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Estado de Minas Online ( Opinião ) - MG - Brasil - 31-01-2015 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Lucro não é palavrão

Trata-se de um gerador de riquezas em benefício de toda a sociedade


Aquiles Leonardo Diniz
Vice-presidente da Associação Nacional 
das Instituições de Crédito, Financiamento 
e Investimento (Acrefi)



O lucro, definido de forma simples, pode ser considerado o retorno positivo do investimento em qualquer negócio, realizado por pessoa jurídica ou física. Porém, a busca pelo lucro é frequentemente associada a atitudes gananciosas que visam, acima de tudo, à rentabilidade a qualquer preço. A bem da verdade, a obtenção do lucro é uma atividade complexa e menos imoral do que se propaga por aí. A visão distorcida da realidade precisa ser desmistificada para que o lucro conquiste o devido lugar de destaque nas relações sociais, como fator essencial e legítimo na condução do processo democrático e de desenvolvimento do país. Assim, o lucro passa a ser entendido como gerador de riquezas em benefício da sociedade como um todo.



As empresas privadas visam ao lucro, sem o qual podem quebrar, pois um negócio que não é lucrativo dificilmente prospera. Uma empresa pode faturar milhões de dólares e ter lucro baixíssimo em função de situações adversas, assim como um profissional pode ganhar salário considerável e não obter lucro algum. O resultado positivo em qualquer área deve ser motivo de comemoração, pois revela que o negócio foi bem gerido, obtendo resultados para aumentar sua poupança e novos investimentos. Em certas ocasiões, os interesses econômicos se confundem, gerando relações conflituosas entre o poder público e o privado. O Estado, ao exercer o seu papel de regulador da economia, faz intervenções que, bem ou mal, alteram as relações de produção. Nas empresas como no Estado, o segredo está em uma boa gestão financeira, pois na maioria das vezes o descontrole financeiro é o motivo do fracasso das companhias e de politicas econômicas. O Estado pode até administrar suas contas no prejuízo, mas as consequências serão desastrosas para a população. É preciso sobrar dinheiro em caixa. Some-se à balança comercial brasileira, que apresentou em 2014 um déficit de quase US$ 4 bilhões, outros R$ 17 bilhões de déficit fiscal primário. E quem pagará a conta será o povo brasileiro, com o aumento de impostos, reajustes de tarifas controladas e cortes de investimentos sociais. Portanto, o lucro também é essencial para manter o bom funcionamento do governo. O descontrole das contas públicas e o aumento da inflação, associados à corrupção endêmica, comprometem a vida de todos os brasileiros. Fica difícil distinguir o que é lucro abusivo quando se enfrenta uma carga tributária desproporcional, com taxas de juros em patamares elevados que oneram a produção, reduzem a eficiência da indústria, dificultando a livre concorrência.



Sem dúvida, o lucro é benquisto pela sociedade. A participação nos lucros das empresas pelos funcionários, por exemplo, é o benefício mais desejado, superando até os planos de saúde, segundo pesquisa da empresa de recrutamento especializado Michael Page. Assim também é o caso dos bancos, que precisam lucrar para continuar prestando serviços financeiros de qualidade e com total segurança. Até mesmo entidades filantrópicas necessitam fazer caixa para garantir o atendimento à saúde. Segundo estimativas da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), 83% dos 2,1 mil hospitais filantrópicos brasileiros operam no vermelho, com uma dívida total que supera os R$ 17 bilhões. Quem sofre com a falta de lucro do sistema de saúde, sem dúvida, é a população.


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