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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 08-02-2015 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Um brinde ao carnaval

Restaurantes e bares esperam aumento de faturamento e de público em 30% com a folia em BH. Para atender bem a demanda, proprietários contratam mão de obra extra e reforçam estoque


Carolina Cotta


José da Costa Carvalho, socio-proprietário do Assacabrasa, vai apostar tudo na folia: colocará porteiro, segurança e um estande para vender bebidas, churrasquinho e porção de tropeiro 



Nos próximos dias, a "capital dos bares" será também terra do carnaval. Desde que BH deixou de ser uma "cidade fantasma" no feriado, os empresários do setor tiveram a rotina alterada. Acostumados a fechar por causa da baixa procura, eles agora correm para contratar garçons, cozinheiras e seguranças para dar conta da festa. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), cerca de 65% dos associados terão grande impacto. "O carnaval tem passado por uma mudança expressiva, aumentando, de forma exponencial ,o público que permanece ou se destina a BH. Essa mudança passa, obrigatoriamente, pelo aumento e melhoria das atividades de carnaval, e o setor de alimentação fora do lar acompanha o mercado: quanto maior a demanda, maior o número de estabelecimentos disponíveis para atendê-la", comemora Lucas Pêgo, diretor executivo da entidade.

O Restaurante Paracone, na Avenida Brasil, Bairro Funcionários, tinha movimentação fraca em outros carnavais., mas a unidade da Rua Niquelina, no Santa Efigênia, conseguia um rendimento relativamente bom, por ser, naquela época, um dos únicos estabelecimentos a abrir no bairro durante o período, e com delivery. Mas em 2014, o carnaval aumentou seu faturamento em aproximadamente 20%. "O setor de alimentação fora do lar está esperançoso, com altas expectativas. Acredito que o carnaval será promissor para os bares e restaurantes da capital. Espero 25% a mais de público", prevê o socio-proprietário Lindoval Conegundes, que está investindo na contratação de mais funcionários e segurança especializada, além de aumentar o estoque. "O intuito é oferecer produtos diferenciados, atendimento exemplar e eficiente", conta. Entre os destaques da casa estão a porção com 12 bolinhos de mandioca, a R$ 12,90, e o mexidão para dois por R$ 24,50.

A mudança no perfil do carnaval belo-horizontino, observada também em hotéis, serviços ligados ao turismo e em lojas que oferecem produtos carnavalescos , como mostrou a série Muito além do confete nos dois últimos domingos, começou a ser percebida há cerca de sete anos e, de maneira mais enfática, nos últimos três. Segundo Lucas Pêgo, é nesse mesmo período que o número de estabelecimentos que passam a funcionar no período também vem aumentando. Para ele, o cancelamento dos eventos de carnaval em outros destinos turísticos de Minas e do Brasil apontam para um dos melhores carnavais que todo o setor de alimentação fora do lar de BH já teve. "O desafio é levar as atividades do carnaval para as diversas regiões da cidade", afirma o diretor da Abrasel, que estima um crescimento de público e faturamento na ordem de 30%. Esse impulso representaria um aumento de 10% em relação ao carnaval de 2014.

Bares e restaurantes localizados nas regiões de concentração e desfiles dos blocos, como a Savassi e os bairros Santa Tereza, Santo Antônio, Sion, Cruzeiro, Floresta e Funcionários, devem ter maior procura, assim como os estabelecimentos mais direcionados para bebidas e fast food. Alguns, inclusive, investem em menu diferenciado para o período, trabalhando com porções, pacotes e promoções. O Assacabrasa da Savassi, por exemplo, vai repetir o esquema da Copa do Mundo: cercar o bar, colocar segurança e porteiro e trabalhar com cartela individual. Mas uma das estratégias mais lucrativas é aproveitar a estrutura da casa para concorrer também com os vendedores informais. Em frente a loja, será montado um espaço, uma espécie de estande, para a venda de latão de cerveja, na faixa de R$ 6, porção individual de tropeiro por R$ 7 e churrasquinho por R$ 6.

O Assacabrasa tem sete lojas em BH e Contagem, e 170 funcionários. Com 21 anos de tradição, tinha o hábito de fechar no domingo, segunda e terça de carnaval, quando voltava a funcionar à noite, porque algumas pessoas adoram comer churrasco na véspera da Quarta-feira de Cinzas. Em 2013, ao perceber que a festa na capital estava tomando outro rumo, o estabelecimento fez um teste e abriu as portas na segunda-feira. "Deu certo, tivemos um movimento bom. Em 2014, fiz alguns estudos e observei que o carnaval ia mesmo pegar, então ficamos abertos durante todo o período. O faturamento, na casa da Savassi, chegou a ser 30% maior que nos dias normais", lembra José da Costa Carvalho, o Juca, um dos proprietários do negócio fundado pela mãe. É uma oportunidade e tanto para o setor de alimentação fora de casa recuperar do baixo faturamento de janeiro.

DESAFIOS Nem tudo, entretanto, é positivo. O feriado prolongado prejudica estabelecimentos que atendem o público corporativo. Outra desvantagem do carnaval para o setor, na opinião de Lucas Pêgo, é o aumento significativo e preocupante da informalidade . "As ruas são invadidas por vendedores que não têm o mínimo preparo para oferecer alimentos seguros e qualidade no atendimento, prejudicando assim as empresas formalizadas", ressalta. Lindalvo, do Paracone, destaca ainda, a dificuldade que é contratar funcionários à véspera de um feriado prolongado. O Assacabrasa, por exemplo, para estimular os funcionários que agora trabalham em vez de festejar, paga uma premiação para aqueles que forem todos os dias. No ano passado, segundo Juca, cada um recebeu cerca de R$ 500. A Prefeitura de Belo Horizonte abriu edital para cadastrar os ambulantes licenciados a vender produtos nas vias públicas da capital durante a festa.


Paracone
www.paracone.com.br
(31) 3465-8100

Assacabrasa
www.assacabrasa.com.br
3226-2187 (Unidade Rua da Bahia, 1.752)

Abrasel-MG
(31) 3282-5533


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