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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 07-02-2015 - 13:28 -   Notícia original Link para notícia
Produção em Minas recua 2,9% em 2014

Apenas em dezembro, retração chegou a 2,3% frente a novembro e a 4,5% ante o mesmo mês do ano anterior


A produção industrial em Minas Gerais caiu 2,9% no ano passado na comparação com 2013, registrando, mesmo assim, resultado melhor do que a média nacional, que recuou 3,2%. Apenas em dezembro de 2014, a retração chegou a 2,3% frente à de novembro e a 4,5% ante o mesmo mês do ano anterior. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da retração no indicador, aliada ao recuo de 6,2% na receita do setor mineiro em 2014, anunciado dias antes pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o presidente da entidade, Olavo Machado Junior, afirmou que "não adianta chorar o leite derramado". " claro que o momento é delicado, mas gosto de ver as coisas na vertente do otimismo. E tudo dependerá de nós", acrescentou.

Para ele, a crise na Petrobras não reflete apenas nos resultados da estatal, mas em toda a economia brasileira. "Estamos passando por uma crise de credibilidade e isso afasta o investidor estrangeiro. Resolver essa questão é mais importante do que apontar culpados. Temos que valorizar as médias e pequenas empresas, porque são elas que vão resgatar a credibilidade do país", afirmou.

O presidente da Fiemg sugere uma receita simples para impulsionar os aportes no Brasil, principalmente aqueles feitos na área de infraestrutura, que podem alavancar o parque produtivo do país. Basicamente são dois ingredientes: criar mecanismos de financiamento, para facilitar o acesso de empresas de menor porte ao crédito, e desburocratizar o investimento. "Temos que ter respeito pelo dinheiro público e realizar as obras dentro dos preços e prazos estabelecidos", destacou.


Veículos - A indústria automotiva estadual, que também envolve toda a cadeia de autopeças e reflete nas siderúrgicas mineiras, registrou o pior desempenho, segundo o IBGE. Em 2014, a produção do segmento despencou 19% frente a 2013. Em igual base de confronto, a metalúrgica, que compreende as atividades de siderurgia, ferro-gusa e fundições, retraiu 1,2%.

Ao longo do ano passado, frente às sucessivas quedas nas vendas e com nível de estoque elevado nos pátios, as montadoras instaladas no Estado anunciaram férias coletivas, lay-off (suspensão de contratos de trabalho) e programas de demissão voluntária, que provocaram a redução da produção no exercício.

A Fiat Automóveis, situada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a Iveco Latin America, em Sete Lagoas (região Central), fabricante de caminhões e veículos comerciais da marca italiana, por exemplo, concederam férias coletivas e realizaram paradas técnicas para adequação dos altos estoques.

Já a Mercedes-Benz do Brasil atravessa uma fase ainda pior em sua unidade de Juiz de Fora (Zona da Mata). Depois de investir R$ 450 milhões na requalificação da fábrica, com o objetivo de produzir caminhões e tentar reverter a ociosidade histórica da planta, originalmente construída para fabricar carros, a montadora pode ser obrigada a desativar, mais uma vez, a linha de produção.

A atividade dos fabricantes de máquinas e equipamentos instalados no Estado também caiu. Em 2014, o setor registrou retração de 6,9% em relação a 2013. A indústria têxtil foi outro segmento que contabilizou perdas na mesma base de comparação, neste caso de 8,5%, conforme a pesquisa do instituto.

A indústria extrativa do Estado, por sua vez, teve comportamento diferente em 2014, já que as mineradoras tiveram que aumentar a produção para compensar com maior volume a queda nos preços das commodities minerais. Só para se ter uma ideia, o preço do minério de ferro, principalcommodity produzida e exportada por Minas, caiu aproximadamente 55% nos últimos 12 meses. Com isso, a produção do segmento cresceu 1,4% em 2014 frente 2013.

Ainda de acordo com as informações do IBGE, a atividade de fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis também apresentou aumento na produção, neste caso de 8,1%, no ano passado ante 2013. Em idêntico confronto, a produção da indústria de alimentos cresceu 1,4%.


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