Valor Online ( Finanças ) - SP - Brasil | - 26-01-2015 - 05:00 - | Notícia original | Link para notícia |
Alta do real é destaque entre moedas emergentes |
Por José de Castro e Silvia Rosa | De São Paulo O real é a moeda emergente de melhor desempenho ante o dólar neste ano, com alta de 2,70%. Isso decorre em parte da expectativa de que alguma fatia dos cerca de € 1,1 trilhão a serem injetados pelo Banco Central Europeu (BCE) na economia da zona do euro migre para o mercado brasileiro. Analistas, contudo, ainda evitam recomendar a montagem de operações de arbitragem com taxas de juros em reais, devido às incertezas no plano doméstico e ao cenário de forma geral negativo para as commodities. Soma-se a isso a expectativa inalterada de fortalecimento contínuo do dólar no mundo, conforme se intensifica a divergência da política monetária americana em relação às políticas de zona do euro e Japão. O Morgan Stanley diz que os mercados se encontram hoje no meio do terceiro grande ciclo de apreciação do dólar dos últimos 40 anos. "Vemos agora o dólar se fortalecendo de forma generalizada em quase 6% por ano até o fim de 2016", dizem estrategistas do banco em relatório. O índice DXY - que mede o comportamento da moeda americana em relação a uma cesta com seis divisas - bateu o maior patamar desde setembro de 2003. O J.P. Morgan concorda que o aperto na política monetária brasileira tem ajudado o real a se destacar entre seus pares e pode continuar dando suporte à moeda em meio ao quadro de juros baixos no mundo. No entanto, a instituição financeira americana diz acreditar que o estímulo ao "carry trade" - como é conhecida a estratégia em que o investidor toma recursos em moedas de países com juros baixos no exterior e os aplica em papéis lastreados em divisas de mercados com retornos mais altos - tende a ser ofuscado pelos riscos com relação aos desdobramentos dos escândalos envolvendo a Petrobras e pela possibilidade de racionamento de energia. O banco chama atenção ainda para o menor intervencionismo do BC no câmbio e diz que, com o dólar nos atuais níveis, a instituição pode não fazer a rolagem dos contratos vincendos em março. "Indo além, se o real continuar se fortalecendo, o BC pode considerar a possibilidade de cortar a oferta diária de 'hedge' ou mesmo recomprar contratos de swap." Pesa ainda contra o real a leitura de que a moeda brasileira segue sobrevalorizada. "Enquanto o investidor perceber distorção no preço do real, ele vai pensar duas vezes antes de entrar, porque essa distorção aumenta o risco de o investimento sofrer com a desvalorização cambial", afirma o estrategista da XP Investimentos em Nova York, Daniel Cunha. O dólar comercial encerrou as operações de sexta-feira em alta de 0,65%, a R$ 2,5899. Já o euro terminou a semana em baixa de 0,74%, cotado a R$ 2,9058 - tendo alcançado na mínima os R$ 2,8684, piso desde 28 de junho de 2013 (R$ 2,8573). Nenhuma palavra chave encontrada. |
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