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Estado de Minas Online ( Turismo ) - MG - Brasil - 10-03-2015 - 11:15 -   Notícia original Link para notícia
Conforto e até requinte

Diferentemente do que se imagina, os hostels e albergues, que se espalham pela capital mineira, são opção segura, com quartos e serviços de primeira


Ludymilla Sá


Publicação: 10/03/2015 04:00



Hostel O Sorriso do Lagarto, no Bairro São Pedro, recebe estudantes e empresários e tem filial em Ouro Preto (MG)

O AllBags foi eleito pelo Booking um dos 10 melhores empreendimentos do tipo no mundo
Há muito tempo, os hostels e albergues deixaram de ser uma opção de hospedagem apenas para os mochileiros que se aventuram pelo mundo. Os estabelecimentos, antes bastante utilizados pelos europeus, conquistaram os brasileiros, por serem uma opção mais barata que hotéis convencionais, confortável e segura, ao contrário do que se imaginava. Dados do Ministério do Turismo apontam que, no ano passado, o número de estabelecimentos de hospedagem cadastrados chegou a 7.851, uma evolução de 3,3% em relação a 2013, muito em função da Copa do Mundo no Brasil. E os meios que mais evoluíram foram os albergues e hostels (32,2%), com 164 cadastros.

Belo Horizonte, que foi sede de seis jogos do Mundial, está entre as cidades onde foi registrado um aumento no número desse tipo de hospedaria. Segundo Patrícia Coutinho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG), haviam apenas cinco hostels na capital e outros 10 foram inaugurados antes de começar o torneio. No site de buscas booking, por outro lado, estão cadastrados 23 hostels na capital.

Na tentativa de agradar turistas do mundo inteiro, atrações criativas passaram a fazer parte do novo DNA desses empreendimentos. Alguns oferecem pacotes com roteiros culturais pela cidade e chegam a disponibilizar uma área de lazer com churrasqueira para os hóspedes, por exemplo. Outros promovem sessões de cinema ao ar livre. "Aquele tradicional conceito de hostel, com uma hospedagem desconfortável, apertada, cheio de beliches, sem qualquer preocupação com qualidade de serviços, está há muito ultrapassado em vários locais do mundo, inclusive no Brasil. Os empreendimentos oferecem hoje uma hospedagem com espaços muito bem decorados, quartos com mobiliário impecável e de primeira, inclusive suítes, passeios, traslados, eventos e um bar animado onde as pessoas possam interagir", pontuou Patrícia, também empresária do ramo - ela é dona do Unique Hostel e Pousada, localizado no Bairro Funcionários.

Ela acrescenta que os hostels estão tão sofisticados e profissionalizados na América do Sul que já existem unidades instaladas nas maiores cidades do país em sistema de franquia ou arrendamento.

Pioneiro desse segmento, O Sorriso do Lagarto Hostel e Pousada, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul, é uma prova atual dessa releitura urbana de hospedagem em Belo Horizonte. Idealizado em 2005, o albergue descolado, com diárias que variam de R$ 35 a R$ 135, recebe muitos estudantes de outros estados e empresários que vêm fazer concursos ou participar de seminários na capital. Há também uma filial em Ouro Preto, Região Central do estado, localizada a poucos metros da Praça Tiradentes.

OUTRO LADO Abrir hospedagem para empresários, inclusive, foi uma alternativa que Tatiana Oliveira, proprietária do Sorriso d'O Lagarto, encontrou para solucionar o problema da baixa ocupação. Se, para os viajantes, o aumento no número de hostels foi interessante, porque aumentaram-se as possibilidades de escolha, para os proprietários, nem tanto.

Tatiana Oliveira reclama da falta de demanda para o negócio. "Era um bom negócio até o ano passado, quando houve esse boom por causa da Copa do Mundo. Não há demanda para tudo isso. Havia uma expectativa muito grande em relação ao Mundial, mas não foi completamente atendida. Os empresários acharam que ganhariam muito dinheiro, o que não ocorreu. Posso dizer que tive, em 2014, uma das menores taxas de ocupação, porque também tínhamos de lidar com a concorrência dos hotéis que ofereciam pacotes completos para a Copa."

O francês Christothe Wantelev, dono do Lá Em Casa Hostel, no Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital, concorda que a concorrência é grande, mas acredita que atender a todo tipo de público é uma alternativa para a empresa não entrar em crise. Ele recebe em seu albergue congressistas, empresários, universitários, concurseiros e turistas de toda a parte do mundo. "Muita gente quer conhecer Belo Horizonte. Bem mais do que se imagina", afirma.

O perfil dos hóspedes é o mesmo do AllBags, também no Santa Tereza, segundo Leonardo Lobato, proprietário do hostel, que foi eleito pelo Booking um dos 10 melhores empreendimentos do tipo no mundo. "Minha clientela nunca foi só mochileiros. BH tem de tudo e não podemos rotular o turismo daqui como turismo clássico."


Quintal do Lá Em Casa Hostel, que já hospedou congressistas, empresários, universitários e turistas de vários países


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