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Valor Online ( Finanças ) - SP - Brasil - 03-02-2015 - 05:00 -   Notícia original Link para notícia
Juro futuro sobe com piora das expectativas

Por Antonio Perez e Lucinda Pinto | De São Paulo


Os juros futuros apresentaram alta expressiva ontem na BM&F, com investidores ampliando os prêmios de risco em meio à piora das expectativas para a economia brasileira e à alta do dólar. Passada a reação inicial favorável às medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as atenções se voltam para a deterioração dos fundamentos.


O boletim Focus de ontem desenhou um quadro desanimador. A despeito da redução das estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano (de 0,13% para 0,03%), a projeção para o IPCA de 2015 passou de 6,99% para 7,01%, na esteira de ajustes dos preços administrados, repasse cambial e eventual choque com racionamento de água e energia.



O distanciamento da projeção de inflação em 2015 do teto de tolerância da meta (6,5%) e um IPCA rodando acima de 1% em janeiro e fevereiro não trariam grande embaraço para o Banco Central (BC) caso as expectativas para 2016 fossem cadentes. Mas, depois de ceder na semana passada, a estimativa para o IPCA em 2016 foi mantida em 5,60%, bem acima do centro da meta (4,5%).


Após a leitura da ata do Copom, na semana passada, ficou no ar a sensação de que existe a possibilidade de o aperto monetário ser encerrado em março, com alta da Selic de 0,25 ponto, para 12,50%. Além de retirar a frase que constava do Relatório de Inflação, de que fará "o que for necessário", a ata incluiu dois elementos que sugerem que o ciclo pode ser mais curto: afirmou que a atividade roda abaixo de seu potencial e reiterou que, a despeito do reajuste dos combustíveis, a queda do petróleo deve ter efeitos desinflacionários.


Segundo analistas, o BC corre o risco de perda de credibilidade caso decida desacelerar o ritmo de alta de juros com um quadro de inflação tão delicado. Na BM&F, o contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 - que abriga as expectativas para o rumo da Selic neste ano - avançou de 12,75% para 12,85%.


Há também preocupações com o quadro fiscal, sobretudo após o setor público ter encerrado 2014 com déficit primário equivalente a 0,63% do PIB. Sem crescimento econômico, a meta de obtenção de um superávit primário de 1,2% do PIB neste ano é ainda mais desafiadora. Entre os contratos com vencimento distante, mais ligados à percepção de risco, a taxa do DI para janeiro de 2021 saltou de 11,89% para 12,08%.


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