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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 25-02-2015 - 10:06 -   Notícia original Link para notícia
Prévia do IPCA-15 registra alta

Taxa acumulada alcança 7,36% e gera expectativas de nova elevação dos juros da Selic


Rio - A prévia da inflação oficial acelerou para 1,33% em fevereiro, com pressões dos aumentos na conta de luz, mensalidades escolares, passagens de ônibus e combustíveis, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior resultado registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) desde fevereiro de 2003.

A taxa de inflação acumulada em 12 meses chegou a 7,36%, o que poderia justificar novos aumentos na taxa básica de juros, a Selic. "A pressão inflacionária atual não dá margem para que o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompa o processo de elevação dos juros tampouco desacelere o ritmo de aumento da Selic para 0,25 ponto porcentual", disse o economista Bernard Gonin, da Bozano Investimentos, que espera um aumento de 0,50 ponto porcentual na reunião da semana que vem, para 12,75% ao ano.

Analistas até esperam um pequeno arrefecimento para o IPCA no fechamento do mês, que ainda estará sob influência dos preços maiores na gasolina, energia elétrica e educação. "O IPCA de fevereiro deve vir um pouco menor, porque sai um pouco da alta da energia elétrica que já entrou em janeiro. Mas o índice ainda deve fechar em torno de 1,28%, 1,30%, não muito menos do que isso", previu Thiago Biscuola, economista da RC Consultores.

A conta de luz foi o item que mais pesou sobre a inflação medida pelo IPCA-15 de fevereiro. A tarifa de energia elétrica subiu 7,70%, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 1,33% registrada pelo indicador no mês. Houve reajuste nas tarifas e elevação de impostos em algumas regiões, mas o item também refletiu a entrada em vigor do Sistema de Bandeiras Tarifárias, que repassa ao consumidor o custo do acionamento de usinas térmicas.

Os gastos com Educação tiveram alta de 5,98%, devido aos reajustes de mensalidades praticados no início do ano letivo. Já as despesas das famílias com transportes subiram 1,98% em fevereiro, com o encarecimento das tarifas dos ônibus urbanos (7,34%), além de ônibus intermunicipais, metrô, automóvel novo, táxi e conserto de automóvel. Os combustíveis também pressionaram: a gasolina ficou 2,96% mais cara, enquanto o litro do diesel aumentou 2,54%, como reflexo da elevação das alíquotas de PIS/Cofins a partir de 1 de fevereiro. O etanol acompanhou o movimento de valorização, com alta de 3,55%.

"A pressão de preços administrados está sendo determinante para a alta da inflação neste começo de ano", lembrou Leonardo França Costa, economista da consultoria Rosenberg Associados. Já os preços dos alimentos perderam força na passagem de janeiro para fevereiro, mas alguns itens ainda ficaram mais caros, como o feijão carioca, tomate, hortaliças, batata inglesa e pescados. Diante de tantas pressões sobre o orçamento, as famílias estão mais pessimistas em relação à inflação para os próximos meses.


Pessimismo - O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores, divulgado também ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que os consumidores previam em fevereiro uma inflação de 7,9% para os 12 meses seguintes, taxa bastante superior aos 7,2% estimados em janeiro. Foi o segundo maior resultado da série histórica, perdendo apenas para os 8,1% registrados em setembro de 2005, quando a pesquisa começou.

"Parece que os consumidores estão sentindo a presente elevação dos preços e criando expectativas pessimistas para o futuro", observou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, em nota. (Colaboraram Maria Regina Silva e Ricardo Leopoldo).(AE)


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