Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 20-02-2015 - 09:46 -   Notícia original Link para notícia
Placas que desorientam

Desgaste causado pelo tempo apaga numeração de quarteirões e obriga PBH a suspender instalação de mais 23 mil equipamentos de identificação de ruas e a fazer nova licitação


Guilherme Paranaiba


Publicação: 20/02/2015 04:00



Rinaldo Miranda perto da placa deteriorada na Rua Agenor de Abreu, no Bairro Goiânia, Nordeste de BH
Depois de comprovar o desgaste das placas de identificação de ruas instaladas desde 2011 em Belo Horizonte, conforme mostrou o Estado de Minas em dezembro de 2014, a prefeitura pretende cancelar o contrato em vigor e fazer nova licitação. O objetivo é usar material mais resistente ao tempo, porque praticamente todas as placas de bairros como Renascença e Goiânia, na Região Nordeste da capital, já perderam a película que contém a numeração dos quarteirões. A decisão da prefeitura indica que o problema, que deixa a população sem orientação de rumo, apesar de ainda não estar generalizado na capital, pode se estender aos demais bairros e inviabilizar a sinalização.

Apesar de não entrar em detalhes de prazos e novos valores, a PBH confirmou em nota, por meio da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o cancelamento do contrato que estipulava investimentos de R$ 11,5 milhões com a instalação de 44 mil placas até o fim da gestão Marcio Lacerda, em dezembro de 2016.

"Apurou-se a necessidade de especificações de materiais mais resistentes, tanto à ação do tempo quanto ao vandalismo. Desta forma, é necessário que o atual contrato seja cancelado e aberto outro processo licitatório com novas especificações técnicas de materiais de placas de logradouro público", diz o texto. A medida pode comprometer o cronograma previsto e repassar o problema dos nomes das ruas para o próximo prefeito.

Em 3 de dezembro do ano passado, cerca de 21 mil placas já haviam sido instaladas, mas, mesmo assim, a informação da PBH era de que apenas R$ 1,1 milhão tinha sido investido. A previsão era fechar 2014 com mais 5 mil instalações, totalizando 25 mil, conforme a administração municipal informou na época, o que não foi feito. As placas que apresentarem problemas passarão por manutenção.

O novo modelo usa uma abreviação em um tamanho maior e o nome completo da rua em tamanho reduzido. Essa parte é grafada na cor branca em cima de um fundo azul. Na parte de baixo, foi adotada uma película com uma cor diferente para cada regional. É nessa tarja que constam duas informações que estão desaparecendo em toda a área de pelo menos dois bairros da capital: a numeração do quarteirão e o nome da região à qual o bairro pertence. Hoje, o problema está generalizado nos bairros Renascença e Goiânia, mas também aparece em ruas do Ipiranga e do Cachoeirinha, os quatro na Região Nordeste.

No cruzamento da MG-5 com a Rua Agenor de Abreu, no Goiânia, uma placa do novo modelo está instalada indicando o nome da rua menor, porém, a película está totalmente deteriorada. Não é possível ter noção da extensão da numeração no quarteirão, o que incomoda o vendedor de uma loja de acabamentos na esquina, Rinaldo Luiz Miranda Quintão, 46 anos. "Todo dia alguém chega perguntando onde é alguma numeração da Rua Agenor de Abreu. Os números do Bairro Goiânia são muito confusos. As novas placas foram instaladas para dar um auxílio nesse sentido, mas já estão desse jeito, complicando ainda mais", conta o vendedor.

Já na esquina das ruas Francisco Sales e Prisco Gomes Fonseca, ainda no Goiânia, ambas as placas estão com a película desgastada. A rotina de informações se repete com o sondador Josimar Almeida do Nascimento, 22, que já perdeu as contas de quantas vezes precisou orientar motoristas perdidos. "É muito estranho essas placas estarem com esses problemas. Se você vai colocar um material para ficar exposto ao sol e à chuva, o primeiro passo é escolher um material que resista a essas condições", diz Josimar.

No Bairro Renascença, a placa que indica a Rua Uiracoera, na esquina com a Praça Muquí, onde fica a Paróquia Santo Afonso, está instalada normalmente, mas a película praticamente não existe mais. A situação se repete em praticamente todos os cruzamentos da Avenida Clara Nunes, principal via do bairro, do lado das placas que está virado para a rua.
Na face que está posicionada para a calçada, as tarjas têm resistido mais tempo, pois o sol não as alcança diretamente. Até na Bernardo Vasconcelos, já no Bairro Ipiranga, há placas com o mesmo problema. "Desse jeito, fica bem mais difícil ver os números. Planejar uma intervenção para depois ter que refazer é bem complicado", afirma o vendedor e morador do Renascença, Emerson Sérgio, de 49.

DESCOLAMENTO Os sinais de que o problema pode se espalhar para as demais placas em breve já apareciam no fim do ano passado também na Região Noroeste de BH. A cor apricot (salmão), que deveria estampar as tarjas das placas instaladas no Conjunto Celso Machado, às margens da Avenida Heráclito Mourão de Miranda, já tinha desbotado em muitos lugares e hoje ainda permanece dessa mesma forma. Ao longo da Avenida Pedro II, os adesivos de algumas placas do Bairro Padre Eustáquio, apesar de ainda manterem a cor original, já davam sinais de descolamento, primeiro passo para a degradação. Hoje, ainda é possível perceber o mesmo problema, mas as películas ainda não se soltaram nem deterioraram completamente. A prefeitura não informou se o novo contrato a ser elaborado vai prever a substituição imediata das novas placas já instaladas ou se apenas as com problemas passarão por correções.


 



Josimar do Nascimento já perdeu as contas de quantas vezes teve de orientar motoristas perdidos, porque as placas que indicam numeração estão desgastadas


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.