Elias Tergilene afirmou que os investimentos do grupo são estratégicos/Alisson J. Silva

O Grupo Uai, rede de shoppings populares sediada na capital mineira, vai investir cerca de R$ 600 milhões neste ano. A maior parte dos aportes será aplicada no projeto "Cidade das Compras", empreendimento que está sendo erguido em Caruaru, no Pernambuco, ao custo de R$ 400 milhões. O restante (R$ 200 milhões) será dividido entre a construção de um novomall em Manaus e a expansão de outros já existentes na própria capital do Amazonas e na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As informações são do presidente da Fundação Doimo e empreendedor da rede, Elias Tergilene, afirmando que os investimentos são estratégicos e visam o aumento do faturamento do grupo. Isso porque, segundo ele, o negócio somente registrará crescimento neste exercício mediante a expansão da Área Bruta Locável (ABL) dos empreendimentos.

"Já não consigo aumentar meu faturamento a partir do reajuste dos aluguéis. Muito pelo contrário, diante da crise, estou tendo que negociar para baixar os valores. Por isso, se eu desejar impulsionar meu negócio preciso investir", explica.

Tergilene conta também que já adotou como prática a realização dos investimentos em períodos conturbados para que a colheita dos frutos ocorra em momentos de pujança da economia. Por isso, a atual crise financeira não assusta o empresário. Para ele, o país não vai regredir, embora deva continuar enfrentando momentos difíceis.

"As pessoas não vão deixar de consumir. Vão diminuir o ritmo, mudar o perfil, mas vão continuar comendo e vestindo. Então, o negócio continua. O máximo que poderá acontecer é eu ter que abaixar o tíquete médio para encarar a concorrência", aposta.

Expansão - Em relação ao investimento de R$ 400 milhões, Tergilene destaca que foi lançado no início deste ano e que representará um significativo passo para a expansão do grupo. O novo empreendimento será erguido às margens da BR-104 e terá 252 mil metros quadrados de ABL e 460 mil metros quadrados de área construída. O projeto prevê a construção de 544 lojas de 50 m2, 48 de 120 m2, e 159 lojas de 240 metros quadrados, além de 200 quiosques e 15 mil boxes. Já a praça de alimentação terá 112 lanchonetes e 20 restaurantes.

O complexo também contará com um centro de convenções, dividido em quatro módulos, que somados, comportarão 27 mil pessoas. Oito hotéis, somando 2,7 mil leitos, também serão construídos. O "Cidade das Compras" contará ainda com um porto-seco, galpões para transportadoras e área de armazenagem de resíduos sólidos. Também haverá oficinas, borracharia e serviços de lavagem de carros. O estacionamento terá capacidade para 633 ônibus e 11 mil veículos.

Sobre o restante dos aportes o empreendedor destaca que a capacidade do Shopping de Manaus está sendo dobrada e que outro mall popular será construído na região portuária da cidade. Já em relação aos empreendimentos mineiros, ele diz que o Shopping Ponto em Venda Nova está sendo reformado e que o projeto de ampliação do primeiro centro de compras do grupo, o Uai Shopping, localizado no Centro de Belo Horizonte, aguarda a aprovação do projeto por parte da prefeitura. A ideia é somar aos 7 mil metros quadrados de área já existente mais 5 mil.

Além disso, o grupo aguarda o resultado de duas licitações que participa: a da Feira da Madrugada de São Paulo, que será transformada em um shopping popular para 4 mil camelôs; e a de Feira de Santana para 2 mil camelôs. "E ainda estamos aguardando a abertura do certame de Betim", conclui.