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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 06-03-2015 - 08:44 -   Notícia original Link para notícia
Contas de poupança têm volume histórico de saques

Em fevereiro, a perda de confiança levou a retiradas acima de R$ 10 bilhões


Boatos sobre risco de confisco de recursos contribuíram para o crescimento da insegurança dos poupadores/Divulgação


Brasília - Com menos sobras por mês e o atual ciclo de alta dos juros básicos e do dólar tornando outros investimentos mais atrativos, a caderneta de poupança teve o pior desempenho mensal da história em fevereiro. Mais do que isso, os resgates R$ 6,264 bilhões maiores do que os depósitos no mês passado somam quase a cifra negativa de um ano todo. Em 1999, por exemplo, o volume de retiradas líquidas no acumulado do ano foi de R$ 8,769 bilhões. Em 2000, o resultado ficou negativo em R$ 7,541 bilhões.

Pelo menos uma parte dos resultados pode ter a influência de boatos do mês passado. O Ministério da Fazenda foi obrigado a divulgar nota à imprensa informando que não procediam as "informações que estariam circulando pela mídia social de que haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações financeiras". A nota da pasta dizia ainda que "tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda".


Piora - De acordo com dados do Banco Central, divulgados ontem, o saldo de fevereiro estava bem pior. Até o dia 26, os saques somavam R$ 10,5 bilhões. O valor registrado até o penúltimo dia útil do mês era maior, inclusive, do que o ano inteiro de 2003, primeiro ano do governo do PT, quando os resgates líqüidos da poupança somaram R$ 10,425 bilhões. Foi o maior volume de retiradas em um ano dos últimos 20 anos.

Só no último dia de fevereiro entraram aplicações no valor de R$ 4,229 bilhões. O movimento de concentração no fechamento dos meses é comum por conta de economias dos salários dos poupadores que muitas vezes vão de forma automática para a aplicação.

Com o resultado de fevereiro, o saldo total da poupança ficou em R$ 658,191 bilhões, já incluindo os rendimentos do período, no valor de R$ 3,678 bilhões. O Banco Central começou a compilar os dados atuais em 1995. Até o dado conhecido atualmente, o maior resgate líqüido mensal da poupança havia sido em março de 2006, de R$ 3,8 bilhões, superado posteriormente pelo resultado de janeiro. No primeiro mês de 2015, as retiradas já foram superiores às aplicações em R$ 5,529 bilhões. Foi a primeira vez que isso ocorreu após nove meses consecutivos de depósitos superiores aos resgates.

Os depósitos na caderneta em fevereiro somaram R$ 135,907 bilhões, enquanto as retiradas foram de R$ 142,171 bilhões. No primeiro bimestre do ano, a poupança já acumula um resgate líqüido de R$ 11,792 bilhões.

A forma de remuneração da aplicação mudou em maio de 2012. Pela nova regra, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a taxa básica está em 12,75% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais a TR. (AE)


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