Leitura de notícia
Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 21-01-2015 - 09:27 -   Notícia original Link para notícia
Ovo de Páscoa vai custar até 10% mais

Por Tatiane Bortolozi | De São PauloFonseca, da Abicab, não projeta alta nas vendas de chocolates em 2015 e diz que é preciso "manter os pés no chão"


Depois de três anos de estabilidade na produção, a indústria de chocolates não espera cenário diferente em 2015, como reflexo do baixo crescimento econômico. O consumidor continua disposto a gastar, mas de forma seletiva e, na melhor data do ano para o setor - a Páscoa, em 5 de abril - o apelo será à marcas tradicionais, receitas mais sofisticadas e produtos com valor médio mais alto.


De janeiro a setembro de 2014, a produção de chocolates no Brasil caiu 2% em relação a igual período de 2013, segundo dados da Abicab, associação das indústrias de chocolate, cacau, amendoim, balas e derivados. "Devemos ter terminado o ano mantendo esse pequeno recuo ou com estabilidade. Em 2015, provavelmente vamos repetir os números", diz Ubiracy Fonseca, vice-presidente de chocolate da associação. Ele afirma que é preciso "manter os pés no chão" diante da estagnação econômica, a inflação elevada e o aumento de impostos.


Pressionadas pelo dólar valorizado, que aumenta os custos com cacau e brindes importados da China, fabricantes vão reajustar os preços dos ovos de Páscoa em até 10% neste ano. É o caso da Munik, empresa familiar que concentra sua produção e vendas no Estado de São Paulo. A Cacau Show projeta repasse de 7%, segundo seu presidente, Alexandre Costa, devido ao aumento de 8% nos gastos com mão de obra e ao crescimento de 12% dos custos em dólar. A Nestlé estima aumento um pouco acima da inflação, enquanto Arcor e Garoto planejam elevar os preços em 8%. A Lacta não informa a dimensão do ajuste, mas coloca na conta também o preço mais alto da energia elétrica e de logística.


"Tivemos que fazer milagres para o repasse não ser maior", diz Nicolas Seijas, gerente de marketing de chocolate da Arcor. A empresa argentina reforçou o foco em ovos de Páscoa 'mais rentáveis' e eliminou alguns investimentos. A Nestlé enxugou o portfólio e concentrou-se nas marcas tradicionais, a Lacta reformulou a linha infantil para trazer brinquedos de maior valor agregado, enquanto a Cacau Show decidiu investir em chocolates mais sofisticados.


As vendas de ovos de Páscoa no Brasil caíram 10%, em volume, mas avançaram 0,9% em valor em 2013, segundo a consultoria Nielsen. Com fórmulas mais elaboradas, as fabricantes compensam a queda em unidades comercializadas com a expansão de linhas 'premium'. "O consumidor vai ter que fazer escolhas. Ganha quem tiver o melhor custo-benefício", diz Pedro Abodanza, gerente de marketing de Páscoa da Nestlé.


Na Páscoa de 2014, foram produzidas 20,2 mil toneladas de chocolate, equivalentes a 100 milhões de ovos, segundo a Nielsen e a Abicab. Houve aumento em relação às 80 milhões de unidades de 2013. Neste ano, a expectativa é de estabilidade nas vendas, sendo a percepção de um ambiente pouco favorável partilhada por Nestlé, Lacta, Garoto e Munik.


"A Páscoa não perdeu relevância, continua sendo um dos momentos mais importantes do ano", diz Keila Broedel, gerente de Páscoa da Garoto. "A saída é oferecer uma experiência de compra mais agradável", afirma. O setor deve gerar 26,5 mil empregos temporários nesta Páscoa, superior às 24 mil vagas criadas em 2014. O Brasil é o terceiro maior consumidor e produtor mundial de chocolates.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.