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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 02-02-2015 - 09:12 -   Notícia original Link para notícia
Legião de empreendedores

Contingente de microempresários individuais aumenta 29% em 2014 e passa de 500 mil no estado. Em todo o Brasil, eles já são 4,65 milhões. Formalização abre portas aos pequenos


Paulo Henrique Lobato


Publicação: 02/02/2015 04:00


O universo dos microempreendedores individuais (MEIs) no estado ultrapassou a marca de meio milhão de homens e mulheres. Balanço que será divulgado hoje pelo Sebrae Minas mostrará que a categoria fechou 2014 com 502.724 registros - foram pouco mais de 114 mil entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, um crescimento de 29,32% em relação a 2013. Para 2015, especialistas acreditam num acréscimo de pelo menos mais 100 mil pessoas. No Brasil, atualmente, há 4.653.080 microempreendedores individuais. A maioria (1.169.225 pessoas) está em São Paulo.

A categoria do MEI foi criada pela Lei Complementar 128, sancionada em dezembro de 2008 e em vigor desde julho de 2009. O principal objetivo da norma é estimular a migração do empreendedor informal para a formalidade. O faturamento anual máximo é de R$ 60 mil. A principal obrigação do MEI é quitar, mensalmente, uma boleta cuja cifra máxima é de R$ 45 - o valor depende do ramo de atividade. A quantia garante ao microempreendedor, quando necessário, o auxílio-doença, o auxílio-maternidade, a aposentadoria etc. 

"Cada pessoa que se formaliza é um informal a menos", comemora Cássio Duarte, analista de políticas públicas do Sebrae estadual. A formalização pode ser feita no www.portaldoempreendedor.gov.br. Elaine Souza Rodrigues, de 48 anos, acessou o endereço virtual poucos dias depois de a norma ser sancionada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. 

"Fabrico cosméticos numa empresa terceirizada. Forneço para mais de quatro mil pontos de vendas. São salões, clubes, hotéis etc." O registro da Elaine Cosméticos Naturais no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) fomentou o lucro dela expressivamente. Isso porque o cadastro permitiu a Elaine alugar uma máquina para operar cartões de crédito e débito. 

"Minhas vendas com a moeda de plástico respondem por mais ou menos 90% dos negócios", explica ela, acrescentando que o CNPJ também lhe permitiu abrir uma conta-empresa e ganhar prazo junto aos fornecedores. Na prática, significa dizer que o dinheiro pode ser usado também em capital de giro. O ganho com a empresa de cosméticos agradou tanto a Elaine que ela abriu, há pouco tempo, mais uma firma na categoria de MEI. 

"Estou vendendo joias e acessórios. Como forneço cosméticos para vários salões, exponho as joias neles. Também uso a mídia social para os negócios", informa a microempreendedora, moradora do Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, cidade com o maior número de microempreendedores individuais no estado, com 91,9 mil registros. Para se ter ideia do que essa quantidade representa, o segundo lugar no ranking é ocupado por Contagem, onde esse universo é de 22.382 pessoas.

O Sebrae não avaliou quais  motivos levaram as pessoas a se inscreverem na categoria do MEI em 2014, porém, um estudo da Global Entrepreneurship Monitor constatou que o total de empreendedorismo por oportunidade vem subindo no Brasil. De 2012 para 2013, por exemplo, no último balanço divulgado, esse percentual passou de 69,2% para 71,3%.

Por conta própria Michelle Melo faz parte desse universo. Depois de trabalhar 10 anos num banco privado, ela hoje ganha a vida com maquiagem. "Minha mãe sempre trabalhou com cabelos e me convidou para maquiar suas cliente. Trabalhamos juntas. Saí para fazer o que sempre gostei: maquiagem." A empresa delas, que tem página no Facebook, funciona no Conjunto Cristina, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O negócio decolou em razão de poderem operar com máquinas para moeda de plástico.

A intenção de Michelle é subir um degrau nos próximos meses: migrar da categoria de MEI para a de microempresa (faturamento anual máximo de R$ 360 mil). Ao mudar de categoria ela poderá, por exemplo, aumentar o número de colaboradores, uma vez que o MEI pode contar com apenas um funcionário.

O aumento do número de MEIs no estado ajuda a reduzir a taxa de desemprego em Minas. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira mostram que o universo de pessoas que trabalham por conta própria representou, em dezembro de 2014, 17,7% da população ocupada na Grande Belo Horizonte. O percentual é maior do que o do mesmo mês de 2013 (16,7%).

O vendedor de amendoim Warlly Passos, de 31, entrou nessa estatística. Depois de passar boa parte da vida oferecendo pacotinhos do salgado em bares da Região Centro-Sul da capital, ele decidiu se formalizar. Ele obteve o registro e novas ideias: "Vendo 10 sabores de amendoins, como picanha, bacon, erva, camarão".


Espaço para estrangeiros


Publicação: 02/02/2015 04:00


A maioria dos microempreendedores individuais  (MEIs)no estado nasceu no Brasil, mas chama atenção a quantidade de estrangeiros que moram em Minas e recorreram à Lei Complementar 128 para abrir o negócio. Eles somam 727 pessoas, que vieram de 68 países. De Portugal, que ocupa o primeiro lugar nesse ranking, há 198 MEIs.

Em segundo lugar, aparecem os chineses, com 56 registros. Em Belo Horizonte, muitos asiáticos ocupam lojas e bancas em shoppings populares. O país da América Latina com maior número de empreendedores individuais no estado é a Argentina (55 formalizados). 

Já a Região Central de Minas Gerais é campeã no ranking de microempreendedores individuais no estado, com 245,3 mil registros, seguida pela Sul (75,6 mil formalizados). 

FAIXA ETÁRIA Levando-se em conta todos os formalizados, independentemente da nacionalidade, os homens e mulheres com idade entre 31 e 40 anos lideram o ranking de MEIs por faixa etária (165,5 mil registros). Em relação ao sexo, os homens (262,3 mil) são maioria, mas o número de mulheres também é elevado (235,9 mil).


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