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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 08-02-2015 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Escolas capricham no figurino

Apesar do orçamento apertado, carnavalescos de BH não medem esforços para embelezar a festa, que promete levar à Avenida Afonso Pena cores e brilho, pompa e circunstância


Laura Valente


Estrela do Vale usa lápis no adereço de cabeça ... ...além de palha, penas artesanais, pedrarias e muito brilho

Acerta em cheio aquele que descobrir o que há em comum entre Izabel Bonequeira, o número quatro, o radialista Tutti Maravilha, o Grande Bazar (Turquia), a dona Olympia de Ouro Preto e Dom Pedro I. Pois no dia 17, a partir das 20h, as seis escolas de samba do grupo especial levarão esses e outros personagens, elementos e instituições históricas para a Avenida Afonso Pena, em desfiles que pretendem mostrar que o carnaval de Belo Horizonte está mais vivo do que nunca e não é feito apenas dos blocos caricatos e de rua. Apesar de o orçamento destinado pela Prefeitura de Belo Horizonte às escolas ser modesto em comparação ao montante envolvido nos carnavais mais famosos do país (fixado em R$ 40 mil para cada, nesta edição 2015), as agremiações têm como premissa o capricho nos figurinos para fazer bonito na grande noite. "Criamos uma fantasia que vai voar na avenida, algo nunca visto nem mesmo nos carnavais do Rio, São Paulo ou Recife", avisa o artista plástico Léo Piló, que estreia como carnavalesco da escola Cidade Jardim, cujo samba-enredo presta homenagem ao popular radialista mineiro Tutti Maravilha. Também anuncia um momento inédito Marco Aurélio Gonçalves, carnavalesco e figurinista da Acadêmicos de Venda Nova. "Nosso enredo conta a história do comércio mundial e um dos pontos altos será a representação de um dia da dona de casa na feira, algo nunca visto em carnaval nenhum", diz entusiasmado com o enredo Tudo o que Venda Nova toca vira ouro, título inspirado na lenda do rei Midas.


Artesanato do Vale


 Na realidade, a festa que tomará conta da Avenida começa a ser preparada muitos meses antes do carnaval. Por aqui, há os que buscam parcerias com carnavalescos de renome do Rio e de São Paulo para criar ou confeccionar o figurino dos integrantes da escola: comissão de frente, alas, destaques, mestressalas e portas-bandeiras. Em outros casos, é o responsável pela fundação da escola quem pega o boi pelo chifre, a exemplo de Maria Madalena Ferreira Bavose, presidente da Estrela do Vale, escola fundada em 2009, na região do Barreiro, e que conta com 480 integrantes no desfile deste ano. "Sou estilista, trabalho fazendo modelagem. Então, sou eu mesma que desenvolvo as fantasias. Os protótipos são feitos no Rio e um grupo de voluntários daqui ajuda na confecção".


A partir do enredo "Do barro ao ouro", artesanato mineiro verdadeiro tesouro, ela bolou figurinos talhados em palha, penas artesanais, náilon, pedrarias, paetê, lápis de cor, chitão, sisal, papel e outras matérias-primas, tudo trabalhado à base de muita criatividade e paixão. "Estamos entrando para ganhar, após um trabalho feito com muita beleza. Um dos destaques é a homenagem a Izabel Bonequeira, artesã do Jequitinhonha, falecida no ano passado. Então, haverá bonecas de barro, além de outros produtos que representam o artesanato mineiro, como a carranca, a galinha-d'angola, as colheres de pau, o queijo, a cachaça".


A escola levará para a Avenida 13 alas e uma média de 18 destaques, todos novidade para a edição 2015. "Não gosto de repetir fantasia, nem alegoria. Reciclamos, mas mudando tudo, até para enriquecer nosso carnaval. A confecção desse material mostra o que somos capazes de fazer, mostra nosso valor", analisa.


Agremiação recente, fundada em 2012 nos bairros Ipanema e Dom Bosco por iniciativa de um grupo de amigos, a Força Real conta, hoje, com 400 integrantes. No primeiro desfile para o grupo especial, leva para a avenida o enredo "Minas Gerais, de um sonho ideal a um delírio real em pleno carnaval." "Contamos a história de dona Olympia, mulher que viveu na Ouro Preto do início do século passado e ficou conhecida por vestir-se de sinhá e contar passagens históricas ocorridas no estado sobre Xica da Silva, os inconfidentes, Clara Nunes e outros personagens", resume Felipe Diniz Marinho, presidente da escola. O enredo sugere um trem da loucura que passeia pelo folclore, culinária e artesanato mineiros. A escola conta com 15 alas, dois carros alegóricos e 12 destaques, e o carnavalesco é Flávio Campelo. 


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