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Valor Online ( Política ) - SP - Brasil - 26-02-2015 - 05:00 -   Notícia original Link para notícia
Levy diz que aprovação de medidas irá influir nas expectativas da economia

Por Vandson Lima, Raphael Di Cunto, Andrea Jubé e Lorenna Rodrigues | De Brasília


Em mais um movimento para costurar o apoio da base aliada à aprovação das medidas provisórias que alteram as regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou na noite de terça-feira, durante jantar com integrantes do PSD, a "absoluta necessidade" da aprovação do pacote de medidas de ajuste fiscal como uma sinalização aos mercados de que Executivo e Legislativo estão trabalhando juntos para "reverter a curva negativa" de expectativas sobre a economia brasileira. Levy afirmou que novas medidas serão anunciadas, mas não deu detalhes do que está por vir.


Segundo um dos presentes à reunião, Levy foi incisivo ao dizer que o montante que o governo economizará com a aprovação das mudanças na concessão de benefícios trabalhistas - estimado originalmente na casa de R$ 18 bilhões - é importante, mas que o fundamental é mostrar aos mercados que o Executivo e o Legislativo estão trabalhando "em harmonia" para fazer os ajustes. "Ele ressaltou diversas vezes que a sinalização que será dada com a aprovação das medidas é mais importante que a economia que isso irá gerar", disse ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, um dos presentes no encontro.


"A conclusão que tirei das falas é que a consequência da não aprovação do pacote econômico é muito mais grave do que as mudanças que estão sendo propostas", disse o presidente do PSD, Guilherme Campos.


No jantar, Levy chegou a fazer previsões otimistas. Afirmou ao senador Omar Aziz (PSD-AM), por exemplo, que com os ajustes necessários o país poderia retomar o crescimento ainda este ano.


Enquanto isso, representantes das centrais sindicais desembarcaram em Brasília para tentar barrar-as propostas. Em reunião com três ministros da área, eles apresentaram dados sobre a alta rotatividade no mercado de trabalho, pediram a revogação das MPs e defenderam outras propostas para o ajuste fiscal, como tributos sobre grandes fortunas. "Nossa proposta fundamental é: como o governo não se propõe a negociar as MPs, vamos derrubá-las no Congresso", afirmou após o encontro o presidente da Central Sindical dos Trabalhadores, Antonio Neto.


A percepção no parlamento, no entanto, é diferente. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aconselhou as centrais a pararem de pedir a retirada das MPs, o que não vai ocorrer, e negociar ajustes. "Coloquei que independentemente de concordar com o conteúdo tem que ter ideia de que alguma medida tem que ser adotada. É mais importante focar no conteúdo para ver o que se pode aperfeiçoar do que só ficar contra o processo", afirmou Cunha.


Depois de reunião com os sindicalistas, o ministro da Previdência, Carlos Gabas, disse que o governo está aberto à negociação, mas destacou que não haverá "de forma alguma" adiamento na entrada em vigor das medidas, algumas previstas já para a próxima semana. Ele disse ainda que o governo avaliará todas as mais de 500 emendas apresentadas no Congresso Nacional e conversará sobre novas propostas. Para o ministro, está mais fácil chegar a um acordo sobre as mudanças no pagamentos de pensões do que no caso do seguro-desemprego. As negociações continuarão em reunião marcada para a semana que vem.


Já o ministro de Relações Institucional, Pepe Vargas, ponderou que a aprovação no Congresso Nacional das medidas de ajuste fiscal do governo não terá impacto a curto prazo nas contas públicas. Segundo ele, a prioridade das novas regras é "no sentido de garantir a sustentabilidade ao longo do tempo" dos benefícios trabalhistas e previdenciários.


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