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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 10-02-2015 - 08:33 -   Notícia original Link para notícia
Dilma decide reativar conselho da indústria

Por Bruno Peres, Gustavo Brigatto, Adriana Mattos e Camilla Mota | De Brasília e de São Paulo


A presidente Dilma Rousseff deu posse, ontem, aos 18 membros - entre empresários e líderes sindicais - que representarão a sociedade civil no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) pelos próximos dois anos. O conselho foi reinstalado após longo período sem reunião dos integrantes. Segundo participantes ouvidos pelo Valor, o clima foi ameno, apesar de algumas reclamações de empresários.


O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, afirmou que o governo fez, junto das empresas e entidades trabalhistas, o diagnóstico de que a indústria precisa de políticas específicas para se recuperar "o mais rápido possível". A intenção do governo seria realizar encontros como esses a cada três meses para, na mesa tripartite, elaborar os parâmetros de uma nova política industrial. Segundo Patah, os sindicalistas defenderam o setor como o mais importante para a geração de empregos qualificados na economia. Os representantes das empresas, por sua vez, se queixaram dos altos custos trabalhistas, que retirariam a competitividade.



Para um industrial presente, a primeira reunião do CNDI foi produtiva e teve um resultado "melhor que o esperado", "A presidente reclamou que a reunião se estendeu [foram três horas de conversa], mas ficou até o fim, o que mostra que está comprometida", disse o executivo. De acordo com ele, a presidente colocou como principais temas do encontro o aumento da produtividade e a exportação.


Entre os temas abordados esteve a possibilidade de racionamento de energia. Segundo o executivo, a presidente disse que a situação está sob controle e apresentou dados sobre a evolução do sistema energético do país desde o apagão de 2001, com uma ampliação da matriz de abastecimento.


O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, relatou o executivo, destacou que reduções de impostos estão completamente descartadas, porque não há como reduzir a arrecadação. A mensagem foi entendida pelos empresários. "Estava todo mundo com uma postura muito pragmática", disse o executivo. O governo afirmou, no entanto, que é possível simplificar o pagamento de impostos e algumas questões trabalhistas. Ele está otimista com os possíveis resultados do CNDI. "A expectativa é que isso tenha resultados. Estamos tentando achar otimismo onde ele possa existir", disse.


Uma outra fonte presente ao encontro relatou que representantes da indústria e do comércio criticaram o excesso de custos trabalhistas, que impedem a geração de empregos no país. Para recuperar a indústria do país, um dos caminhos citados foi a retomada mais acelerada das exportações, que perderam competitividade em algumas áreas nos últimos anos.


"Foi [um encontro] muito produtivo, mas muito transparente também. Os empresários ressaltaram questões que impedem crescimento maior do setor privado", diz um representante do varejo. O conselho terá comitês que se reunirão regularmente, com presença, a cada três meses, da presidente Dilma.


Após o encontro, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro defendeu a manutenção de alguns instrumentos de incentivo à indústria, como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e o Reintegra, mas ressaltou a importância do ajuste, "absolutamente necessário para o reequilíbrio econômico fiscal em curso no país". O ministro descartou ainda novas desonerações em função dessas limitações fiscais.


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