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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 23-02-2015 - 12:13 -   Notícia original Link para notícia
Recém-chegada ao Rio, Dior estuda abrir perfumaria em São Paulo

Por Daniela Fernandes | Para o Valor, de ParisAngibeau, da Dior: grife continua crescendo nos mercados emergentes


O Brasil já havia inspirado, há décadas, o costureiro Christian Dior. Cinquenta anos após ele ter criado o vestido "noitada no Rio", com tule verde e amarelo, a Dior acaba de inaugurar no shopping Village Mall, no Rio, sua primeira loja de perfumes e cosméticos na América Latina. A grife estuda a possibilidade de abrir uma segunda unidade no país, em São Paulo, disse ao Valor Bruno Angibeau, diretor internacional da Parfums Christian Dior, filial do grupo LVMH, líder mundial do luxo.


Não apenas os laços históricos entre a Dior e o Brasil (como um desfile de alta-costura no hotel Copacabana Palace no início dos anos 60) levaram à abertura da perfumaria no Rio: a clientela brasileira é "extremamente importante" para a marca, afirma Angibeau.


Os brasileiros estão entre os quatro principais clientes mundiais da grife nos "free shops" de aeroportos. As compras de brasileiros em lojas da Dior e perfumarias espalhadas pelo planeta, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, também são "relativamente importantes", diz ele.


Além disso, a venda de perfumes Dior no Brasil vem crescendo na faixa de 15% ao ano nos últimos três anos. Como na Europa, os perfumes representam mais da metade de receita da grife no mercado brasileiro.


Também pesou na decisão de abrir a loja no Rio o tamanho do mercado brasileiro de produtos de beleza, um dos maiores do mundo, apesar de os artigos de luxo representarem só 7% do segmento.


A inauguração se insere na estratégia de expansão internacional adotada pela grife em 2011. Por incrível que pareça, a Dior não divulga o número de perfumarias no mundo por "razões estratégicas". Há dois tipos de lojas. O primeiro são as unidades da Ásia-Pacífico - em Hong-Kong, China e Singapura -instaladas em shoppings com forte visitação, "onde é fácil, inclusive para outras marcas, ter um bom desempenho de vendas", diz Angibeau.


O segundo modelo são as "butiques de beleza", inauguradas a partir de 2013 na elegante rue Saint-Honoré, em Paris, em Londres e Tóquio, que oferecem inúmeros serviços. A perfumaria carioca representa a quarta no mundo nessa categoria.


No espaço de 60 m2 no Village Mall do Rio há a linha completa de perfumes, cremes e maquiagens da grife, além da sofisticada Collection Privé de 12 fragrâncias, vendida apenas em lojas da Dior e com preços mais elevados (em Paris, o frasco de 250 ml custa € 250). Entre os serviços oferecidos, há consultas para descobrir o "perfil olfativo", maquiagens, massagens e tratamentos para a pele (nesse caso o valor é de R$ 450, resgatável em produtos).


"Vamos observar como funcionará a loja no Rio e decidiremos, em função disso, a abertura de uma butique em São Paulo", afirma Angibeau, ressaltando que são necessários dois ou três anos para avaliar o desempenho.


Neste ano, a grife deverá ter quatro ou cinco novas perfumarias no mundo. Além do Rio, uma na China (principal mercado mundial da Parfums Christian Dior, pouco à frente da França) também foi inaugurada em fevereiro. Em breve serão abertas lojas na Arábia Saudita e em San José, nos Estados Unidos.


"Nosso objetivo é obter 10% do faturamento com lojas próprias", diz Angibeau. Segundo ele, a desaceleração econômica nos emergentes não teve impacto nas vendas da grife, que continuam aumentando nesses países. Na Ásia, o crescimento é de cerca de 15%.


Já na Europa, "o clima geral pouco eufórico penalizou mais nossas atividades", acrescenta o executivo, ressaltando que a Inglaterra e a Alemanha mantém o dinamismo e que a Dior tem registrado crescimento de 3% a 5% no continente, "apesar da forte concorrência". As vendas globais da grife aumentaram em 2014 "pouco mais do que o dobro" da média mundial do setor de cosméticos, que foi de cerca de 3%, afirma Angibeau.


A história da marca está diretamente ligada ao universo dos perfumes. Christian Dior foi pioneiro ao lançar junto com sua primeira coleção de alta-costura, em 1947, batizada de "New Look", um perfume, o Miss Dior, que hoje possui três "versões olfativas". A grife possui oito "jardins" pelo mundo - França, Madagascar e Uzbequistão são alguns exemplos - onde são cultivadas flores utilizadas nos cremes. O grupo LVMH criou, no ano passado, um centro de pesquisas na área de cosméticos, no sul de Paris, com 250 pesquisadores.


Além dos ingredientes naturais, uma das grandes tendências de consumo, diz Angibeau, são os "produtos híbridos", que se situam em duas categorias de cosméticos, como o Dream Skin, lançado em 2014, um anti-idade que também funciona como "primer" (para preparar a pele para a maquiagem) e é hoje, segundo o diretor, o anti-idade mais vendido na França em termos de volume. Em setembro, será lançado o batom Dior Addict "Tie Dye", onde as iniciais "CD" gravadas no batom, que não desaparecem com o uso, liberam um bálsamo hidrante para os lábios.


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