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Edição do Brasil Online - MG ( Notícias ) - MG - Brasil - 15-03-2015 - 09:52 -   Notícia original Link para notícia
Bruno Falci - Preocupação para o comércio

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 Na sua segunda reunião de 2015 o Comitê de Política Monetária (Copom) continuou o seu ciclo de alta de juros, elevando a Selic para 12,75% ao ano. Com o objetivo de fazer a inflação convergir para o centro da meta, o governo iniciou em outubro do ano passado, um segundo ciclo de alta das taxas de juros. Essa alta veio logo após um ciclo de quedas que reduziu a Selic de 12,5% em julho de 2011 para 7,25% em outubro de 2012, seguido por um período de estabilidade até março de 2013. Logo depois assistimos o primeiro ciclo de alta, interrompido em abril de 2014, em 11% ao ano, para um novo período de manutenção da taxa de juros.


A alta dos juros tem se tornado um fator de preocupação para o comércio, pois afeta um dos principais pilares do consumo: o crédito. Apesar de vermos que a inflação tem um efeito tão prejudicial quanto o dos juros, pois corrói o poder de compra do consumidor, acreditamos que medidas de controle da inflação deveriam ser menos onerosas para o setor produtivo, para os setores de comércio e serviços e também para os consumidores.


Importante também lembrar que o aumento dos juros inibe o investimento produtivo, o que gera emprego e renda. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mês de janeiro, em Belo Horizonte, apresentou redução de 5.097 postos de trabalho, influenciado pelo setor do comércio, que sozinho fechou 2.872 vagas. O setor de serviços também demitiu - um total de 2.415 mil trabalhadores.


Os principais fatores que contribuíram para esta redução no número de postos de trabalho do comércio são a alta dos juros e da inflação, que inibem o investimento por parte do empresário. A combinação desses dois fatores acaba por corroer o poder de compra dos consumidores, na forma de crédito mais escasso, menor parcela livre do orçamento familiar ou até mesmo o fim da receita, no caso da demissão. Com menos renda, há menos consumo e as vendas caem. Consequentemente, o comércio se vê obrigado a demitir ou a deixar de contratar.


Apesar de encerrar o ano de 2014 com aumento de 2,08% nas vendas, o comércio varejista da capital mineira registrou o menor crescimento dos últimos oito anos. Com o aumento do nível dos preços, resultado da elevação da inflação, muitos consumidores acabaram reduzindo suas compras, comportamento que implicou na desaceleração do consumo, e, consequentemente, do comércio.


O emprego é um dos principais pilares do comércio, já que pessoas empregadas podem consumir e tomar crédito. Com menos consumo nas lojas, o volume de vendas despenca. Para este ano, a de Belo Horizonte (/BH) acredita num crescimento moderado para o comércio varejista da capital mineira, de até 1,0%.


As expectativas em relação ao comportamento da economia, e, consequentemente do comércio dependem do desempenho de fatores como inflação, taxa de juros e nível de desemprego. Isso porque os aumentos no nível de preços e na taxa de juros foram responsáveis pelo menor crescimento do consumo em 2014.


Além disso, o cenário econômico começa a se desenhar aos poucos, principalmente em função do pacote econômico do governo federal. Com o aumento dos impostos anunciado pelo governo todo o setor produtivo será afetado. Outras medidas afetam diretamente o consumidor e consequentemente, a economia.


 *Presidente da de Belo Horizonte (/BH)


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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