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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 06-03-2015 - 09:48 -   Notícia original Link para notícia
Carrefour pode adiar IPO no país para ano que vem - 05h00


Grupo registrou alta de 23,3% no lucro operacional no Brasil e na Argentina em 2014 - seus dois mercados na AL


O Carrefour pode adiar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa no Brasil para 2016, apurou o Valor. Inicialmente, antes da piora das condições de mercado no país, a varejista considerava a hipótese de concluir a operação no segundo semestre de 2015, segundo fonte próxima à empresa. Em teleconferência com analistas ontem, o comando do grupo mencionou condições para o avanço na operação.


"Queremos estar prontos para um IPO em 2015. Não sabemos se vamos, mas é o que queremos. Dependemos das condições de mercado e das expectativas de geração de valor desta operação para a empresa [...]. As condições precisam estar favoráveis para o Carrefour [para que a operação avance]", disse o vice-presidente financeiro, Pierre-Jean Sivignon. Não há no horizonte hoje, pelo cenário econômico e político atual, movimentações mais claras de IPOs de empresas neste ano no país.


O grupo tem tomado uma série de medidas para reforçar os resultados de 2015 - como o retorno das vendas de comércio on-line no país no segundo semestre e a expansão dos minimercados do Carrefour Express - de maneira que uma oferta de ações em 2016 poderia ocorrer com base num crescimento mais forte de resultados.


O projeto de abertura de capital é uma solução de financiamento a longo prazo, mas há outras opções para a rede acessar recursos. A empresa já vendeu 10% da subsidiária para o empresário Abilio Diniz em dezembro de 2014, por R$ 1,8 bilhão, o que reforçou o caixa da matriz, abrindo terreno para que o brasileiro faça novos aportes e se torne o investidor mais relevante na operação. Abilio pode comprar até 16% do negócio no país nos próximos cinco anos.


Em relatório de resultados publicado ontem, o Carrefour informou que teve forte performance na América Latina impulsionada por "outro ano notável" no Brasil e na Argentina, os dois mercados onde atua na região. O lucro operacional recorrente de ambos os países (que exclui eventos extraordinários e o câmbio) teve expansão de 23,2% no ano, para € 685 milhões. Esta foi a maior taxa de expansão para as regiões avaliadas (Ásia, Europa, mercados emergentes, outras partes da Europa).


Após publicação dos dados, relatório da Brasil Plural Corretora estimou ontem um cálculo para a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) do Carrefour na América Latina. A equipe calcula que a taxa passou de 6,5% em 2013 para 6,8% em 2014 - no Grupo Pão de Açúcar (alimentos), a margem Ebitda (ajustada) ficou estável em 8,1% nos dois anos. O dados são da região latina, mas como a operação na Argentina apresentou rentabilidade estável, a empresa sugere que ganhos de margem foram provenientes do negócio no Brasil.


"A única ressalva que vemos é que o Carrefour não abre [os dados de] Atacadão e dos hipermercados, o que poderia distorcer a nossa análise. Em qualquer caso, se supomos que Atacadão está crescendo em linha com o Assaí [do GPA], em dois dígitos, o crescimento de "mesmas lojas" do hipermercado teria que ser positivo, enquanto acreditamos que o formato Extra ainda está no vermelho em vendas", escreve em relatório Guilherme Assis, analista da Brasil Plural.


O Carrefour informou ontem que a rede no mundo apurou lucro líquido atribuível a controladores de € 1,37 bilhão em 2014, cifra que ficou praticamente estável em relação a 2013. A alta foi de apenas 0,2%, reforçada pelo ganho de capital decorrente da venda de ativos para a Carmila, de investimentos imobiliários. A empresa não informa dado sobre lucro no Brasil.


A receita líquida do grupo também foi praticamente a mesma de um ano para o outro, com leve queda de 0,2%, para € 74,71 bilhões em 2014. Esse patamar refletiu a deterioração nas vendas em todos os mercados nos quais a companhia atua, menos na América Latina. No Brasil, o grupo informou alta de 11,5% nas vendas brutas. A soma atingiu R$ 37,9 bilhões, calculou Valor com base nas informações do balanço anual.



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