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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 25-01-2015 - 10:11 -   Notícia original Link para notícia
Carnaval de BH impulsiona a cidade

Expectativa da Belotur é de que haja 50% de pessoas a mais nas ruas em relação a 2014. Festa envolve diversos setores - de hotéis, bares e restaurantes a passeios turísticos e o comércio


Carolina Cotta


Publicação: 25/01/2015 04:00



Patrícia Coutinho, do Unique Hotel e Pousada, aposta na procura de última hora por turistas e jovens, que adoram o carnaval 


Já temos carnaval, e agora até turistas. A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) espera 1,5 milhão de foliões nas ruas da capital, 50% mais que em 2014. Desses, um terço seriam visitantes. Se a expectativa se cumprir, cerca de 500 mil turistas estarão na cidade, gastando em hotéis, táxis, bares e restaurantes. Muito além do confete, portanto. Hoje e nos dois próximos domingos, o suplemento Negócios e Oportunidades mostra o impacto do carnaval na economia da capital, que a cada ano se consolida mais e hoje já pode ser considerada a maior festa de BH. Uma novidade para uma cidade da qual, no passado, a maioria tentava fugir no período. Um desafio para comerciantes e prestadores de serviços, que ganharam um novo público.

Para atrair e encantar esse turista-folião, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) Regional Minas Gerais e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abhi) em Minas se uniram para fazer pacotes com preços promocionais, alguns combinando hospedagem com passeios na capital, cidades históricas, grutas e museus próximos. A ação conjunta tem apoio da Belotur, da Secretaria Estadual de Turismo e do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau. Segundo Ricardo Campos, diretor-executivo da D'Minas Turismo e coordenador da Comissão de Receptivos da Abav-MG, o público esperado é bem heterogêneo, com jovens, mas também famílias, já que "temos um carnaval tranquilo e tradicional".

Além disso, os belo-horizontinos estão deixando de viajar para curtir o carnaval da cidade. Por um lado, eles gastam por aqui, por outro, recebem parentes ou amigos em casa. "Nossa expectativa é que uma parcela desses visitantes, do interior de Minas ou de Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal, seja de consumidores de serviços turísticos, utilizando as agências para realização de passeios, hospedando-se em hotéis, favorecendo o comércio da cidade", defende. Em sua empresa, por exemplo, houve um crescimento na procura pelo destino, especialmente por causa desses pacotes promocionais, e a expectativa é de um aumento 15% nas vendas para o período.

É um bom resultado para o turismo da capital, pois o carnaval, tradicionalmente, era uma temporada fraca. Especialmente porque nas cidades históricas, que, até então, tinham o carnaval mais procurado de Minas Gerais, os hotéis atuam com pacotes mais caros para o período, o que dificultava a criação de promoções nesses destinos. "Mas, com o crescimento do carnaval de BH e as parcerias com os hotéis, acreditamos em boas perspectivas para o setor. Estamos dando o primeiro passo, mas a tendência é que o evento se consolide, assim como a procura pelos serviços turísticos. Temos cobrado da Belotur que a infraestrutura ofertada aos moradores e visitantes possa condizer com esse crescimento", alerta.

ESTRATÉGIAS DE MERCADO Cada agência ou hotel envolvido tem uma estratégia para recepção de seus clientes. A D'Minas Turismo, por exemplo, formatou cinco pacotes, com quatro ou cinco dias, que incluem traslados e passeios, e até refeição e guia de turismo em alguns casos. Os valores começam em R$ 780 por pessoa para serviços privativos e em hotel de categoria econômica, mas há ainda a possibilidade de montar pacotes sob demanda, ao gosto do cliente. "Todos foram criados para que o turista possa curtir o carnaval, mas também conhecer Belo Horizonte e outras belezas que temos em Minas Gerais", explica Ricardo. 


D'Minas Turismo
(31) 3324-7486
www.dminasturismo.com.br

Unique Hostel e Pousada
(31) 3245-5747
www.uniquehostel.com



Hotéis esperam evolução da festa


Carolina Cotta


Publicação: 25/01/2015 04:00


O setor hoteleiro tem realidade distinta. Do último carnaval para cá, houve um aumento de 35% do número de leitos disponíveis por causa da Copa do Mundo e há mais gente para dividir o bolo. Segundo Patrícia Coutinho, presidente da Abih-MG e proprietária do Unique Hostel e Pousada e do Hotel Amazona Palace, a expectativa é melhor que nos anos anteriores, porém, até o momento, não há um aumento no número de reservas. "Espero que, como sempre, as pessoas estejam deixando para a última hora, porque o impacto esperado ainda não atingiu a hotelaria. Se tivéssemos o mesmo número de hotéis, talvez pudéssemos alcançar taxa de ocupação 20% maior que preveem."

A taxa de ocupação, em janeiro, está baixa, em torno de um terço da capacidade. Mais um motivo para se esperar sucesso do carnaval. "Aplaudimos essa iniciativa que fez evoluir a festa em BH, o que é muito importante para o turismo e o lazer. Esse é um dos fatores que nos fizeram mobilizar e nos empenhar para montar pacotes de baixo custo para atrair o hóspede. Há pacotes de R$ 490 reais a R$ 1.340.

A hotelaria da capital está se empenhando para popularizar o carnaval de BH, porque o turismo é uma indústria que envolve uma cadeia enorme de serviços", adianta a empresária, segundo a qual 32 hotéis e seis operadoras entraram na campanha para obter tarifas realmente competitivas.

O sucesso da festa, contudo, depende de muitas variáveis, as mesmas que podem fazer nosso carnaval crescer ou não. Para Patrícia, o turismo mineiro precisa de um marketing mais agressivo e de uma melhoria na política fiscal. "Temos o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) mais caro que o de várias capitais do Brasil, e isso inibe a vinda de eventos. Especificamente em relação ao carnaval, penso que ele precisa se profissionalizar e se fortalecer, inclusive com melhoria de estrutura", defende. 

Resta saber se é esse carnaval que o belo-horizontino quer, afinal, até agora, a principal marca da folia na capital tem sido a informalidade, que faz blocos brotarem em cada roda de amigos. E já tem gente achando a festa grande demais.


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