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Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 31-01-2015 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Festa só no boca a boca

Alguns dos mais tradicionais blocos de Belo Horizonte optam por não divulgar agenda oficial para evitar multidão. Representantes dos grupos temem por segurança dos foliões


Fernanda Machado


Desfile do Então, Brilha na Rua Guaicurus, no carnaval do ano passado: bloco, que arrasta uma multidão, optou por não divulgar o trajeto deste ano na lista da Belotur

A programação de alguns dos mais tradicionais blocos da chamada "retomada" do carnaval de Belo Horizonte não aparecem na lista oficial da Belotur. Ao menos 37 deles optaram por não divulgar os trajetos dos desfiles pelas ruas da capital. Dos 164 inscritos, apenas 127 detalharam a agenda. "Esses grupos entendem que já existe um comparecimento espontâneo aos desfiles e a divulgação em massa não é necessária, inclusive por questão de segurança", disse Felipe Barreto, assessor especial para Assuntos de Carnaval da Belotur. Segundo ele, e expectativa é que cerca de 200 blocos tomem as ruas de BH. Na festa deste ano, foram investidos R$ 5,5 milhões, mesmo montante do ano passado. 

Já os representantes dos blocos argumentam que a opção de não participar da lista oficial da Belotur parte de uma insegurança em relação à estrutura oferecida pela prefeitura. Rodrigo Magalhães, regente do Juventude Bronzeada, explica que o grupo já teve problemas com a realização de ensaios abertos neste ano, na Praça Floriano Peixoto, e ainda não sabe o que esperar do desfile. "No ano passado, desfilamos com 500 pessoas. Este ano, só nos ensaios, recebemos 3 mil foliões. Não temos estrutura, nem financeira nem profissional, para nos responsabilizarmos pelo número gigantesco de público que está se configurando", explica. "A prefeitura quer que o carnaval da cidade cresça, mas não dá a estrutura necessária para isso", completa.

O clima de preocupação também atinge um dos maiores blocos de carnaval da cidade: o Então, Brilha. Conhecido por arrastar uma verdadeira multidão pela Rua Guaicurus, especialmente nos desfiles dos últimos anos, a agremiação optou por não divulgar o trajeto na lista da Belotur, principalmente por conta do descompasso que existe entre as demandas dos grupos e o suporte oferecido pela prefeitura. "Nunca tivemos apoio total da PBH. Desde que existe o credenciamento de blocos, nós participamos, mas os acordos não são cumpridos. Nunca tivemos, por exemplo, esquema de fechamento da rua para o bloco passar. Banheiros químicos, sempre pouquíssimos", explica o regente Di Souza.

REFORÇOS Segundo a Belotur, quesitos como segurança e limpeza pública tiveram seus planos reforçados. Além do contingente policial que estará nas ruas, a folia será monitorada m tempo real pelas mil câmeras do Centro de Operações da Prefeitura de BH. A parceria com a SLU também foi afinada, e o número de banheiros químicos deve ser 125% maior do que o disponibilizado em 2014.



 



Desfiles de escolas de samba vão continuar na Afonso Pena
Preocupação com
economia de água

A programação oficial do carnaval de Belo Horizonte, divulgada ontem, ainda terá 14 palcos pela cidade, além dos desfiles dos blocos caricatos e escolas de samba. Segundo Mauro Werkema, presidente da Belotur, a escolha das bandas e cantores que se apresentarão nesses palcos obedeceu o critério de valorização de artistas de BH. Nomes como Aline Calixto, Dudú Nicácio, Thiago Delegado, as bandas carnavalescas Chama o Síndico e Alcova e algumas baterias de escolas de samba locais comandam a festa. Os desfiles de blocos caricatos e escolas de samba continuam na Avenida Afonso Pena, nos dias 16 e 17 de fevereiro, a partir das 19h.

Outra questão levantada durante a coletiva de divulgação do carnaval 2015 foi a preocupação com o abastecimento da capital nos dias da folia. De acordo com a Belotur, a estimativa é que a cidade receba cerca de 1,5 milhões de pessoas. Com o cancelamento do carnaval das cidades do interior, esse número pode ser ainda maior. O órgão, no entanto, não soube informar se pode haver desabastecimento por conta do fluxo de pessoas. "Não tivemos uma conversa formal com a Copasa. Faremos apenas uma campanha, com apelo de cidadania, para que os foliões economizem água durante a festa", disse Werkema. (FM)

 SANTA TEREZA O horário do carnaval no Santa Tereza também foi abordado. De acordo com Werkema, a Belotur não conseguiu entrar em acordo com a associação de moradores do bairro. Ainda segundo ele, a demanda está agora sob a responsabilidade do Ministério Público, que deve trabalhar para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que definirá o horário limite para a festa na região. (FM)

Enquanto isso...

%u2026Regras onde a folia foi cancelada


Prefeitos de seis cidades mineiras que cancelaram o carnaval devido à crise no abastecimento de água, à falta de condições financeiras e de segurança pública se reuniram ontem em Cláudio, na Região Centro-Oeste do estado, para definir regras. Cinco delas vão permitir manifestações populares, como desfile de blocos. Em Oliveira, a prefeitura acatou recomendação do MP de não haver nenhum tipo de festa particular. Os blocos carnavalescos estão proibidos de sair. O medo é que foliões de cidades vizinhas migrem para o município e não haverá reforço policial para garantir a segurança das pessoas. Na próxima semana, as prefeituras de Cláudio, Itaguara, Oliveira, São Francisco de Paula, Carmo da Mata e Passa Tempo vão baixar decreto proibindo a festa e esclarecendo normas.



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