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Valor Online ( Especial ) - SP - Brasil - 23-01-2015 - 09:59 -   Notícia original Link para notícia
Paulistanos apelam a babás para cuidar dos pets

Por De São PauloRenata Gomes, do Pet Hotel Dog Life: cachorros podem usar ofurô com pétalas de rosas em sala iluminada por velas


Luisa Pinheiro virou "babá de gato" depois de notar que amigas se queixavam da falta de alguém que cuidasse de seus bichinhos quando viajavam. Aguinaldo Tambellini se encantava tanto com limousines que deixou o trabalho de mecânico para virar motorista de noivas. Renata Gomes Pereira transformou seu gosto por cães em um bom negócio ao abrir um hotel classe A com SPA e até ofurô para os animais. Os três personagens têm uma coisa em comum: seus serviços só foram para a frente numa cidade tão diversificada como São Paulo. E todos trabalham quando a cidade está de folga.


Localizada no bairro da Penha, zona leste da cidade, o Pet Hotel Dog Life dispõe de 2 mil metros quadrados de terreno distribuídos entre dormitórios individuais, quadras de esportes, piscinas, fisioterapia, massagem, acupuntura, creche, ofurô em sala a luz de velas e sais de banho. Tudo para uma clientela canina que chega a 4,5 mil animais cadastrados em carteira.


Em algumas datas, o "hotel canino" cinco estrelas não consegue dar conta, tamanha é a demanda. "A procura é grande, principalmente em épocas de Natal, Réveillon, e férias. Nas festas de final de ano de 2014 a demanda cresceu 70% e não conseguimos atender todos os clientes", comemora Renata, que projeta para o ano mais um acréscimo de 40% no faturamento.


"A creche é o serviço mais demandado, funciona entre 8h00 s e 17h30 e, uma vez por semana, sai a R$ 220,00 por mês", explica. Os cães fazem atividades com monitores durante todo o dia, têm suas babás, horários de almoço, em seguida vão para um canil individual para descansar e relaxar, conta. O ofurô é feito com pétalas de rosas naturais. "Temos uma sala especial, com luzes e velas adequadas, sais de banho. Custam de R$ 50,00 a R$ 120,00, dependendo do tamanho do cachorro", relata. Antes de o dono chegar, os cães passam pelo banho e tosa. Tudo é monitorado. O dono recebe um relatório com as atividades realizadas pelo animal ao longo do dia. Cerca de 50 cães ficam diariamente na creche, conta a proprietária.


"Geralmente, os donos saem muito cedo de casa para trabalhar, não têm horário para voltar e quando chegam não têm tempo para dar atenção especial aos cães. Então procuram nossos serviços para o cachorro poder fazer suas atividades na piscina, por exemplo, brincar com bolinha, correr", conta Renata. "Também oferecemos SPA e exercícios para os cães com problemas nas articulações e obesos", afirma. Calor há um vaporizador para os animais se refrescarem no verão.


O negócio foi aberto junto com o marido, que é veterinário há 25 anos. Hoje, o Pet Hotel Dog Life atende cem cães por dia e conta com 209 funcionários. Para os donos preocupados - "eles tratam o cão como se fossem filhos" -, o Pet Hotel posta fotos e notícias. "A maior preocupação, por parte dos proprietários é saber se eles se alimentaram bem, se não estão tristes, se estão dormindo bem", afirma.


Luisa Pinheiro prefere ser chamada de babá de gatos, em lugar de "catsitter". O amor pelos felinos começou como voluntária da ONG "Adote um Gatinho". "Então as amigas pediam para eu cuidar dos seus gatos e o negócio foi crescendo até se transformar em um bom filão de mercado", afirma. Luisa não recebe os animais em sua casa, mas vai cuidar do gato na casa de seu dono. "Meu serviço nada mais é que babá de gato porque eles se estressam muito mais saindo de casa do que os cachorros. Então, nos dias pré determinados pelo cliente, eu passo por lá. É um trabalho de extrema confiança porque adentro a casa delas. Nos dias combinados, faço todo trabalho de limpeza e higienização que o animal usa e a maior parte do tempo é contato com o gato, faço brincadeiras e sempre levo brinquedos diferentes, para que eles não sintam falta do dono", relata.


É um trabalho sazonal, que aumenta nos feridos e festas como Natal e Carnaval. "No Natal passado cheguei a trabalhar 18 horas e atender cerca de 18 casas por dia, mas toda a equipe chegou a 30 casas diárias", conta. Neste Natal, alguns donos pediram para dar alimentação diferente. "Deixaram até presentes embrulhados no sofá para eu dar na noite de Natal. Era um brinquedo diferente. Até fiz um vídeo", diz. Além de babá de gato, Luisa é formada em jornalismo e trabalha em uma produtora de vídeo. Sua clientela é bastante variada, são jovens de classe média alta e outros que optaram por não ter filhos.


O mecânico Aguinaldo Tambellini estava cansado do mau humor de seus clientes que já chegavam irritados com o carro, se queixando do problema e do preço. Por 23 anos, ele trabalhou em um posto de molas e suspensão de ônibus, caminhão e carreta. "Eu queria uma clientela que quando se aproximasse de mim fizesse festa e me trouxesse energias boas", diz. Foi então que decidiu pela limousine, um serviço que já tinha chamado sua atenção. "Hoje, o cliente me paga com satisfação porque está passeando, ou fazendo o casamento de uma filha, ou o aniversário, ou uma despedida de solteira."


Trambellini tem duas limousines, uma Mercedes Benz E 420, branca, "a mais requisitada para casamentos e despedidas de solteiro", com espaço para 14 pessoas. Custa R$ 1,5 mil por duas horas. A outra, menor, para oito pessoas, custa R$ 1,2 mil pelo mesmo período. Cerca de 70% dos aluguéis são para despedida de solteiras. E o trajeto sempre inclui fotos na avenida Paulista, Teatro Municipal, Ponte Estaiada, Ibirapuera e Estação da Luz.


Para garantir o bom humor, Tambellini tomou uma decisão: só aceita clientes mulheres, sejam moças, senhoras ou meninas. "Os homens só dão problemas. Gostam de brigar, estragar tudo, ficam agressivos quando bebem. As mulheres são gentis, querem se divertir, tirar fotos, ouvir músicas, conversar. Por isso minha empresa talvez seja a única de São Paulo que só atende mulheres, de qualquer idade."


A concorrência cresceu muito. "Quando comecei, alguns anos atrás, eram 13 limousines, hoje são 60", afirma. Mas clientela ainda não falta. "Em 2014 houve um aumento de 30% no faturamento e para este ano a previsão é repetir o mesmo índice. O período mais aquecido vai de setembro e dezembro. Já tenho uma lista de casamentos agendados. Casamento fecha com oito meses a um ano de antecedência e os demais eventos dois meses antes", afirma. Depois que deixou a oficina, Tambellini adotou novo uniforme: terno preto, gravata e camisa branca, mas sem quepe.


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