Com filiais em três grandes centros comerciais de BH, marca de lingerie extrapola os limites de Minas para fazer sucesso também em outros estados

Juliana Moraes, dona da Água Fresca, produz cerca de 80 mil peças íntimas em duas coleções anuais 

Depois de trabalhar 12 anos em uma multinacional alemã, a engenheira Juliana Moraes viu a importância de aliar a profissão ao cargo de mãe e esposa e, então, resolveu criar uma empresa própria. No início de 1986, ela se desligou da firma onde trabalhava e, com o dinheiro da rescisão, comprou um computador e criou a Água Fresca, perfumaria que, em 1996, acabou virando uma loja de lingerie. Naquela época, foram investidos cerca de R$ 80 mil (corrigido para os dias de hoje). Depois de passar por alguns apertos financeiros e até precisar se desfazer de um carro, além de vender produtos de outros fornecedores, a empresa agora conta com marca própria. O trabalho é feito em família. Sua filha, Júlia, é designer de moda e assina as coleções feitas pela companhia. Já o filho, Arthur, é publicitário e atua no marketing e divulgação da marca.

De acordo com a empresária, atualmente, a Água Fresca Lingerie tem filiais no DiamondMall, no Pátio Savassi e dentro do BH Outlet. Com os novos meios tecnológicos, Juliana percebeu a necessidade de comercializar seus produtos on-line também. "Temos a nossa menina dos olhos, que inauguramos em janeiro. Lá, o cliente encontra todo e qualquer produto que vendemos nas lojas fixas e com algumas promoções exclusivas. Nesse pouco tempo, já vendemos para outras regiões, como Bahia e Brasília. É uma estrada longa que, aos poucos, pretendemos caminhar", destaca.

Por ser uma grife, a empresa conta com duas coleções anuais, com a produção de aproximadamente 30 mil peças no inverno e cerca de 50 mil no verão. "Como a minha filha assina as peças, aliamos os temas específicos das estações com as modelagens atuais." Produtos como calcinhas, sutiãs e camisolas, entre outros, variam entre R$ 19,90 e R$ 300. Entre os mais procurados, está a calcinha com cós de renda, presente em todas as coleções. "Ela não marca, não enrola, não aperta e não divide o corpo. Então, é a preferida das consumidoras."

TREINAMENTO A empresária afirma que ter sucesso fazendo o que gosta demanda muito esforço e tempo, mas vale a pena. "Sempre tive olhar apurado para moda e sempre viajei e entrei em contato com esse tipo de serviço. Quando comecei com a loja, atendia pessoalmente as minhas clientes. Elas conheciam a empresa não pelo nome de Água Fresca e sim como 'a loja da Juliana'." A engenheira explica, ainda, que, para garantir excelência nas vendas, é preciso prestar por um atendimento de qualidade. "Procuro ao máximo ter controle dos meus colaboradores, para que eles possam prestar um bom atendimento. Investimos em treinamentos e desenvolvimento de todos os funcionários. A última ação foi um curso de português, para que eles pudessem se comunicar melhor com as consumidoras."

Em relação à concorrência, Juliana afirma que é preciso estar ligado às novidades e tendências. "Nos últimos cinco anos, a gente viu o mercado se modificar muito. Antes, existiam as lojas multimarcas, com empresas menores de bairro. Mas depois veio a expansão das monomarcas. Então, as empresas têm marcas próprias. No mesmo shopping em que eu tinha um concorrente, agora são cerca de oito concorrentes." Porém, Juliana vê o aumento da quantidade de empresas do mesmo setor como algo positivo. "A concorrência é boa, para que eu possa sempre melhorar minha estrutura e o atendimento", justifica.

Para o futuro, a empresária afirma que pretende transformar outra loja sua, de uma franquia internacional, em mais uma Água Fresca. Com o investimento de aproximadamente R$ 600 mil, a unidade está prevista para ser lançada em julho.


SERVIÇO
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