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Consumidor de alta renda está na mira das fabricantes de TV

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Jéssica Kruckenfellner


A japonesa Panasonic, com fábrica em Manaus (AM), prevê desempenho em linha com 2014 e avanço das telas grandes no mercado nacional
Foto: Divulgação


São Paulo - Mercado de televisores neste ano deve ficar em linha com 2014. De acordo com executivos ouvidos pelo DCI, a desaceleração no consumo da classe C, devido a restrições no crédito, deve ser compensada pela demanda de consumidores de alta renda por tecnologia.


De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), no acumulado do ano até novembro de 2014, foram fabricados 14,1 milhões de televisores no País contra 13,6 milhões em igual período de 2013.


Apesar da alta no último ano, o setor não deve registrar grande avanço em 2015, diz o presidente da Eletros, Lourival Kiçula. "O mercado brasileiro não está tão aquecido como anos atrás".


O gerente de comunicação e marketing da Sony Brasil, Marcelo Gonçalves, comenta que, mesmo diante de um cenário econômico difícil, a perspectiva ainda é positiva. "Mesmo com restrição do crédito ao consumidor, o mercado é grande e a nossa fatia de público é ampla. Então se perdermos em um segmento, mas ganhamos em outro", observa Gonçalves.


Segundo o executivo, o ciclo de vida dos televisores é de cerca de um ano e esse tempo é ainda menor para os clientes com maior poder aquisitivo, o que deve impulsionar as vendas. "Nesse momento entra a importância da nova tecnologia, porque o consumidor quer sempre um produto melhor, com algo novo", acredita ele.


Já o especialista em marketing de produto da Panasonic Brasil, Claudio Nadanovsky, revela que a empresa vem investindo em três frentes para impulsionar as vendas: produtos em diferentes faixas de preço; as telas grandes e o reforço nas revendas regionais. "Nos últimos anos nossas vendas cresceram em torno de 10 pontos percentuais por ano e, em 2015, a expectativa é avançar entre 5% e 7%", aposta ele.


A LG Electronics também vai explorar o comércio regional, segundo o diretor comercial da companhia, Roberto Barboza. Ele destaca, porém, que o canal de venda on-line vai continuar ganhando espaço.


Nova tecnologia


Entre as principais apostas do setor neste ano estão os televisores com tecnologia 4K, que possuem resolução quatro vezes maior do que os aparelhos full HD, além dos componentes de interatividade que as novas televisões trazem.


"A tecnologia 4K é uma oportunidade para o setor, pois pode funcionar como um mote para convencer o consumidor a comprar", acredita Kiçula, presidente da Eletros.


Os aparelhos 4K foram escolhidos pela Sony como foco da estratégia no País neste ano, conta o gerente Marcelo Gonçalves. "Esse é o nosso produto carro-chefe não só em TV, mas nos estúdios Sony Pictures", afirma. Ele destaca os aparelhos com telas grandes como um dos itens que a companhia explora junto ao consumidor. Nos lançamentos, já é possível notar a predominância das telas com até 85 polegadas.


Para não ficar atrás da concorrência, a Panasonic também prevê lançamentos com foco nas telas grandes. "Até o segundo semestre de 2015 também devemos lançar algo com 4K", garantiu Claudio Nadanovsky.


Já a LG, que tem produtos 4K no mercado desde 2013, estima um crescimento entre 7% e 8% nas vendas de televisores com telas grandes neste ano.


" O ano passado foi forte em plasma, mas esse modelo já está saindo do mercado e dando espaço para a entrada dos produtos com novas tecnologias", explica Barboza, observando que o movimento deve contribuir para manter o nível de produção da LG, em 2015, similar ao do ano passado.


Segundo o diretor comercial da LG, dentro de um mês, a companhia deve iniciar as vendas de novos produtos com a tecnologia OLED - televisores com melhor resolução quando comparados aos de LED.


"A TV de OLED era muito cara no lançamento, mas no ano passado conseguimos reduzir o preço de R$ 24 mil para R$ 10 mil", detalha Barboza. Desta forma, conforme ele, a LG conseguiu alavancar as vendas do produto, que ainda é visto pelas concorrentes como uma opção cara para o mercado nacional.


Reajuste de preço


Os executivos comentam que o aumento de custos já foi repassado para o varejo neste começo de ano. Os televisores da LG, por exemplo, já tiveram reajuste entre 5% e 7% no início de janeiro, após a companhia buscar alternativas durante três meses para ganhar rentabilidade sem alterar os preços dos produtos da linha de televisão.


"A alta no custo da energia elétrica para a produção preocupa, mas ainda não impactou os negócios, diferente do câmbio", conta Roberto Barboza. Hoje, mais de 70% da matéria-prima usada na fabricação dos televisores é importada.


A desvalorização do real também pesou nos custos da Panasonic. De acordo com o executivo da companhia japonesa, com o dólar no atual patamar (R$ 2,60) é possível segurar os repasses, mas se a moeda mantiver o ritmo de desvalorização, o custo com matéria-prima vai impactar o preço final. "Por enquanto, nosso preço foi ajustado no início do mês em linha com a inflação", revela ele.


Na Sony, a estratégia é evitar ao máximo aumentos elevados nos preços, para evitar perda de competitividade. "Como temos muitos concorrentes, quem dita muito desse movimento de alta é o consumidor, porque se você aumentar muito o preço isso afeta o giro do produto", avalia Marcelo Gonçalves. Ele espera que em 2016 os modelos em 4K fiquem mais baratos.


Kiçula, pondera que parte do reajuste está relacionada ao avanço da tecnologia. "As fabricantes devem aumentar preços neste ano mais em função das novas tecnologias", ameniza.


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