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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 24-02-2015 - 10:10 -   Notícia original Link para notícia
Vendas de novos recuam até 40% em BH

Alta nos juros, que encareceu o crédito, e volta da alíquota cheia do IPI contribuíram para derrubar os negócio


Após um 2014 nada animador, as vendas de veículos novos despencaram ainda mais no primeiro bimestre deste ano. Nas concessionárias de Belo Horizonte, somente em fevereiro a queda chegou a até 40% na comparação com o mesmo período do exercício passado, marcando o pior resultado dos últimos dez anos para muitas revendas, que já tomam medidas mais drásticas, como a demissão de funcionários, para reduzir os custos e os prejuízos. E as projeções para o fechamento de 2015 apontam para queda média próxima a 30% nos negócios.

O atual cenário econômico é a principal justificativa apontada pelas empresas ao explicar a menor demanda por veículos neste ano. Temerosos quanto aos rumos da economia do país e de suas próprias finanças, os consumidores estão preferindo não comprometer a renda em financiamentos mais longos. Para piorar a situação, os altos juros têm tornado o crédito mais caro e o retorno da alíquota cheia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tem elevado os preços dos carros zero.

"Com o retorno do IPI, o que estamos conseguindo vender são os carros do ano passado ainda em estoque. Quando esses veículos forem totalmente comercializados, nem sei como vai ficar a situação, porque a diferença de preço é alta", diz o gerente de Vendas da Roma Fiat, Mark Crepalde.

Mesmo com a estratégia de manter os preços antigos, os dois primeiros meses deste ano foram de queda nas vendas na concessionária. Em janeiro, a retração frente ao mesmo mês de 2014 foi de 30% e em fevereiro ela chegou a 40%. Para se manter no mercado, a revenda já começou a reduzir o quadro de funcionários.

Na Mila Volkswagen a sitaução é a mesma. Apenas no primeiro bimestre foram demitidos 20 empregados em uma das lojas. "Como o mercado é dinâmico, deixamos para tomar esta atitude no último momento, já que acreditávamos que o mercado iria reagir. Mas percebemos que essa realidade não vai mudar e fomos obrigados a nos adequar ao novo cenário", diz o gerente Comercial, Flávio Souza.

Na Recreio, também de bandeira Volkswagen, a queda de 15% nos negócios em janeiro e de 20% em fevereiro traçou o pior cenário dos últimos dez anos para a revenda. Além de confiar na venda dos carros de 2014 em estoque, a empresa tem apostado em várias estratégias para evitar que o fechamento deste ano seja ainda pior. E uma delas é a qualificação do quadro de funcionários.

" em momentos de crise como este que o atendimento se torna um diferencial competitivo, já que ele passa a ser critério de desempate na hora de uma venda", afirma o gerente de Vendas, Carlos Eduardo Martins. Além disso, a concessionária reduziu as margens de lucro dos veículos 2015, que já estão com o IPI completo, tornando o preço mais baixo.

Depois de uma queda de 30% nas vendas em fevereiro, a Jorlan, revenda Chevrolet, também aposta na qualificação para atrair os consumidores. "Se os clientes não aparecem, estamos tentando captá-los pelo telefone. O treinamento é importante para esse contato direto", conta o gerente de Vendas, Cláudio Zenicola Garcia.

O atendimento também passou a ser mais importante devido ao público que está procurando as lojas. Se até o início de janeiro a maior parte das vendas foi de veículos populares, que estavam em oferta, agora os carros mais caros são os mais negociados. Ou seja: o público é mais exigente e - em sua maioria - tem como objetivo trocar o carro usado por um novo, com um financiamento menor.


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