços administrados, cujos reajustes vinham sendo represados pelo governo federal, e os sinais de desaquecimento no mercado de trabalho.

A alta do dólar, que encarece os produtos importados, ajuda a pressionar a inflação. Para Tombini, contudo, o enfraquecimento de outras moedas, como o Euro, pode atenuar esse efeito no mercado doméstico.

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Ajustes - Segundo Tombini, no entendimento do Banco Central, a economia brasileira está crescendo abaixo de seu potencial. Ele não esclareceu, contudo, qual taxa de expansão seria a ideal. "Temos esse tipo de avaliação: qualquer que seja o potencial, ela cresce abaixo", disse.

Segundo o presidente do BC, a economia brasileira passa por um período de ajuste "importante e necessário". Para ele, 2015 será um ano de transição, de construção de bases mais sólidas para a retomada do crescimento econômico sustentável à frente. "O governo federal está adotando um amplo, profundo e consistente conjunto de medidas fiscais, que inclui contenção de despesas correntes e parafiscais, eliminação de subsídios, realinhamento de tarifas públicas, bem como medidas de cunho mais estrutural. Com esse conjunto de medidas, busca-se assegurar uma trajetória favorável para a dívida pública", disse.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que não há decisão definida sobre a possibilidade de novas intervenções no câmbio por meio do programa de "swap cambial" - contratos que equivalem a uma venda futura de dólares. "Estamos tranqüilos. "Nas próximas semanas iremos definir o que virá pela frente", disse durante conversa com investidores em evento promovido pelo banco Goldman Sachs em São Paulo.

Ao longo do ano passado, o BC intensificou o uso do mecanismo de swap para tentar conter a alta do dólar. Existem hoje US$ 112 bilhões em contratos deste tipo no mercado, que costumavam ser renovados integralmente conforme venciam.

Desde março, porém, o volume de renovação foi reduzido e há dúvida entre os investidores do percentual de contratos que serão "rolados" em abril. No evento, Tombini defendeu que o processo de valorização do dólar não é exclusivo do Brasil. Segundo ele, os Estados Unidos consolidaram-se como o novo "motor" da economia global, diante de uma Europa em dificuldades e uma China em desaceleração.

"O dólar índex, que mede a valorização do dólar norte-americano contra as seis principais moedas, valorizou-se 25% somente nos últimos 12 meses. Ou seja, a valorização do dólar é um fenômeno global, que tem implicações tanto para os Estados Unidos, uma vez que pode suprimir um pouco o seu ímpeto de expansão, quanto para as demais economias avançadas e emergentes", disse. (AE)


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