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Diário do Comércio online - BH (MG) ( DC Turismo ) - MG - Brasil - 15-11-2014 - 11:36 -   Notícia original Link para notícia
BH ganha app com imagens antigas

Visitantes podem fazer passeios reais pela cidade acompanhando na tela como o local já foi


Daniela Maciel



Acervo do aplicativo inclui imagem da Praça da Liberdade na época da construção do Palácio da Liberdade, na inauguração da cidade/Pro Memória / CMBH


Passear pelas ruas de uma cidade, conhecer os monumentos, entrar nos prédios emblemáticos são atividades que encantam turistas interessados em cultura, arte e história. Quantas vezes ao fazer um passeio assim não vem a vontade de vivenciar um pouco daquele passado imortalizado em documentos e arquitetura? Ou saber como era antes de tantas modernidades?

Quem visita ou vive na Capital e percorre um dos seus eixos mais importantes, que vai da Praça da Estação até a Praça da Liberdade, na região Centro-Sul, já pode matar a curiosidade e voltar aos primeiros anos do século 20 por meio de um aplicativo desenvolvido pelo programa Pró-Memória da Câmara Municipal de Belo Horizonte. A plataforma 3D, batizada como "Passeio Virtual Belo Horizonte 1911", reconstrói grandes cenários da cidade, permitindo ao usuário caminhar desde a Praça da Estação, passando pela antiga Praça da República (Praça Afonso Arinos), até chegar à Praça da Liberdade.

De acordo com o coordenador do Programa Pró-Memória, Guilherme Avelar, o projeto consumiu quatro anos de pesquisa. A primeira dificuldade foi encontrar um acervo que tivesse uma panorâmica da cidade. As fotos encontradas eram, em sua maioria, de espaços muito específicos. Foram achadas duas boas opções: uma de 1908, quando a panorâmica foi feita para uma exposição no Rio de Janeiro, e outra em 1911, quando foi lançado um álbum da cidade. A partir disso uma pesquisa em diversos lugares como os arquivos públicos, hemeroteca e bibliotecas foi implementada para conseguir mais material. Ao mesmo tempo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) forneceu os projetos de construção da cidade.

"Depois disso passamos para o trabalho de arte. Tudo foi feito dentro do âmbito do Pró-Memória e como usamos ferramentas de uso livre não tivemos nenhum tipo de custo extra. Todos trabalhamos com um espírito de colaboração. A equipe de sete pessoas conseguiu fazer tudo apenas reorganizando o tempo", explica Avelar.

Por enquanto o "passeio" está disponível apenas para computadores com sistema windows, porém já existem perspectivas para o lançamento para plataformas móveis. Para baixar o aplicativo basta entrar no site do programa e seguir as instruções.

Criado em 2009, o programa Pró-Memória lançou seu primeiro produto ao final de 2010, após quase quatro anos de pesquisa sobre a história da mudança da capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte. O livro "Ciclones e Macaréus - O Parlamento na História de Belo Horizonte" recupera o processo de planejamento e organização da nova sede do governo de Minas Gerais, no período entre 1891 e 1899, na perspectiva do debate parlamentar.

Um dos projetos mais queridos do coordenador é a recuperação da tela da artista plástica mineira Yara Tupynambá que enfeitava o plenário da antiga Câmara no centro da cidade. "Na época da mudança o quadro foi danificado e colocado em um depósito. Em 2010 a artista fez uma nova tela que pudemos instalar na nova casa. Ela cobrou apenas o material. Esse foi um gesto de generosidade com a cidade e um momento simbólico importante", avalia o coordenador do Programa Pró-Memória.

A equipe do programa está em fase de pesquisa para o lançamento do segundo livro e para desenvolvimento de um acervo digital que vai contar a trajetória da Câmara Municipal e do antigo Conselho Deliberativo desde 1900, reunindo projetos, emendas e discursos parlamentares.

"Nosso maior sonho é estimular que as pessoas compreendam e se preocupem com a preservação da memória e reflitam como elas fazem parte da estrutura da cidade. importante discutir como as decisões de hoje podem influenciar na paisagem do futuro", afirma.


Senado discute futuro do setor de turismo com ministro em audiência


O ministro do Turismo, Vinicius Lages, falou sobre a importância de o país criar um ambiente favorável ao empreendedorismo no turismo e continuar respondendo com inclusão social, geração de emprego e renda. O assunto foi tratado na quarta-feira em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal.

"Quando olhamos para um país continental como o nosso, imaginamos que os rios, as montanhas e as manifestações culturais são, em si, um produto turístico. um equívoco comum pensar que não é necessário fazer um esforço para estruturar essas ofertas", afirmou Lages.

O ministro defendeu a estruturação dos destinos e a melhoria nos marcos regulatórios como investimentos essenciais para os destinos ganharem competitividade no mercado global. "Nos últimos anos registramos índices de crescimento em torno de 13% em alguns segmentos. Para mantermos essas taxas é preciso criarmos um ambiente de negócios favorável ao empreendedorismo", disse.

O ministro citou as orlas, os parques temáticos e o meio ambiente como oportunidades que devem ser olhadas com atenção por gestores públicos e setor produtivo. "As nossas orlas têm um potencial de gerar alguns trilhões de dólares caso consigamos simplificar o licenciamento e o uso, sempre garantindo a preservação da natureza. A melhoria dos marcos regulatórios abre uma série de perspectivas para a construção de marinas, estaleiros, desenvolvimento do turismo náutico", afirmou.

O número de visitantes de todas as unidades de conservação brasileiras subiu de 1,9 milhão em 2006 para 6 milhões em 2013. Apesar do salto, o número ainda está longe da capacidade dos ativos naturais brasileiros, considerados o número 1 do mundo pelo Fórum Econômico Mundial. Apenas o Great Smoky Montains, parque mais visitado nos EUA, recebeu nove milhões de visitantes no último ano.

Vinicius Lages abordou ainda os investimentos do MTur em infraestrutura. Desde 2003, quase R$ 9 bilhões foram destinados para obras em mais de 4 mil municípios. "As emendas parlamentares são um reforço importante para o nosso orçamento e precisamos ter foco para otimizar a aplicação desses recursos", disse.

A audiência foi solicitada pela senadora Lídice da Mata e mediada pelo presidente da CDR, Antônio Carlos Valadares. Também participaram do encontro o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, os secretários Executivo do MTur, Alberto Alves, Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, e Nacional de Políticas de Turismo, Vinicius Lummertz. Representando estados e municípios estavam a presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes do Turismo (Fornatur), Aureni Braga, e a presidente da Anseditur, Cláudia Pessoa.

A senadora Lídice da Mata defendeu a definição de focos de investimentos e o reforço no orçamento próprio do Ministério do Turismo. "O Ministério do Turismo nasceu da reivindicação da sociedade, do setor produtivo. Não podemos permitir que o orçamento da pasta sofra constantes cortes e dependa das emendas parlamentares que muitas vezes não estão ligadas às reais necessidades do destino", disse.


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