Banco liberou R$ 2,5 bilhões, atendeu 8.262 clientes no ano passado e alcançou ativos totais de R$ 6,45 bilhões
Luciane Lisboa
Banco de fomento tem perspectiva de ampliar o volume de desembolsos neste ano, atingindo R$ 2,6 bilhões/Divulgação
Apesar do cenário econômico atual adverso e previsão de retração para 2015, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) tem perspectiva de ampliar o volume de desembolsos neste ano, atingindo R$ 2,6 bilhões, crescimento de 4% em relação a 2014, quando o valor somou R$ 2,5 bilhões.
"Todo esse cenário e as previsões foram levados em consideração, mas o BDMG vem mantendo, nos últimos dois anos, uma média de crescimento superior ao do mercado. Por isso, nosso foco é na melhoria da nossa carteira para ter crescimento, mesmo que menor", afirmou o presidente do banco, Júlio Onofre Oliveira.
No ano passado, o BDMG obteve, pela segunda vez consecutiva, recorde de desembolso total, com crescimento de 19,7% em relação ao exercício anterior, quando foram liberados R$ 2,09 bilhões. A maior parte dos desembolsos do BDMG é por meio de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que em 2014 atingiram R$ 1,5 bilhão, alta de 43% em relação ao exercício anterior.
"O BNDES é um importante fornecedor de funding para o BDMG. Porém a nossa participação no BNDES é pequena perto de outros players. Por isso, mesmo com a redução do crédito prevista pelo governo federal, acreditamos que não seremos afetados", explicou Oliveira.
Dos R$ 2,5 bilhões desembolsados em 2014, R$ 1,6 bilhão foi destinado para grandes e médias empresas; R$ 615 milhões para micro e pequenas empresas e R$ 281 milhões para o setor público municipal. Os principais setores atendidos foram indústria de transformação (35% dos desembolsos totais) - com destaque para os ramos de produtos alimentícios e bebidas e máquinas e equipamentos - comércio e serviços (44%) e serviços de utilidade pública (14%).
Já as operações destinadas às micro e pequenas empresas foram incrementadas com a expansão da rede de correspondentes bancários, que reúne cooperativas e entidades representativas de crédito parceiras do BDMG. Atualmente são 203 correspondentes ativos em todo o Estado, que foram responsáveis por atender 5.232 clientes em 2014, 110% a mais que no ano anterior.
"A tendência para 2015 é continuar nessa mesma linha. As grandes empresas representam pouco em número de clientes, mas têm um tíquete médio muito alto. Já os micro e pequenos empresários representam 98% dos clientes do banco e nosso crescimento nesses segmentos tem sido muito grande, principalmente com o BDMG Web e o uso de correspondentes bancários", ressaltou o diretor executivo do banco, Fernando Lage. No ano passado, a carteira de clientes ativos do banco chegou ao número de 21.340, sendo 8.262 clientes atendidos em 2014, um crescimento de 45% em relação a 2013, principalmente entre as micro e pequenas empresas.
Para o ano que vem, a estimativa é que os desembolsos para a micro e pequenas empresas atinjam R$ 600 milhões; para médias e grandes a expectativa é por um volume superior a R$ 1,8 bilhão. E apenas R$ 200 milhões devem ser destinados ao setor público. Segundo Oliveira, do total de R$ 2,6 bilhões a serem desembolsados neste ano, R$ 1,5 bilhão virá de repasses do BNDES e R$ 1,1 bilhão de recursos próprios do BDMG.
Lucro - O BDMG fechou 2014 com lucro líqüido de R$ 82,397 milhões. O resultado é 35% menor do que o realizado em 2013 (R$ 128 milhões). Segundo o presidente do banco, no ano anterior a margem comparativa foi muito alta, pois o resultado foi impactado por um fato não recorrente (recuperação de créditos não tributáveis).
Já os ativos totais do banco atingiram R$ 6,45 bilhões no ano passado, alta de 32% na comparação com o período anterior. O patrimônio líqüido manteve-se estável em R$ 1,7 bilhão e a carteira própria de operações de crédito expandiu 30%, passando de R$ 4,14 bilhões em 2013 para R$ 5,4 bilhões em 2014.
Oliveira destacou, ainda, o fato de o banco ter mantido em 2014 o seu duplo grau de investimento concedido pelas agências Standard & Poor´s e Moody´s. "Com isso, pudemos realizar duas captações internacionais, uma em junho, quando o BDMG firmou parceria de US$ 150 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento para projetos de investimento em infraestrutura municipal; e a segunda captação internacional foi feita em dezembro, quando foram captados US$ 25 milhões junto ao Banco de Tokyo-Mitsubishi."
O presidente ressaltou também a atuação do BDMG no setor de inovação, tendo expandido de R$ 30 milhões para R$ 60 milhões o limite de capital para aporte em fundos de investimento. No período, foi aprovado o investimento de R$ 5 milhões no Fundo Brasil Aceleradora de Startups e firmado o compromisso de investir nos fundos Avanti - destinado a empresas de tecnologia da informação e comunicação - e no Criatec III - estruturado nacionalmente pelo BNDES e que apoiará empresas de vários setores. O BDMG também iniciou em 2014 os desembolsos pela linha BNDES MPME Inovadora, tendo liberado R$ 14,6 milhões.
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