Por Maria da Paz Trefaut | Para o Valor, de São PauloMorena Leite, do Capim Santo, também negocia para abrir um restaurante no Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras

A ida do Santinho, da chef Morena Leite, para o Theatro Municipal de São Paulo acirra a disputa por restaurantes nos espaços culturais da cidade. Quem operava o Café do Theatro, de sua inauguração em 2011 até agora, era o empresário Adolfo Gorenstein, responsável também pelos restaurantes da Sala São Paulo e do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). Em contrapartida, o Santinho, do Grupo Capim Santo, já marca presença no Instituto Tomie Ohthake e no Museu da Casa Brasileira.

Comenta-se no mercado que a proposta financeira do Santinho feita à Fundação do Theatro Municipal de São Paulo e ao Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), que decidem a terceirização do restaurante, teria sido muito mais elevada do que os valores que eram pagos por Gorenstein.

Morena Leite não fala em números e limita-se a dizer que o convite feito pelas duas organizações é um desafio para ela: "A ideia é contribuir para o resgate da história do centro, da valorização da memória e do patrimônio da cidade".

O Santinho do Municipal deve abrir na segunda quinzena de fevereiro e, inicialmente, funcionará para almoço de segunda a sexta, das 11hs às 16hs. Está em estudo, mais para frente, a abertura também no jantar. A casa seguirá o mesmo molde dos demais restaurantes do grupo, cujo cardápio, de sotaque brasileiro, é o mesmo do restaurante Capim Santo no almoço: bufê dividido em estações com grãos, leguminosas, proteínas, tapiocas e massas feitas na hora. As sobremesas são à la carte e o tíquete médio atual é de R$ 60 durante a semana e de R$ 90, sábado e domingo.

Segundo a chef, o investimento feito no Theatro Municipal para adaptar a cozinha ao Santinho foi de R$ 300 mil. O novo restaurante tem como sócias, além de Morena, Adriana Drigo e Daniela De Luca, proprietárias também do Capim Santo e do Santinho do Museu da Casa Brasileira. Um dos destaques do salão do restaurante é a decoração assinada pelos irmãos Fernando e Humberto Campana.

O plano do Grupo Capim Santo é abrir um Santinho a cada ano e os espaços culturais estão sempre na esfera de interesse. Mas, além deles, surgiu uma possibilidade no Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras, na zona oeste da cidade de São Paulo. "Recebemos um convite, fizemos uma proposta, mas não fechamos nada", diz Morena.

De sua parte, a WTorre, que construiu a estádio e tem contrato para administrá-lo por 30 anos em parceria com a AEG, afirma que as negociações estão avançadas, mas não dá detalhes. A ideia do grupo é que o restaurante Panorâmico fique aberto ao público durante a semana. Em dias de evento seria vendido um pacote que inclui menu exclusivo, estacionamento e ingresso. Mas tudo depende da bandeira que será escolhida.

Gorenstein também opera restaurantes nos clubes Hebraica e Nacional. Além da vitrine e do público constante, restaurantes em espaços culturais e clubes atraem negócios paralelos pela quantidade de eventos que hospedam. Basta lembrar que o bufê de Morena Leite já serviu até jantar de casamento no saguão do Instituto Tomie Ohtake.