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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 07-02-2015 - 13:32 -   Notícia original Link para notícia
Queda da produção industrial no país foi a mais generalizada desde 2008

Rio - A produção industrial teve, em dezembro ante novembro de 2014, a queda mais generalizada entre as regiões desde dezembro de 2008, quando o setor enfrentava o auge dos efeitos da crise. Ao todo, 12 das 14 regiões tiveram recuo na atividade na comparação mensal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Seis anos antes, o desempenho negativo era observado em 13 das 14 localidades pesquisadas.

"Isso surpreende pela quantidade de locais, pelo grau de abrangência, assim como ainda pela permanência desse quadro de queda da indústria", comentou o técnico da Coordenação de Indústria do instituto, o economista Rodrigo Lobo. Na média nacional, a queda mensal foi de 2,8%. "Não temos ainda perspectiva de quando haverá recuperação. preciso uma seqüência de resultados positivos para que a situação se reverta. E, por enquanto, a indústria permanece no negativo", acrescentou.

O perfil disseminado também foi observado no desempenho anual, notou Lobo. A produção recuou 3,2% na média nacional, e dez das 15 regiões pesquisadas acompanharam o comportamento negativo. " uma conjuntura que reforça o quadro negativo da indústria. Desde os últimos meses de 2013 que começamos a perceber movimento de queda na produção de maneira mais intensa", disse Lobo.

O pior desempenho ficou com São Paulo (-6,2%), justamente o maior parque industrial do país. Na história da indústria paulista, foi o pior resultado desde 2009 (-7,4%). "Todos os Estados onde a atividade de veículos automotores tem importância, sobretudo montadoras de automóveis e caminhões, tiveram comportamento negativo em 2014", observou.

"O segmento foi bastante afetado por baixa demanda, não só por conta da renda crescendo menos, mas também pela menor renda disponível, inflação que corrói poder aquisitivo e crédito mais caro. Os empresários, por sua vez, têm tido baixa expectativa de aumentar investimentos por conta desse cenário", completou.

Em São Paulo, a atividade de veículos recuou 17% no ano passado. Além disso, também influenciaram máquinas e equipamentos (-10,1%) e produtos alimentícios (-5,2%), neste caso impactados pela estiagem que castigou a safra de cana-de-açúcar.

"O cenário é mais intenso em São Paulo, não só por ser um Estado importante, mas por ser diversificado. Ao todo, 15 das 18 atividades da indústria paulista tiveram recuo em 2014", mencionou Lobo.

No Centro-Oeste, contudo, a cana-de-açúcar não foi afetada e deu contribuição positiva à produção tanto de alimentos quanto da indústria como um todo nas regiões de Mato Grosso e Goiás. "Mas o destaque absoluto ficou com os Estados produtores de minério de ferro. A atividade salvou a indústria desses locais", sublinhou o técnico. Nesse contexto, Pará (8,1%) e Espírito Santo (5,6%) assinalaram as expansões mais elevadas na atividade no ano passado.(AE)


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