Por Olivia Alonso | De São PauloPara Rodrigo Martins, presidente da GE Lighting, a troca de luminárias atuais por LED nunca foi tão oportuna no Brasil

Enquanto aguarda a publicação do edital da Parceria Público-Privada (PPP) para a troca das lâmpadas da cidade de São Paulo, a GE Lighting, empresa de iluminação da GE, se prepara para disputar concorrências de outras cidades, como Vitória (ES), Belo Horizonte (MG) e Uberaba (MG). A Philips, que está na disputa na capital paulista, também avalia outras possibilidades pelo país.

Embora os processos de outros municípios estejam em fases anteriores ao de São Paulo, poderão ser acelerados por causa das preocupações com o abastecimento de energia em decorrência da crise hídrica, acreditam as companhias.

As lâmpadas de LED (diodo emissor de luz, na sigla em inglês), que substituirão as atuais, podem economizar quase 60% da energia consumida. "O uso do LED nunca foi tão atual e tão oportuno", afirma Rodrigo Martins, presidente da GE Lighting para América Latina. A empresa pretende instalar uma linha de produção de luminárias de LED em alguma de suas 18 fábricas no Brasil. No momento, está "em contatos finais" com governos de dois Estados para definir onde vai colocar a nova linha.

Renato Garcia Carvalho, diretor de iluminação da Philips, estima que entre 20% e 25% do consumo de energia no Brasil seja da iluminação pública. "Considerando uma economia de 50% com o LED, significaria 10% de economia na energia", diz. Ele afirma que, enquanto faz estudos financeiros e econômicos para sua proposta na PPP paulistana, a Philips tem uma equipe dedicada a filtrar o que acontece no segmento de iluminação em outras cidades.

Martins conta que a GE deu início, há dois anos, a um trabalho de mapeamento do país para identificar cidades com maior propensão a optar pelo modelo de PPP para a troca das lâmpadas. Em alguns casos, como o de São Paulo e o de Vitória, foi a empresa que pediu autorização às prefeituras para fazer estudos sobre a iluminação.

A GE tem como parceiros para a concorrência de São Paulo as empresas Citéluz e Engeform. Já a Philips tem parceria em São Paulo com a AES Serviços, empresa do grupo AES Brasil, que controla a AES Eletropaulo. Nos demais municípios, poderá buscar outros parceiros com experiências locais.

No caso de Belo Horizonte, a GE estima que poderão ser substituídas 200 mil luminárias, cerca de um terço do número de São Paulo, de 580 mil a 620 mil postes. Na capital paulista, a PPP poderá exigir investimentos de até R$ 7,2 bilhões. Caso o edital mantenha a ideia já apresentada pela Prefeitura no ano passado, esse valor deverá ser o teto a partir do qual as concorrentes vão apresentar deságios para o custo do projeto.

Em Vitória, o projeto deverá incluir a troca de 35 mil luminárias e, em Uberaba, de 40 mil. Nos três casos, as empresas que pretendem participar dos processos podem entregar seus Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMI).

Também estão no radar das companhias cidades que poderão recorrer a outros processos para a troca de suas lâmpadas. Municípios que têm maior conhecimento de seus ativos de iluminação, como Rio de Janeiro, poderão optar por comprar as luminárias de LED diretamente dos fornecedores, por exemplo.

A Prefeitura de São Paulo prevê publicar o edital da PPP ainda este mês ou março. Também estão entre os interessados Unicoba, Osram, LED Roadway Lighting e J&F Investimentos.