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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 03-02-2015 - 10:06 -   Notícia original Link para notícia
Cerveja e refrigerante têm pouco espaço para crescer no ano

Por Cibelle Bouças | De São PauloSetor de refrigerantes terá dificuldades para avançar neste ano devido à competição de bebidas com menos açúcar


As previsões de um clima mais quente e seco neste ano e a escassez de água no país - principalmente no Sudeste - terão efeitos mistos sobre o setor de bebidas. As indústrias de cervejas e refrigerantes, que no ano passado foram favorecidas pela Copa do Mundo, terão incrementos marginais em 2015, de até 1%. Para as categorias de águas e sucos, a expectativa é de expansão de dois dígitos. As estimativas fazem parte de um estudo do banco holandês Rabobank, que será divulgado nesta semana.


Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, vê um cenário mais complicado para refrigerantes e cervejas, as duas maiores categorias de bebidas. Esses segmentos foram favorecidos no ano passado pelos eventos relacionados à Copa do Mundo e pelo clima mais seco e quente ao longo do ano. "Com a economia fraca, o crescimento das vendas de cerveja tende a ser bem marginal, de até 1% em volume", disse Padilla. Em 2014, a produção de cerveja no país cresceu 4,4% em volume, totalizando 14,1 bilhões de litros.


Em receita, ele projeta para os fabricantes de cerveja aumentos entre 7% e 10% neste ano, com reajuste de preços. Mas considera que o setor tem pouco espaço para melhorar as margens de lucro, considerando que já os preços já foram reajustados no fim de 2014.


No caso da indústria de refrigerantes, o amadurecimento do mercado, somado à tendência dos consumidores de substituir a bebida por opções com menos açúcar e sódio, dificultam um avanço mais forte. Em 2014, o setor de refrigerantes apresentou incremento de 1,3% na produção, para 15,8 bilhões de litros. "Desde 2011, o segmento de refrigerantes não consegue crescer muito. Não há espaço para passar de 16 bilhões de litros por ano porque o consumo já é alto no país", avaliou Padilla.


Para o analista, as empresas da categoria podem apresentar alguma melhora se fizerem oferta de embalagens menores, de consumo individual, que oferecem maior margem de lucro por litro em relação às garrafas de um litro.


O banco também ressaltou que o segmento de refrigerantes sofre com a concorrência de outras bebidas com menos calorias, açúcar e sócio, como energéticos, chás e águas engarrafadas.


Já para a categoria de águas, o cenário é bastante positivo. A expectativa do Rabobank é de mais um ano forte de vendas para a categoria, principalmente devido à crise hídrica na região Sudeste e às temperaturas mais altas.


Padilla observou que cresceu o número de consumidores que substituiu a água fornecida pelo sistema público de abastecimento pela água mineral engarrafada, devido ao gosto da água. As vendas cresceram principalmente no formato de galões de cinco litros, com algumas empresas indicando ganhos de 50% nas vendas. Formatos menores também apresentam crescimento de dois dígitos em volume. As vendas em 2014 no país foram estimadas em 12 bilhões de litros. Em receita, a previsão é de um crescimento da categoria de pelo menos 20% neste ano.


Padilla vê também potencial de crescimento de um dígito alto (próximo a 9%) nas vendas de sucos, bebidas com suco de frutas e néctares em 2015. O banco estima para a área vendas próximas a 800 milhões de litros no país. "O consumo per capita no Brasil ainda é baixo, de oito litros por ano. Se considerar um país com mercado semelhante ao nosso, como o México, o consumo per capita é de 13 litros por ano", comparou.


Em relação às bebidas não alcoólicas, a categoria de bebidas esportivas é a única que apresenta um cenário negativo para este ano. O Rabobank citou um estudo da Euromonitor, indicando que o segmento não cresce desde 2012 e deve se manter estável em 130 milhões de litros vendidos em 2015, com risco de declínio. "O teor de açúcar nas bebidas esportivas é um fator que dificulta o aumento do consumo", disse Padilla.


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